04/10/2017
Duas mulheres e um homem, suspeitos de negociar a venda de um bebê ainda em gestação, foram presos nesta quarta-feira (4) em Pinhal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, e em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Outro homem já tinha sido preso no final de setembro por participar do esquema.
Duas mulheres e um homem, suspeitos de negociar a venda de um bebê ainda em gestação, foram presos nesta quarta-feira (4) em Pinhal, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, e em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Outro homem já tinha sido preso no final de setembro por participar do esquema.
Segundo a delegada Ana Tarouco, a negociação foi descoberta após uma vítima de Santana do Livramento, na Fronteira com Uruguai, discordar do pagamento de R$ 100 mil por uma criança. "Ela disse que não iria pagar porque era um crime."
Uma mulher de 44 anos, considerada líder do grupo criminoso, conheceu a jovem do interior do estado pela internet quando ela relatou que queria adotar uma criança.
"Elas começaram a conversar e a intermediária disse que conhecia várias mães, que não tinham condições de criar as crianças. Disse que tinha uma criança que nascia em janeiro. Inicialmente, não havia referência a valores", salienta a delegada.
A mulher se apresentava como assistente social e fez a intermediação entre a mãe, de 19 anos, moradora de Canoas, que não teria condições de ficar com seu filho por motivos financeiros, e a mulher interessada em adotar.
A mulher de Santana do Livramento chegou a viajar para Canoas pouco antes de o bebê nascer. Com a negativa o pagamento na negociação, a mãe biológica sugeriu baixar o valor para R$ 6 mil, o que também não foi aceito.
A vítima passou a desconfiar do esquema ainda antes do nascimento, ao analisar a documentação do pré-natal, na qual constava o nome da intermediária. Segundo a delegada, a mulher se passava por outra pessoa para facilitar a futura doação da criança.
Após o nascimento, o menino foi registrado com o nome do marido da intermediária. De acordo com a delegada, o grupo era organizado. Encaminhava à vítima, inclusive, ecografia e documentação, como o registro do bebê. Todos os documentos eram fraudados.
"É estranho como, ao longo de processo, ninguém verificou documentação. Uma tem 19 anos e outra 44 anos", observa a delegada. O outro homem preso é namorado da gestante e foi detido pela Brigada Militar em 29 de setembro também por participar do esquema.
A delegada suspeita que tenham ocorrido outros casos de negociação de crianças. A investigação começou no fim de 2015.
Os quatro vão responder por estelionato, associação criminosa e ainda por "prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa", segundo o artigo 238 do Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA).
Original disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/tres-pessoas-sao-presas-por-negociar-bebe-no-rio-grande-do-sul.ghtml
Reproduzido por: Lucas H.
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