22/03/2015
Repórter: Izabella Pimentel
Neste sábado (21), em entrevista ao O Olho, a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, comentou a decisão do STF que reconheceu a adoção de crianças por casais homoafetivos.
No início da semana, de forma inédita, acórdão do Supremo Tribunal Federal reconheceu que o conceito de família com regras de visibilidade, continuidade e durabilidade também pode ser aplicado à casais homoafetivos. O entendimento é da ministra Carmém Lúcia, que foi contra a decisão do Ministério Público do Estado do Paraná, e autorizou a adoção de uma menina de 12 anos de idade por Toni Reis e David Harrad, o primeiro casal do mesmo sexo a ter a união homoafetiva reconhecida no Brasil.
Neste sábado (21), em entrevista ao O Olho, a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, comentou a decisão do STF. Ela e a companheira Quitéria Costa, que são casadas há 9 anos, são mães da pequena Luma, de 1 ano de idade.
“O Supremo está de parabéns. Eu considero um avanço e não poderia ser diferente diante da realidade de hoje. O reconhecimento do STF é um passo importante. Em caso de adoção, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que o que tem que ser observado é o bem estar da criança. Ora, se um casal de gays ou lésbico pleiteia uma adoção, é um absurdo que por conta da estupidez do preconceito a justiça negue um lar, um afeto a uma criança que está morando em um abrigo”, observa.
Por três anos e meio, Marinalva e Quitéria, tentaram adotar uma criança. Foi quando em outubro do ano passado elas conseguiram a guarda da menina Luma. “Alegrou nossas vidas. Luma se adaptou numa boa. Transformou nossas vidas pra melhor. Não teve nenhum problema de convivência, nenhum estranhamento”, conta Marinalva.
De acordo com Marinalva, o processo de adoção de Luma, foi burocrático como em qualquer outro processo adotivo. Especificamente no seu caso, a coordenadora do Grupo Matizes, afirma que não foi sofreu preconceito por parte da Justiça, mas admite que no Piauí há inúmeros casos de casais gays que não procuram o juizado para regularizar a adoção de crianças por medo de discriminação.
“No meu caso e no da Quitéria não podemos dizer que sofremos preconceito. O procedimento foi o mesmo em que passa um casal hétero. O atendimento do juizado foi excelente. Mas estamos longe de imaginar a quantidade de lésbicas que educam crianças, porém não requerem a guarda por medo do preconceito”, explica Marinalva Santana. A mãe de Luma conta que só percebeu o olhar preconceituoso de outros casais que participaram do curso preparatório para quem pleiteia fazer adoção. “Alguns olhavam atravessado para mim e a Quitéria”, relata.
Marinalva defende, ainda, a tese de que casais gays tendem a darem mais amor e carinho aos filhos adotivo. Crianças educadas por duas mulheres, por exemplo, se desenvolve sem ter a os papéis de gênero tão caracterizado como em crianças criadas por casais heterossexuais, onde geralmente a mãe tem mais proximidade do filho. “Quando um casal de lésbicas decide adotar essa decisão é bem pensada e bem refletida”, afirma.
MARINALVA LAMENTA INTOLERÂNCIA À GAYS NO PIAUÍ
Também no início da semana, a colocação do Piauí em segundo lugar no ranking nacional que aponta os estados onde foram registrados mais casos de denúncias de violência homofóbica em 2014, ganhou repercussão nacional.
O levantamento foi feito baseado nas estatísticas do Disque 100, central mantida pela secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Para a coordenadora e militante do grupo Matizes, Marinalva Santana, entidade que luta a favor dos direitos LGBT, a posição é reflexo do encorajamento que os piauienses estão tendo em denunciar casos de violência homofóbica diante da pauta LGBT está em evidência.
“A gente vê esse dado com tristeza e indignação. Infelizmente desde 2012 que o Piauí tem despontado no cenário nacional como um estado que está na dianteira da violação dos direitos contra LGBT. Esse relatório de 2014 infelizmente aponta para o mesmo caminho. Atribuímos isso à ausência de políticas públicas”, finaliza Marinalva
http://www.oolho.com.br/…/decisao-do-stf-sobre-adocao-e-um-…
Repórter: Izabella Pimentel
Neste sábado (21), em entrevista ao O Olho, a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, comentou a decisão do STF que reconheceu a adoção de crianças por casais homoafetivos.
No início da semana, de forma inédita, acórdão do Supremo Tribunal Federal reconheceu que o conceito de família com regras de visibilidade, continuidade e durabilidade também pode ser aplicado à casais homoafetivos. O entendimento é da ministra Carmém Lúcia, que foi contra a decisão do Ministério Público do Estado do Paraná, e autorizou a adoção de uma menina de 12 anos de idade por Toni Reis e David Harrad, o primeiro casal do mesmo sexo a ter a união homoafetiva reconhecida no Brasil.
Neste sábado (21), em entrevista ao O Olho, a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, comentou a decisão do STF. Ela e a companheira Quitéria Costa, que são casadas há 9 anos, são mães da pequena Luma, de 1 ano de idade.
“O Supremo está de parabéns. Eu considero um avanço e não poderia ser diferente diante da realidade de hoje. O reconhecimento do STF é um passo importante. Em caso de adoção, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que o que tem que ser observado é o bem estar da criança. Ora, se um casal de gays ou lésbico pleiteia uma adoção, é um absurdo que por conta da estupidez do preconceito a justiça negue um lar, um afeto a uma criança que está morando em um abrigo”, observa.
Por três anos e meio, Marinalva e Quitéria, tentaram adotar uma criança. Foi quando em outubro do ano passado elas conseguiram a guarda da menina Luma. “Alegrou nossas vidas. Luma se adaptou numa boa. Transformou nossas vidas pra melhor. Não teve nenhum problema de convivência, nenhum estranhamento”, conta Marinalva.
De acordo com Marinalva, o processo de adoção de Luma, foi burocrático como em qualquer outro processo adotivo. Especificamente no seu caso, a coordenadora do Grupo Matizes, afirma que não foi sofreu preconceito por parte da Justiça, mas admite que no Piauí há inúmeros casos de casais gays que não procuram o juizado para regularizar a adoção de crianças por medo de discriminação.
“No meu caso e no da Quitéria não podemos dizer que sofremos preconceito. O procedimento foi o mesmo em que passa um casal hétero. O atendimento do juizado foi excelente. Mas estamos longe de imaginar a quantidade de lésbicas que educam crianças, porém não requerem a guarda por medo do preconceito”, explica Marinalva Santana. A mãe de Luma conta que só percebeu o olhar preconceituoso de outros casais que participaram do curso preparatório para quem pleiteia fazer adoção. “Alguns olhavam atravessado para mim e a Quitéria”, relata.
Marinalva defende, ainda, a tese de que casais gays tendem a darem mais amor e carinho aos filhos adotivo. Crianças educadas por duas mulheres, por exemplo, se desenvolve sem ter a os papéis de gênero tão caracterizado como em crianças criadas por casais heterossexuais, onde geralmente a mãe tem mais proximidade do filho. “Quando um casal de lésbicas decide adotar essa decisão é bem pensada e bem refletida”, afirma.
MARINALVA LAMENTA INTOLERÂNCIA À GAYS NO PIAUÍ
Também no início da semana, a colocação do Piauí em segundo lugar no ranking nacional que aponta os estados onde foram registrados mais casos de denúncias de violência homofóbica em 2014, ganhou repercussão nacional.
O levantamento foi feito baseado nas estatísticas do Disque 100, central mantida pela secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Para a coordenadora e militante do grupo Matizes, Marinalva Santana, entidade que luta a favor dos direitos LGBT, a posição é reflexo do encorajamento que os piauienses estão tendo em denunciar casos de violência homofóbica diante da pauta LGBT está em evidência.
“A gente vê esse dado com tristeza e indignação. Infelizmente desde 2012 que o Piauí tem despontado no cenário nacional como um estado que está na dianteira da violação dos direitos contra LGBT. Esse relatório de 2014 infelizmente aponta para o mesmo caminho. Atribuímos isso à ausência de políticas públicas”, finaliza Marinalva
http://www.oolho.com.br/…/decisao-do-stf-sobre-adocao-e-um-…
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