segunda-feira, 30 de outubro de 2017

'Preferência' faz espera por adoção chegar até 3 anos em Bauru, diz promotor (Reprodução)

28/10/2017

A preferência por crianças com mais novas resulta em um a espera de até três anos na fila de adoção formada por candidatos interessados em acolher um menor em Bauru (SP), segundo dados da Promotoria da Infância e Juventude.

Atualmente no país, 51,5 % dos candidatos querem um filho com menos de três anos de idade, o que representa mais de 20 mil pessoas.

Segundo o promotor da infância e juventude, Lucas Pimentel, isso acaba contribuindo para que os processos de adoção sejam mais lentos.

"Temos hoje um número muito grande de adolescentes ou crianças de crianças de idade avançada em condições de serem adotadas. E, no outro extremo, nós temos poucas crianças de baixa idade e muito adulto querendo. Então pode demorar até uns três anos", explica.

No cenário nacional, a mudança de perfil tem sido registrada de forma gradual. Em 2010, apenas 24% dos interessados estavam dispostos a adotar crianças com mais de três anos no Brasil.

Hoje, índice subiu para 48,5%. Marta Aoki Liporacci e Hidemi Aoki sempre sonharam com o que eles têm hoje -- uma família completa -- e isso só foi possível graças a adoção.

Em primeiro momento, a prioridade do casal era adotar um bebê. Até conhecer a Ester, na época com 8 anos, quando sentiram uma identificação instantânea.

"Eu acho uma coisa errada esse negócio da pessoa escolher a criança. Às vezes tem tanta criança necessitando e que pode dar certo, mas ninguém prevê o futuro. Um dia deu tudo certo, registramos, está com nosso nome, sobrenome. Valeu a pena," relata o autônomo Hidemi Aoki.

Joaciara Araújo é coordenadora de uma associação, em Bauru, e acompanha todo o processo de uma adoção: antes, durante e depois.

Na entidade, alguns dos relatos mostram que uma das principais razões pelas quais as famílias inscritas no Cadastro Nacional de Adoção preferem bebês é que crianças de mais idade, em muitos casos, podem carregar alguns traumas -- como abandono, negligência e até maus-tratos.

"Nós temos vários casais que fizeram adoção tardia. Dialogamos com eles e então perceberam que a história da criança não é um entrave... Essa história ainda vai fazer parte desses adolescentes, mas a história de amor que os pais adotivos estão dispostos a viver transforma toda e qualquer sequela que o menor pode trazer", defende Araújo.

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