segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

DRIBLANDO AS FRUSTRAÇÕES! (Reprodução)

22 de janeiro de 2016
Por Camila Carloni
Fazer escolhas significa escolher algo em detrimento de outro. Assim, entendo que quando fazemos uma escolha estamos abdicando de algo.
Quando você escolhe fazer um regime, você tem que deixar de lado os doces. Quando você escolhe fazer exercícios, você tem que deixar de lado a preguiça. Com a escolha pela adoção aconteceu a mesma coisa. Escolhi adotar, então tive que deixar outros desejos para trás.
Fazer ensaio de gestante, acompanhar o crescimento do bebê na barriga, fazer enchoval, fazer ultrassom, chá de bebê, paparico das pessoas… Tudo isso teve que ser deixado pra traz.
E é aí que vem a parte mais difícil da escolha pela adoção (pelo menos para mim): lidar com as frustrações.
No começo foi bem difícil. Não sabia lidar com essa dualidade de sentimentos. Ao mesmo tempo que estava feliz com minha escolha, ficava triste por não ter as outras coisas.
Vi muitas amigas ficarem grávidas, fui a muitos chás-de-bebe, vi muitos ensaios de gestante, vi muitos bebês nascendo… Tudo isso gerou muita frustração.
Nessa fase aprendi que nem todo mundo possui sensibilidade em compreender a dimensão da escolha pela adoção. Nem todo mundo é capaz de se colocar no lugar do próximo para tentar imaginar o que nos levou a fazer tal escolha. As pessoas não têm ideia do quanto tivemos que deixar para traz. Hoje eu sei dessa limitação, mas há meses atrás eu não sabia e me magoei demais pela forma com que pessoas muito próximas a mim lidaram com essas questões.
Mas num belo dia eu tive um insite que mudou tudo! Ora, eu estava vivendo entre pessoas que não precisaram escolher. Elas não sabiam o que eu estava passando.
Foi aí que comecei a procurar entrar em contato com pessoas que viveram e vivem a mesma realidade que a minha.
Comecei a seguir blogs, páginas do Facebook, comecei a conversar com pessoas que também tiveram seus filhos por meio da adoção. Enfim, eu me inseri dentro de uma “sociedade” que vive o mesmo que eu!
Nessa “sociedade” descobri que existe ensaio de espera, existe chá de boas vindas, existem termos próprios, existe até relato de parto!
Ou seja, finalmente eu entendi que eu não estava deixando de viver as fases de uma gestação, mas somente que minha gestação é diferente das demais!
Minha gestação é invisível. Somente eu e meu marido “enxergamos” nossa barriga crescer. Por isso é tão difícil.
Meu desejo com esse blog é justamente ajudar as pessoas que também passam por esse tipo de situação. E tornar o tema menos tabu.
A adoção é pouco falada em nossa sociedade. Sinto que as pessoas têm vergonha de falar “vou adotar”. Mas eu entendo. A pressão em cima da mulher é muito grande, e quando ela não consegue ter filhos de maneira natural… O peso do mundo cai em suas costas.
Mas creio que Deus não deixa as coisas acontecerem por acaso.
Existem crianças que precisam de mãe e mães que precisam de filhos. A adoção somente promove o encontro de sonhos e os transformam em realidade!
No próximo post explicarei como funciona o processo de adoção!
Até lá!

Original disponível em: https://mamaeporadocao.wordpress.com/

Reproduzido por: Lucas H.

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