quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Caso de dano e ameaça em abrigo envolve 3 menores (Reprodução)

24/10/2017

Dois meninos de um abrigo de Americana se envolveram em caso de ameaça e dano, anteontem, em Americana. Uma adolescente que estava com eles e também é suspeita de participar dos atos fugiu. Segundo a Gama (Guarda Armada Municipal de Americana), as crianças estavam quebrando cadeiras e vidros e jogando nas casas vizinhas e na rua do abrigo, no Jardim Girassol. Eles são acusados de ameaçar funcionários e atingir um guarda com uma telha.

A Guarda recebeu a denúncia de vizinhos do abrigo da Coasseje (Casa de Orientação e Assistência Social Seareiros de Jesus), localizado na Rua Vital Brasil. A corporação relata que se deparou com dois meninos de 10 e 12 anos e uma adolescente de 17 anos "exaltados, xingando funcionários e quebrando móveis e brinquedos".

Ainda segundo os guardas, em dado momento os meninos subiram no telhado e passaram a jogar objetos nas casas ao lado. Um guarda foi atingido por uma telha. Foi pedido apoio e as crianças saíram pulando muros e foram contidas perto da Rua Uruguai.

Os meninos foram levados à CPJ (Central de Polícia Judiciária) por ameaça e dano e depois foram liberados para voltar ao abrigo. Segundo a Gama, vizinhos já reclamaram de ocorrência semelhante, mas menos grave, ocorrida ainda esse ano com crianças do abrigo.

REVOLTA DO ABANDONO

A direção da Coasseje citou uma revolta relacionada ao abandono pelos pais como principal motivo do descontrole e ataque das crianças. A direção informou que a adolescente de 17 anos tinha uma audiência no dia do ocorrido e que estava desequilibrada, o que influenciou na atitude dos meninos de 10 e 12 anos, que são primos.

De acordo com a Coasseje, a jovem ainda não retornou para o abrigo, mas eles sabem onde ela está, afirmam que ela está bem e que deve voltar para a casa nos próximos dias. Sobre os meninos disseram que estão mais controlados e que são observados.

A coordenação do abrigo ressalta que os abrigados são vítimas de violência física, sexual, psicológica ou negligência dos pais. São nove crianças e adolescentes abrigadas na casa da Vital Brasil e mais 11 em outra casa da Coasseje, na Sete de Setembro, no Centro.

Os dois primos estão no abrigo há cerca de oito anos. "Passaram por muita coisa, sofreram muito. É compreensível que reajam assim um dia, sem medir consequência. Seria estranho se não tivessem reações assim. Eles não são delinquentes. Cada um reage do seu jeito, uns quebram, uns choram, uns usam drogas. É um trabalho árduo", afirmou a coordenadora.

A casa de abrigo faz parte do serviço de assistência social e acolhe pessoas de 3 meses a 18 anos que passaram pelo Conselho Tutelar e não têm para onde ir pelo fato dos responsáveis não estarem em condições de ter a guarda delas.

"A ideia é que voltem para a família, mas muitos se sentem abandonados, carregam sofrimento e não querem voltar para família, aí ficam no abrigo e vão para adoção ou para apadrinhamento afetivo", explica a coordenadora.


Reproduzido por: Lucas H.

Nenhum comentário: