segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Amor que vem do coração e cresce puro (Reprodução)

06/10/2017

Fonte: Jornal Arauto
Somos uma família para sempre”, é o que sempre diz o pequeno garoto de sorriso fácil Róger Gabriel Kopp, de quatro anos e oito meses. O menino foi adotado pelo casal Marceli Gassen, de 41 anos e Claudimir Kopp, de 45, há pouco mais de dois anos.

Mesmo sem entender muito o significado da palavra adoção, o carinho e o amor incondicional dos pais fazem com que Róginho, como é chamado carinhosamente pela família, se sinta um verdadeiro filho de sangue e como se tivesse sido gerado pelos próprios pais. 

A família, moradora do bairro Arco-Íris, que hoje vive feliz e realizada com a chegada de Róger, teve uma longa jornada até que isso fosse possível. Após duas fertilizações in vitro sem sucesso, foram oito anos na fila de espera para adoção. No entanto, foi como era para ser: a notícia veio em boa hora, quando Marceli realizou sua primeira quimioterapia para vencer o câncer de mama.  

A vera-cruzense estava encostada quando recebeu a ligação do Fórum. “Me disseram que tinha um menino de 2 anos e 4 meses, com saúde perfeita. A ligação ocorreu uma semana antes do Dia das Mães”, recorda. Imediatamente, Marceli ligou para o marido. Ao final do dia, o casal foi até o Fórum pegar autorização para ir até a Copame ver o menino. No dia seguinte, logo cedo, lá estavam Marceli e Claudimir. “Foi amor à primeira vista”, conta a mãe coruja. A partir dali, nascia o verdadeiro amor de pais e filho. 

Mas até que pudessem levar Róger para casa, para o convívio familiar, o casal precisou acompanhá-lo e conhecê-lo melhor. Foram visitas diárias, que duravam, em média, uma hora, às vezes um pouco mais. “O tempo passava muito rápido. Ficávamos com o coração partido na hora de irmos embora, com vontade de voltar”, revela Marceli. Ao final, foram duas semanas de adaptação até que Róger pudesse, enfim, estar em casa, com a família. 

À espera da adoção, casal sonha com a chegada de uma menina

Enquanto para uns a espera para adotar um filho já teve um final feliz, para outros é apenas  o início e uma oportunidade para recomeçar a vida. É o caso de Odilo e Bernadete Lisete Finkler, moradores do bairro Imigrante, que no próximo mês completam três anos na lista de espera. Apesar da angústia, para Bernadete, de 53 anos, uma hora o grande dia vai chegar e ela nunca deixa de sonhar com este momento. “A única coisa que nunca podemos perder é a esperança”, diz.

Mas o que levou o casal a pensar em adoção? Há quase seis anos, Bernadete e Odilo perderam o filho único, Douglas Daniel, em um acidente de carro. Após a perda, o casal começou tratamentos para que Bernadete pudesse engravidar. Foram dois anos de tentativas, até que um dia, na empresa em que a aposentada trabalhava, a médica lhe questionou sobre a possibilidade de adoção. “Cheguei em casa e comentei com o Odilo. Porque não fazer o bem para uma criança?”, indagou na época. 

A partir daí, Bernadete e Odilo - produtor de vassouras, foram em busca de informações do que seria necessário para se habilitar para adoção. Cadastrados, já receberam três ligações. No entanto, nenhuma que lhes trouxesse uma menina, desejo do casal. “Na primeira vez, era para adotar um guri, entre 7 e 8 anos. Depois eram irmãos de 9 e 12 anos. Na terceira vez, também irmãos de 9, 12 e 15 anos”, recorda Odilo. “Infelizmente não temos estrutura e condições para tantas crianças e depois de termos um filho guri, gostaríamos de ter experiência com uma menina”, completa.  

Exigências interferem na adoção

Mais do que dar um lar para uma criança, a adoção é um ato de amor e carinho. Sobretudo, é a construção de uma família. No ano passado, 1.226 crianças e adolescentes foram adotados no Brasil por meio do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), coordenado pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre os estados com maior número de adoções esteve o Rio Grande do Sul. 

Conforme dados repassados pela Coordenadoria da Infância e da Juventude do Rio Grande do Sul, em 2016 foram sentenciados 898 processos de adoção. Atualmente, o estado tem 606 crianças e adolescentes para adoção. Desses, 343 são do sexo masculino, o que representa 56,6% e 263 do sexo feminino, 43,4%. Os dados estatísticos também apontam que na faixa etária entre 0 e 7 anos e 11 meses, as crianças não permanecem disponíveis por muito tempo, exceto quando apresentam problemas graves de saúde ou pertencem a grupos de irmãos (confira detalhes sobre perfil de crianças disponíveis para adoção na tabela). 

A procura por crianças menores é confirmada em Vera Cruz. A preferência é por criança branca, indiferente de sexo, com menos de dois anos, afirma o juiz Marcelo da Silva Carvalho, da Comarca local. “Nesta faixa etária não fica muito tempo para adoção. Mas a preferência maior ainda é por bebê”, diz.

Quer saber mais sobre a conquista de adotar e à espera, bem como informações sobre como adotar uma criança? Confira a reportagem especial na edição impressa desta sexta-feira, do Nosso Jornal.

Original disponível em: http://www.jornalarauto.com.br/Pages/54099/Amor-que-vem-do-coracao-e-cresce-puro#.Wdu-obpFzIV

Reproduzido por: Lucas H. 

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