Publicação: 12/09/2013 11:34 Atualização: 12/09/2013 12:17
| O religioso teria sido induzido ao erro quando realizou o batismo da criança sem a apresentação da certidão de nascimento. Foto: TV Clube/Reprodução |
O relato do pároco de Casa Caiada será confrontado com o que disse o casal que estava com a guarda provisória da criança, em depoimento prestado na última terça-feira. A esteticista carioca, o piloto norte-americano e a amiga deles, a advogada Giovana Uchoa, são suspeitos de falsidade ideológica por apresentarem um nome e um sobrenome falsos para a menina no registro de batistério.
O religioso já prestou depoimento, na semana passada, à promotora da Infância e Juventude de Olinda, Henriqueta de Belli, que descobriu a suposta fraude. O padre contou que o casal não apresentou a certidão de nascimento alegando que havia esquecido em casa. Como ele conhecia Giovana, frequentadora da paróquia, aceitou registrar a criança no livro do batistério sem o documento necessário. À polícia, porém, a carioca relatou que não sabia da necessidade da certidão. Disse ainda que apresentou o nome diferente porque, quando conseguisse a adoção da menina, faria o registro dela com esse novo nome. Giovana e o marido (que foram padrinhos do batismo) e dois funcionários da igreja ainda vão prestar depoimento.
Casal - Aparentando nervosismo, a esteticista e o piloto chegaram à Delegacia do Varadouro sem falar com a imprensa. De acordo com a delegada Andréa Melo, a carioca evidenciou, a todo tempo, que agiu de boa-fé ao informar um nome diferente da menina no registro do batistério. A madrinha da criança, a advogada Giovana Uchoa, também suspeita de participação no suposto crime, está em São Paulo. O depoimento dela ainda não foi marcado.
Uma denúncia da Promotoria da Infância e Juventude de Olinda revelou que o casal e a madrinha teriam ido à Paróquia de São José, em Casa Caiada, Olinda, para batizar a criança, em 19 de junho, sem apresentar o registro de nascimento dela. Segundo o padre José Severino da Silva, eles teriam alegado que esqueceram o documento e, como o pároco conhecia Giovana, permitiu que o registro fosse feito. Na ocasião, o casal apresentou outro nome e sobrenome para a criança. “A esteticista afirmou que a igreja não teria solicitado a certidão, por isso ela acreditou que a informação era indiferente. Como, vez por outra, a mulher já usava o nome que ela pretendia colocar na criança quando conseguisse adotá-la, não imaginava que teria problema”, disse a delegada.
Os depoimentos duraram quase três horas. O piloto contou com um intérprete. Segundo a defessa, o casal estava em Miami e chegou ontem ao Recife. Amanhã à tarde, o padre deve ser ouvido. Também prestarão depoimento nesta semana dois funcionários da igreja. O padrinho da criança, marido de Giovana, será convocado. “É prematuro afirmar se eles serão indiciados”, afirmou Andréa Melo.
Os três começaram a ser investigados após denúncia de irregularidades no processo de adoção ter sido publicada pelo Diario. A promotoria apontou que a juíza da Vara da Infância e Juventude de Olinda, Andréa Calado, favoreceu o casal, que vive nos Estados Unidos e não faz parte do Cadastro Nacional de Adoção. Também denunciou que houve tráfico de influência envolvendo Giovana, filha do presidente da Assembleia Legislativa A Corregedoria Geral de Justiça deve concluir até a próxima semana as investigações sobre as acusações feitas contra a magistrada.
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2013/09/12/interna_vidaurbana,461839/padre-que-batizou-crianca-deve-ser-ouvido-hoje.shtml
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