sexta-feira, 11 de outubro de 2013

MAIS DE 730 JOVENS GAÚCHOS AGUARDAM POR UMA FAMÍLIA


11/10/2013
Isabella Sander
ADOÇÃO
Quase 85% dos que vivem em abrigos têm mais de nove anos de idade

A época do Dia das Crianças serve para relembrar a infância e pensar na importância dela. Entretanto, também vale lembrar das crianças e dos adolescentes que não têm familiares para comemorar essa data. No Rio Grande do Sul, são 735 menores de idade em abrigos, aptos para adoção. Desses, 84,76% têm mais de nove anos – faixa etária procurada por apenas 2% dos quatro mil casais e indivíduos habilitados. No Brasil, no primeiro semestre de 2013, havia um universo de 30 mil famílias para em torno de 5,5 mil adotáveis.
De acordo com o juiz de Direito do 2º Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Marcelo Mairon Rodrigues, a grande dificuldade, atualmente, é com adoções de meninos e meninas mais velhos. “Quando eles têm até três anos, sejam brancos, pardos ou negros, são muito procurados. Há uma grande preocupação em aumentar essa faixa etária, o que está sendo incentivado quando o candidato conversa com o assistente social e o psicólogo”, afirma.
O tempo de espera varia em cada comarca, mas, conforme Rodrigues, se não há fila de espera (o que costuma ocorrer quando se trata de jovens com mais de nove anos), a habilitação para adotar pode acontecer em cerca de seis ou nove meses. Já quando são recém-nascidas ou muito pequenas, a demora é de anos. “Pode ser de quatro anos, seis, sete, depende”, diz.
Uma alternativa para que as crianças e os adolescentes mantenham vínculos familiares é o Programa de Apadrinhamento Afetivo (PAA), do Instituto Amigos de Lucas. A iniciativa é justamente voltada para esse grupo que tem poucas chances de ser adotado, abrangendo meninos e meninas com pelo menos cinco anos de idade. Além disso, é necessário haver uma diferença de 16 anos entre padrinho e afilhado, sendo que estes não podem estar cadastrados para adoção.
O PAA foi idealizado no Rio Grande do Sul e ocorre desde 2002. Segundo a coordenadora do programa em Porto Alegre, Lizianne Cenci, em torno de 70 a 80 jovens moradores de abrigos participam anualmente na Capital. Também há apadrinhamento em Canoas, Gravataí, Pelotas, São Leopoldo, Viamão, Campo Bom e, futuramente, em Cachoeira do Sul.
Para poder participar, os candidatos a padrinhos devem se inscrever no site, entregar documentação e, depois, fazer uma oficina preparatória. A pessoa só fica autorizada se tiver, no mínimo, 75% de presença nas atividades, que duram oito encontros. Esse processo acontece uma vez por ano, em maio. No fim das oficinas, é promovida uma festa de interação entre crianças e candidatos, para que eles se escolham mutuamente. “Temos muito cuidado antes de a pessoa conhecer o afilhado para preservá-lo, conscientizando o adulto de que é uma responsabilidade, um compromisso para a vida toda”, explica.
As visitas são de 15 em 15 dias ou mensais. No início, elas ocorrem no próprio abrigo. Depois, passam para passeios próximos ao local e, após cerca de dois meses, pode ser solicitado um termo de guarda especial para levar o menino ou a menina para casa e até mesmo viajar. De acordo com Lizianne, o maior número de adoções tardias é ocasionado em função do apadrinhamento. “As pessoas se apegam, não conseguem mais ficar sem a criança e acabam se cadastrando para adotar”, destaca. Mais informações sobre a iniciativa podem ser obtidas no site http://apadrinhamentoafetivopoa.ning.com/
.
Mesmo sendo minoria, crianças com até três anos são as mais procuradas por quem pretende adotar - CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=136852
MAIS DE 730 JOVENS GAÚCHOS AGUARDAM POR UMA FAMÍLIA
11/10/2013 
Isabella Sander
ADOÇÃO
Quase 85% dos que vivem em abrigos têm mais de nove anos de idade

A época do Dia das Crianças serve para relembrar a infância e pensar na importância dela. Entretanto, também vale lembrar das crianças e dos adolescentes que não têm familiares para comemorar essa data. No Rio Grande do Sul, são 735 menores de idade em abrigos, aptos para adoção. Desses, 84,76% têm mais de nove anos – faixa etária procurada por apenas 2% dos quatro mil casais e indivíduos habilitados. No Brasil, no primeiro semestre de 2013, havia um universo de 30 mil famílias para em torno de 5,5 mil adotáveis.
De acordo com o juiz de Direito do 2º Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Marcelo Mairon Rodrigues, a grande dificuldade, atualmente, é com adoções de meninos e meninas mais velhos. “Quando eles têm até três anos, sejam brancos, pardos ou negros, são muito procurados. Há uma grande preocupação em aumentar essa faixa etária, o que está sendo incentivado quando o candidato conversa com o assistente social e o psicólogo”, afirma.
O tempo de espera varia em cada comarca, mas, conforme Rodrigues, se não há fila de espera (o que costuma ocorrer quando se trata de jovens com mais de nove anos), a habilitação para adotar pode acontecer em cerca de seis ou nove meses.  Já quando são recém-nascidas ou muito pequenas, a demora é de anos. “Pode ser de quatro anos, seis, sete, depende”, diz.
Uma alternativa para que as crianças e os adolescentes mantenham vínculos familiares é o Programa de Apadrinhamento Afetivo (PAA), do Instituto Amigos de Lucas. A iniciativa é justamente voltada para esse grupo que tem poucas chances de ser adotado, abrangendo meninos e meninas com pelo menos cinco anos de idade. Além disso, é necessário haver uma diferença de 16 anos entre padrinho e afilhado, sendo que estes não podem estar cadastrados para adoção.
O PAA foi idealizado no Rio Grande do Sul e ocorre desde 2002. Segundo a coordenadora do programa em Porto Alegre, Lizianne Cenci, em torno de 70 a 80 jovens moradores de abrigos participam anualmente na Capital. Também há apadrinhamento em Canoas, Gravataí, Pelotas, São Leopoldo, Viamão, Campo Bom e, futuramente, em Cachoeira do Sul.
Para poder participar, os candidatos a padrinhos devem se inscrever no site, entregar documentação e, depois, fazer uma oficina preparatória. A pessoa só fica autorizada se tiver, no mínimo, 75% de presença nas atividades, que duram oito encontros. Esse processo acontece uma vez por ano, em maio. No fim das oficinas, é promovida uma festa de interação entre crianças e candidatos, para que eles se escolham mutuamente. “Temos muito cuidado antes de a pessoa conhecer o afilhado para preservá-lo, conscientizando o adulto de que é uma responsabilidade, um compromisso para a vida toda”, explica.
As visitas são de 15 em 15 dias ou mensais. No início, elas ocorrem no próprio abrigo. Depois, passam para passeios próximos ao local e, após cerca de dois meses, pode ser solicitado um termo de guarda especial para levar o menino ou a menina para casa e até mesmo viajar. De acordo com Lizianne, o maior número de adoções tardias é ocasionado em função do apadrinhamento. “As pessoas se apegam, não conseguem mais ficar sem a criança e acabam se cadastrando para adotar”, destaca. Mais informações sobre a iniciativa podem ser obtidas no site http://apadrinhamentoafetivopoa.ning.com/.
Mesmo sendo minoria, crianças com até três anos são as mais procuradas por quem pretende adotar  - CLAUDIO FACHEL/ARQUIVO/JC 
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=136852

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