06 de agosto de 2013 às 09h21 - Editorial
O problema está nas
exigências. Os aspirantes buscam recém-nascido, sem problemas de saúde e
branco. Isso faz com que o ato seja ainda mais complicado e se arraste
ao longo do tempo.
No Brasil a adoção é um processo lento e, muitas vezes, desgastante. O tempo estimado para quem deseja adotar uma criança chega até um ano. Uma eternidade para ambas as partes, seja para os futuros pais, que se sentem ansiosos e temerosos diante da espera, seja para as crianças, que amargam a carência familiar em abrigos e precisam administrar a solidão e a frustração.
Hoje em Presidente Prudente, 47 famílias estão na lista de espera para adoção. Em contrapartida, o número de pequenos aptos para a acolhida é menor.
O problema está nas exigências. Os aspirantes buscam recém-nascido, sem problemas de saúde e branco. Isso faz com que o ato seja ainda mais complicado e se arraste ao longo do tempo.
A imagem da família feliz, sem relações biológicas, esconde questões que os casais abertos à adoção precisam refletir. Por que não adotar crianças com mais de sete anos ou adolescentes? Por que não adotar uma criança negra? Porque não adotar uma criança que possua algum tipo de deficiência?
Tais exigências mostram que a adoção tem, na maioria dos casos, um caráter egoísta de satisfação da paternidade. Nestes casos, a criança torna-se uma compensação, onde os candidatos a pais, não querem qualquer tipo de ônus, concessão e sacrifício, além dos habituais.
A adoção precisa estar livre de qualquer tipo de preconceito. É um ator de amor irrestrito, que não pode estar presa a estereótipos ou condição física.
É claro que o número de crianças órfãs no Brasil ainda é alto. Mas para o problema ser combatido, são necessárias mais que ações do governo e políticas de apoio, é indispensável à contribuição da sociedade, sobretudo, das pessoas que se predispõem a entrarem na lista de espera para adoção.
http://www.imparcial.com.br/site/adocao-precisa-estar-livre-de-qualquer-tipo-de-preconceito
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