30/10/17
No dia 9 de julho deste ano, o Cruzeiro venceu o Palmeiras por 3 a 1, no Mineirão, com gols de Thiago Neves, Hudson e Elber, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cerca de 15 mil torcedores que foram ao Gigante da Pampulha acompanharam muito mais do que uma vitória dentro das quatro linhas. Antes da partida, 28 crianças e adolescentes do programa Adote um Campeão, promovido pelos grupos de apoio à adoção de Belo Horizonte e Santa Luzia em parceria com o clube, entraram em campo com os atletas.
Três meses depois, a campanha iniciada naquela semana comemora as primeiras conquistas. Os irmãos Willian Jorge, 10, e Pedro Henrique, 13, encontraram uma família. Eles estão em processo de convivência com os pais e, no fim do ano, mudam-se em definitivo para o novo lar em Governador Valadares. Outros seis casos estão em processo de adoção bastante adiantado.
A intenção do major da Polícia Militar, Luciovane Lopes, 44, e do agente penitenciário Wendell Vinícius Magalhães Leal, 43, era adotar apenas uma criança. Logo se encantaram pelo jeito do pequeno Willian Jorge. Quando descobriram que ele tinha um irmão que também queria encontrar uma família, não pensaram duas vezes. Entraram com a documentação para tentar adotar os dois.
“Cada dia que passa temos a certeza de que fizemos a coisa certa. A gente tinha a necessidade dessa família. Muita gente acha que a gente está fazendo uma caridade para eles, muito pelo contrário. Eles que trouxeram alegria na nossa vida”, explica Luciovane Lopes.
A convivência tem sido cada dia melhor. Desde o início, a orientação afetiva do casal foi colocada abertamente para os dois irmãos, que agiram com muita maturidade. “A resposta deles nos emocionou. Eles disseram que queriam uma família que desse apenas amor para eles”, relembra o militar. Tanto Luciovane quanto Wendell são chamados de pai pelas crianças. “Para não causar confusão, eles falam pai Lúcio e pai Wendell”, brinca ele.
Convivência. Como estão na reta final do ano letivo em Belo Horizonte, os meninos só irão para Valadares no fim do ano. Para driblar a distância, pais e filhos se falam diariamente por telefone e redes sociais. Sempre que podem, Luciovane e Wendell vêm à capital para matar a saudade e passear com as crianças.
“A gente vai à Pampulha, aos parques, a restaurantes. Está sendo um aprendizado e uma lição de vida, uma coisa fantástica que estamos vivendo”, comemora Luciovane. Além de levar muita alegria aos novos pais, Willian Jorge e Pedro deixarão a casa mais musical. Willian canta e Pedro toca violino, dom que a família pretende incentivar ainda mais após a adoção.
Mãe de um filho adotivo que já está com dez anos, Vanici Veronesi, presidente do Grupo de Apoio à Adoção de Belo Horizonte (GAABH), é a principal idealizadora do projeto Adote um Campeão. Ela conheceu a iniciativa em Recife, onde o Sport tinha criado algo semelhante, e resolveu apresentar a proposta aos clubes da capital. O Cruzeiro foi o primeiro a demonstrar interesse e a abraçar a ideia. Com isso, o clube ganhou um acordo de exclusividade pelos próximos dois anos.
“A ideia é unir o amor pela família e a paixão pelos clubes do futebol”, explica ela. “Começamos as primeiras ações no fim de 2016 com a Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte e Santa Luzia e, neste ano, conseguimos colocar em prática. Agora os primeiros resultados já estão aparecendo, o que nos deixa muito felizes”, comemora Vanici.
Vinte e oito crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, que faziam parte do Cadastro Nacional de Adoção, foram indicados pela Vara da Infância e da Juventude de BH e Santa Luzia. A partir daí foi feito um vídeo com cada um deles, onde eles tiveram alguns minutos para contar suas histórias e falar de seus sonhos.
Curtinhas
Reconheceu. Um caso curioso aconteceu em Belo Horizonte, mas os nomes não podem ser divulgados, porque a família não autorizou. Uma mãe reconheceu o filho no vídeo e o procurou para adotá-lo. A situação é mais comum do que muita gente imagina. O que acontece com muitas famílias é que, às vezes, elas não têm condições de cuidar das crianças quando elas nascem, porque estão desestruturadas. Mas depois conseguem se reerguer, se reestruturar ou abandonar as drogas e bebidas, por exemplo, e tentam reaver seus filhos.
Exemplo. O departamento de marketing do Cruzeiro vem dando verdadeiras goleadas nos concorrentes. Algumas ações acabam ganhando notoriedade em todo o país, como a campanha promovida no Dia Internacional da Mulher, em março. Na ocasião, os jogadores da Raposa entraram em campo contra o Murici, pela Copa do Brasil, com um uniforme especial. Embaixo do número de cada jogador vinha uma frase relacionada à violência contra as mulheres, como “A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada”.
Para adotar uma criança por meio do programa “Adote um Campeão”, os interessados devem entrar em contato com os grupo de apoio à adoção de Belo Horizonte, GAABH, e de Santa Luzia, GADA, manifestando o desejo da adoção. Os candidatos passam por uma avaliação da equipe psicossocial da instituição de acolhimento e têm que apresentar vários documentos exigidos legalmente para a adoção. Tudo é encaminhado a um juiz responsável, e o caso é analisado. Se o pedido for aprovado, começa o processo de aproximação entre as crianças e os futuros pais. Logo em seguida, começa o estágio de convivência, que é um período de adaptação entre as partes. Se essa etapa evoluir de forma positiva, a criança/adolescente passa a viver com a nova família, enquanto o processo de adoção segue na justiça. Todo o processo pode demorar alguns meses. Quem pode adotar: homem ou mulher maior de idade, qualquer que seja o estado civil e desde que seja 16 anos mais velho do que o adotando.
Original disponível em: http://www.otempo.com.br/superfc/adote-um-campe%C3%A3o-marca-seu-primeiro-gol-1.1536899
Reproduzido por: Lucas H.
No dia 9 de julho deste ano, o Cruzeiro venceu o Palmeiras por 3 a 1, no Mineirão, com gols de Thiago Neves, Hudson e Elber, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os cerca de 15 mil torcedores que foram ao Gigante da Pampulha acompanharam muito mais do que uma vitória dentro das quatro linhas. Antes da partida, 28 crianças e adolescentes do programa Adote um Campeão, promovido pelos grupos de apoio à adoção de Belo Horizonte e Santa Luzia em parceria com o clube, entraram em campo com os atletas.
Três meses depois, a campanha iniciada naquela semana comemora as primeiras conquistas. Os irmãos Willian Jorge, 10, e Pedro Henrique, 13, encontraram uma família. Eles estão em processo de convivência com os pais e, no fim do ano, mudam-se em definitivo para o novo lar em Governador Valadares. Outros seis casos estão em processo de adoção bastante adiantado.
A intenção do major da Polícia Militar, Luciovane Lopes, 44, e do agente penitenciário Wendell Vinícius Magalhães Leal, 43, era adotar apenas uma criança. Logo se encantaram pelo jeito do pequeno Willian Jorge. Quando descobriram que ele tinha um irmão que também queria encontrar uma família, não pensaram duas vezes. Entraram com a documentação para tentar adotar os dois.
“Cada dia que passa temos a certeza de que fizemos a coisa certa. A gente tinha a necessidade dessa família. Muita gente acha que a gente está fazendo uma caridade para eles, muito pelo contrário. Eles que trouxeram alegria na nossa vida”, explica Luciovane Lopes.
A convivência tem sido cada dia melhor. Desde o início, a orientação afetiva do casal foi colocada abertamente para os dois irmãos, que agiram com muita maturidade. “A resposta deles nos emocionou. Eles disseram que queriam uma família que desse apenas amor para eles”, relembra o militar. Tanto Luciovane quanto Wendell são chamados de pai pelas crianças. “Para não causar confusão, eles falam pai Lúcio e pai Wendell”, brinca ele.
Convivência. Como estão na reta final do ano letivo em Belo Horizonte, os meninos só irão para Valadares no fim do ano. Para driblar a distância, pais e filhos se falam diariamente por telefone e redes sociais. Sempre que podem, Luciovane e Wendell vêm à capital para matar a saudade e passear com as crianças.
“A gente vai à Pampulha, aos parques, a restaurantes. Está sendo um aprendizado e uma lição de vida, uma coisa fantástica que estamos vivendo”, comemora Luciovane. Além de levar muita alegria aos novos pais, Willian Jorge e Pedro deixarão a casa mais musical. Willian canta e Pedro toca violino, dom que a família pretende incentivar ainda mais após a adoção.
Iniciativa começou em Recife com o Sport
“A ideia é unir o amor pela família e a paixão pelos clubes do futebol”, explica ela. “Começamos as primeiras ações no fim de 2016 com a Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte e Santa Luzia e, neste ano, conseguimos colocar em prática. Agora os primeiros resultados já estão aparecendo, o que nos deixa muito felizes”, comemora Vanici.
Vinte e oito crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, que faziam parte do Cadastro Nacional de Adoção, foram indicados pela Vara da Infância e da Juventude de BH e Santa Luzia. A partir daí foi feito um vídeo com cada um deles, onde eles tiveram alguns minutos para contar suas histórias e falar de seus sonhos.
7 mil crianças aguardam para serem adotadas em todo o país
2 irmãos são os primeiros a serem adotados pelo programa
6 outros casos estão bem encaminhados e próximos de ser finalizados
Reconheceu. Um caso curioso aconteceu em Belo Horizonte, mas os nomes não podem ser divulgados, porque a família não autorizou. Uma mãe reconheceu o filho no vídeo e o procurou para adotá-lo. A situação é mais comum do que muita gente imagina. O que acontece com muitas famílias é que, às vezes, elas não têm condições de cuidar das crianças quando elas nascem, porque estão desestruturadas. Mas depois conseguem se reerguer, se reestruturar ou abandonar as drogas e bebidas, por exemplo, e tentam reaver seus filhos.
Exemplo. O departamento de marketing do Cruzeiro vem dando verdadeiras goleadas nos concorrentes. Algumas ações acabam ganhando notoriedade em todo o país, como a campanha promovida no Dia Internacional da Mulher, em março. Na ocasião, os jogadores da Raposa entraram em campo contra o Murici, pela Copa do Brasil, com um uniforme especial. Embaixo do número de cada jogador vinha uma frase relacionada à violência contra as mulheres, como “A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada”.
Passo a passo
Original disponível em: http://www.otempo.com.br/superfc/adote-um-campe%C3%A3o-marca-seu-primeiro-gol-1.1536899
Reproduzido por: Lucas H.
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