13/12/2015
Do G1 Vale do Paraíba e Região (*)
Projeto é realizado com o apoio da Vara da Família da cidade. Em 2015, 27 crianças já foram recolhidas em condição de vulnerabilidade.
Família é um conceito amplo e um de seus vários significados é o social. Em Lorena (SP), o projeto Aldeias Infantis, acolhe e ajuda crianças e adolescentes em situação considerada de risco. O trabalho é feito em parceria com a Vara da Família e propõe um auxílio diferente do oferecido nos abrigos convencionais.
Ao contrário destes locais, as crianças do projeto são recepcionadas numa casa-lar, administrada por uma responsável, que é chamada de mãe social. O ambiente é planejado para preservar a identidade da crianç, por isso elas têm sua cama, guarda-roupa e espaço. O projeto atende a demanda de Lorena e da cidade vizinha, Canas. Desde o começo de 2015, 27 crianças já foram recolhidas na casa-lar.
No Vale, as aldeias estão presentes em Caçapava, inaugurada há um mês, e Lorena. A organização nasceu na Áustria, depois da Segunda Guerra Mundial, para acolher as crianças órfãs do conflito. No Brasil, são 24 unidades de acolhimento. Ao todo são atendidas cerca de cinco mil crianças em todo o país.
As mães sociais são responsáveis pela mudança no cenário: de negligência para o zelo esperado em um ambiente familiar. “Muitas crianças chegam aqui sem referência de família e o primeiro passo é fazer com que ela seja integrada. Nós somos mães da vida”, diz a mãe-social Maria Aparecida.
MÃES SOCIAIS
Maria nunca foi mãe biológica, mas já não conta nos dedos os filhos que a vida lhe deu. Saiu de Lima Duarte (MG) para seguir a instituição e hoje completa 19 anos de estrada. “Abraçar essas crianças preencheu qualquer vazio que eu tivesse. Tenho 67 filhos e incontáveis netos”, disse.
Em Lorena, cuida de nove crianças, sendo dois grupos de irmãos que vão de dois a 18 anos.
Uma das atendidas tem 14 anos e está há um ano no acolhimento. Ela foi recolhida com as outras duas irmãs, uma de 18 e outra de um ano e oito meses. À época a menor tinha apenas quatro meses. “O maior desafio é estarmos separadas das nossas famílias. Sabemos de onde viemos,e aqui temos conforto. Mas tudo é novo, isso é difícil”, diz C. B. S. De seu futuro, a jovem só sabe que quer ser artista. Já se apresenta com grupos de teatro da cidade. A família continua em reabilitação e a Justiça ainda não definiu o futuro das três.
Outra mãe é Maria de Fátima Lourenço. Aos 53 anos, ela traz a experiência da criação de três filhos biológicos, mas tem apenas onze meses de casa. Achou que sabia tudo sobre ser mãe, mas se surpreendeu. “É um aprendizado e crescimento constante”, afirmou.
Encarar as feridas dos filhos que a vida lhe trouxe é o passo mais difícil, cada criança é um caso, mas ela trabalha com sua melhor ferramenta: o amor. “Desde que cheguei eu me sinto em casa. Trabalho com o que eu tenho de melhor, o amor e a dedicação. Essa é a minha missão de vida”, afirmou. Ela é responsável por quatro crianças.
RISCO
De acordo com o juiz da Vara da Infância e Juventude de Lorena, Alexandro Conceição dos Santos, a maior parte dos casos de separação se dá pelo uso de drogas e álcool ou envolvimento com o crime.
“A gente recolhe a criança da família, mas o objetivo maior é de recuperá-los para que eles tenham a guarda de volta. Apesar da importância disso, nós temos que garantir a segurança daquela criança e esse tipo de problema é difícil de ser superado. A família precisa de tratamento e isso demanda tempo“, explicou.
O processo de decisão para que isso aconteça é lento, já que depende do retorno da família. E o tempo é outro inimigo de quem está nessa situação. Caso a criança não seja entregue à família de origem ela é colocada na lista de adoção. O perfil mais escolhido são crianças de até três anos.
(*) Colaborou Poliana Casemiro
Original disponível em:http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/12/maes-sociais-cuidam-de-criancas-em-situacao-de-risco-em-lorena-sp.html
Reproduzido por: Lucas H.
Do G1 Vale do Paraíba e Região (*)
Projeto é realizado com o apoio da Vara da Família da cidade. Em 2015, 27 crianças já foram recolhidas em condição de vulnerabilidade.
Família é um conceito amplo e um de seus vários significados é o social. Em Lorena (SP), o projeto Aldeias Infantis, acolhe e ajuda crianças e adolescentes em situação considerada de risco. O trabalho é feito em parceria com a Vara da Família e propõe um auxílio diferente do oferecido nos abrigos convencionais.
Ao contrário destes locais, as crianças do projeto são recepcionadas numa casa-lar, administrada por uma responsável, que é chamada de mãe social. O ambiente é planejado para preservar a identidade da crianç, por isso elas têm sua cama, guarda-roupa e espaço. O projeto atende a demanda de Lorena e da cidade vizinha, Canas. Desde o começo de 2015, 27 crianças já foram recolhidas na casa-lar.
No Vale, as aldeias estão presentes em Caçapava, inaugurada há um mês, e Lorena. A organização nasceu na Áustria, depois da Segunda Guerra Mundial, para acolher as crianças órfãs do conflito. No Brasil, são 24 unidades de acolhimento. Ao todo são atendidas cerca de cinco mil crianças em todo o país.
As mães sociais são responsáveis pela mudança no cenário: de negligência para o zelo esperado em um ambiente familiar. “Muitas crianças chegam aqui sem referência de família e o primeiro passo é fazer com que ela seja integrada. Nós somos mães da vida”, diz a mãe-social Maria Aparecida.
MÃES SOCIAIS
Maria nunca foi mãe biológica, mas já não conta nos dedos os filhos que a vida lhe deu. Saiu de Lima Duarte (MG) para seguir a instituição e hoje completa 19 anos de estrada. “Abraçar essas crianças preencheu qualquer vazio que eu tivesse. Tenho 67 filhos e incontáveis netos”, disse.
Em Lorena, cuida de nove crianças, sendo dois grupos de irmãos que vão de dois a 18 anos.
Uma das atendidas tem 14 anos e está há um ano no acolhimento. Ela foi recolhida com as outras duas irmãs, uma de 18 e outra de um ano e oito meses. À época a menor tinha apenas quatro meses. “O maior desafio é estarmos separadas das nossas famílias. Sabemos de onde viemos,e aqui temos conforto. Mas tudo é novo, isso é difícil”, diz C. B. S. De seu futuro, a jovem só sabe que quer ser artista. Já se apresenta com grupos de teatro da cidade. A família continua em reabilitação e a Justiça ainda não definiu o futuro das três.
Outra mãe é Maria de Fátima Lourenço. Aos 53 anos, ela traz a experiência da criação de três filhos biológicos, mas tem apenas onze meses de casa. Achou que sabia tudo sobre ser mãe, mas se surpreendeu. “É um aprendizado e crescimento constante”, afirmou.
Encarar as feridas dos filhos que a vida lhe trouxe é o passo mais difícil, cada criança é um caso, mas ela trabalha com sua melhor ferramenta: o amor. “Desde que cheguei eu me sinto em casa. Trabalho com o que eu tenho de melhor, o amor e a dedicação. Essa é a minha missão de vida”, afirmou. Ela é responsável por quatro crianças.
RISCO
De acordo com o juiz da Vara da Infância e Juventude de Lorena, Alexandro Conceição dos Santos, a maior parte dos casos de separação se dá pelo uso de drogas e álcool ou envolvimento com o crime.
“A gente recolhe a criança da família, mas o objetivo maior é de recuperá-los para que eles tenham a guarda de volta. Apesar da importância disso, nós temos que garantir a segurança daquela criança e esse tipo de problema é difícil de ser superado. A família precisa de tratamento e isso demanda tempo“, explicou.
O processo de decisão para que isso aconteça é lento, já que depende do retorno da família. E o tempo é outro inimigo de quem está nessa situação. Caso a criança não seja entregue à família de origem ela é colocada na lista de adoção. O perfil mais escolhido são crianças de até três anos.
(*) Colaborou Poliana Casemiro
Original disponível em:http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/12/maes-sociais-cuidam-de-criancas-em-situacao-de-risco-em-lorena-sp.html
Reproduzido por: Lucas H.
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