14 de Agosto de 2017
Na cidade de João Pessoa existem, atualmente, dez instituições de acolhimento para crianças que aguardam adoção, das quais seis são administradas pelo governo municipal. Nesses abrigos, encontram- se 77 crianças, estando 46 delas disponíveis para receber cuidados, carinho, amor e educação. À primeira vista, o número espanta: afinal, por que uma quantidade tão pequena de crianças ainda não recebeu um lar quando 484 pessoas já encontram-se aptas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA)?
De acordo com Lenilde Cordeiro, presidente do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa (GEAD/JP), as pessoas são muito criteriosas ao entrar na fila de adoção e, portanto, procuram perfis muito específicos. "A grande maioria, dos quase quarenta mil pretendentes cadastrados (Brasil), prefere crianças que tenham, no máximo, até cinco anos de idade, que sejam do sexo feminino, de cor branca ou parda, que sejam saudáveis e que não pertençam a um grupo de irmãos", esclarece.
Ao realizar uma rápida consulta ao CNA, será fácil encontrar as características procuradas pelos pretendentes. Levando em conta os dados de todo o país, temos 7.446 candidatos que só desejam crianças brancas para 2.058 que aceitam crianças de outras raças (negras, amarelas, pardas e indígenas); e 10.747 que só querem adotar meninas para 3.291 que só querem adotar meninos. Além disso, 25.694 não aceitam adotar irmãos, enquanto 12.465 aceitam.
Quanto à idade, até os 5 anos, os números de pretendentes são superiores a 5 mil; a partir dos 6, entretanto, o número entra em queda constante. O fator tempo também é levado em consideração. Na Paraíba, todo o processo de habilitação para adotar leva, em média, seis meses. Contudo, o tempo de espera por uma criança pode levar de três meses a vários anos, dependendo do perfil que foi escolhido ao realizar o cadastro. Essa espera pode ser desestimulante e leva muitos a desistirem da ideia de adotar, até mesmo recusando uma criança quando ela finalmente aparece.
No caso dos pretendentes conhecerem uma determinada criança e verem que ela não se enquadra no perfil, o CNA permite uma modificação no registro. Lenilde ainda responsabiliza o poder público por tantas crianças permanecerem sem lar. "O poder público não investe na preparação dos pretendentes, após a qual, eles superam os preconceitos, perdem o medo e passam a ampliar o perfil do filho sonhado, aceitando as crianças reais, que esperam por uma família nas instituições de acolhimento", afirma a presidente do GEAD.
Outro aspecto que dificulta o processo de adoção é a demora das decisões judiciais, especialmente no que tange a destituição do poder familiar da família biológica. Apesar dessas dificuldades, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, em 2016, a Paraíba foi o segundo Estado do Nordeste em número de adoções e o oitavo do país.
Medida Pensando em transformar a mentalidade dos que sonham em ser pais de crianças e desconstruir preconceitos, Lenilde conta que os grupos de apoio à adoção, como o GEAD, mantém uma tarefa chamada "Busca ativa por famílias". O objetivo é levar o conhecimento aos pretendentes e fazê-los enxergar essas crianças e adolescentes que fogem de um perfil idealizado, fazendo com que conheçam uns aos outros e se apaixonem.
"Através da divulgação de perfis, pela internet, ou da promoção de encontros presenciais, entre pretendentes e adotandos, muitas adoções de crianças maiores e adolescentes têm se concretizado", relata sobre métodos e resultados.
Redação
Na cidade de João Pessoa existem, atualmente, dez instituições de acolhimento para crianças que aguardam adoção, das quais seis são administradas pelo governo municipal. Nesses abrigos, encontram- se 77 crianças, estando 46 delas disponíveis para receber cuidados, carinho, amor e educação. À primeira vista, o número espanta: afinal, por que uma quantidade tão pequena de crianças ainda não recebeu um lar quando 484 pessoas já encontram-se aptas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA)?
De acordo com Lenilde Cordeiro, presidente do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção de João Pessoa (GEAD/JP), as pessoas são muito criteriosas ao entrar na fila de adoção e, portanto, procuram perfis muito específicos. "A grande maioria, dos quase quarenta mil pretendentes cadastrados (Brasil), prefere crianças que tenham, no máximo, até cinco anos de idade, que sejam do sexo feminino, de cor branca ou parda, que sejam saudáveis e que não pertençam a um grupo de irmãos", esclarece.
Ao realizar uma rápida consulta ao CNA, será fácil encontrar as características procuradas pelos pretendentes. Levando em conta os dados de todo o país, temos 7.446 candidatos que só desejam crianças brancas para 2.058 que aceitam crianças de outras raças (negras, amarelas, pardas e indígenas); e 10.747 que só querem adotar meninas para 3.291 que só querem adotar meninos. Além disso, 25.694 não aceitam adotar irmãos, enquanto 12.465 aceitam.
Quanto à idade, até os 5 anos, os números de pretendentes são superiores a 5 mil; a partir dos 6, entretanto, o número entra em queda constante. O fator tempo também é levado em consideração. Na Paraíba, todo o processo de habilitação para adotar leva, em média, seis meses. Contudo, o tempo de espera por uma criança pode levar de três meses a vários anos, dependendo do perfil que foi escolhido ao realizar o cadastro. Essa espera pode ser desestimulante e leva muitos a desistirem da ideia de adotar, até mesmo recusando uma criança quando ela finalmente aparece.
No caso dos pretendentes conhecerem uma determinada criança e verem que ela não se enquadra no perfil, o CNA permite uma modificação no registro. Lenilde ainda responsabiliza o poder público por tantas crianças permanecerem sem lar. "O poder público não investe na preparação dos pretendentes, após a qual, eles superam os preconceitos, perdem o medo e passam a ampliar o perfil do filho sonhado, aceitando as crianças reais, que esperam por uma família nas instituições de acolhimento", afirma a presidente do GEAD.
Outro aspecto que dificulta o processo de adoção é a demora das decisões judiciais, especialmente no que tange a destituição do poder familiar da família biológica. Apesar dessas dificuldades, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, em 2016, a Paraíba foi o segundo Estado do Nordeste em número de adoções e o oitavo do país.
Medida Pensando em transformar a mentalidade dos que sonham em ser pais de crianças e desconstruir preconceitos, Lenilde conta que os grupos de apoio à adoção, como o GEAD, mantém uma tarefa chamada "Busca ativa por famílias". O objetivo é levar o conhecimento aos pretendentes e fazê-los enxergar essas crianças e adolescentes que fogem de um perfil idealizado, fazendo com que conheçam uns aos outros e se apaixonem.
"Através da divulgação de perfis, pela internet, ou da promoção de encontros presenciais, entre pretendentes e adotandos, muitas adoções de crianças maiores e adolescentes têm se concretizado", relata sobre métodos e resultados.
Redação
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