quarta-feira, 1 de novembro de 2017

“Se seu vizinho dorme com um homem e isso incomoda a você, procure ajuda. Você não está bem” (Reprodução)



ARTIGO DE OPINIÃO – Todos têm liberdade de lutar pelos seus direitos. Os negros, as mulheres e os trabalhadores, outrora, enfrentaram críticas das mais diversas ordens. O intuito era impor a ideia de que brancos, donos dos meios de produção e homens tinham mais direitos. Atualmente, a “bola da vez” são os homossexuais.

Definitivamente, não existe a ideia de “querer impor a homossexualidade”. Ninguém luta pelo direito de fazer sexo anal em via pública. Contudo, qual o problema se dois homens forem vistos beijando na boca?

Ninguém luta pelo direito a privilégios no sistema de saúde. Entretanto, qual o problema de um travesti ser chamado de “Samantha” pelo enfermeiro da triagem de um pronto-socorro?
O que se quer é que em meio a uma vida de discriminação, tristeza, agonia, depressão, que tem a ver com preconceitos e violência que o gay sofre durante anos e anos, que ele tenha “sim” o direito a um acompanhando psicológico e psiquiátrico, como qualquer pessoa. Não para “curá-lo”, e sim para que ele se aceite como é. De preferência que esse serviço médico seja de graça e de qualidade.

O que tem a ver aceitar e respeitar o gay com o “fim da família”? O gay faz parte da família. Ele não é um intruso.

Qual o problema em um gay adotar uma criança? Alguns responderão: a criança vai estar exposta a um mundo de orgias, depravações e promiscuidade. Será?

Não é o gay que é promíscuo, e sim o homem (seja hétero ou gay). A ânsia de trair o parceiro ou parceira com o primeiro ou a primeira que aparecer na frente é uma característica masculina que tem a ver cultura na qual estamos inseridos.

É claro que há homens (héteros ou gays) que fogem à “regra”, mas, sexualmente ativos, não são muitos que resistem a uma belo “rabo de saia” (no caso dos heterossexuais) ou a um “deus grego” (no caso dos gays).    

Por uma fatalidade, uma criança poderia pegar o pai (heterossexual) fazendo sexo com uma vizinha. Contudo, tal situação seria um erro do “chefe da família”, e esse pai tem de responder por tal ato.
No mundo gay é a mesma coisa. Tenho absoluta certeza de que qualquer casal (seja hétero ou gay) que lute para adotar uma criança, faria de tudo para educá-la da melhor forma possível, longe de promiscuidade, drogas etc. Os lapsos na educação de uma criança são exceções e não regras.

Outros dirão: “com os pais gays, a criança também será homossexual”.

Ora! Ninguém se torna gay porque optou ou porque viu e “achou bonito”.
Quem opta por uma vida de preconceitos, dificuldades e discriminação? Quem opta pelo sofrimento? Sim, sofrimento! Na infância e adolescência, principalmente, homossexuais comem o “pão que o diabo amassou”. Quem quer isso?

A pessoa é gay porque simplesmente é gay. Faz parte da natureza humana ser gay. Vários estudos dão conta de que fatores genéticos fazem com que a pessoa seja homossexual. Veja o vídeo que postei nesta página com a explanação de Eli Vieira, atualmente doutor em genética pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Ele explica a situação com riqueza de detalhes, trazendo inclusive estudos científicos.

Segundo o doutor Eli, uns se tornam gays mais cedo, outros mais tarde porque alguns genes “se despertam” em diferentes fases da vida.

Uma coisa é certa: todos nós tivemos na infância um amiguinho que muitos juravam que ele era gay. E na maioria das vezes, esse amigo “confirma” sua homossexualidade na fase adulta. Ele não pediu para nascer assim. Ele, simplesmente, nasceu.

Trata-se de uma doença então? Não! Mil vezes não! A Organização Mundial da Saúde hoje abomina essa ideia.

Mas por que existem diferentes tipos de LGBTs? Ora! As pessoas são diferentes. Têm razões diversas para serem “assim ou assado”.

A natureza humana é complexa. Difícil entendê-la sob o ponto de vista de uma Bíblia por exemplo. Um livro que começou a ser escrito há centenas de anos depois da morte de Jesus Cristo (diferentemente do que pregam os religiosos).

Tenho dificuldade de discutir qualquer coisa sob à luz da Bíblia. Sou ateu. Não creio em Deus nem sequer acredito que o Jesus Histórico tenha existido, quanto mais o Jesus Cristo (o messias, filho de Deus).

A Bíblia não somente condena o homossexual, mas apoia a escravidão (Gênesis 17:12,  Êxodo 12:43-45,  Êxodo 21:1-6,  Êxodo 21:20-21,  Êxodo 21:32, Levítico 22:10-11, Levítico 25:44-46, Lucas 7:2-10 etc).

Ou seja, trata-se de um livro repleto de disparates. Há uma brincadeira entre ateus (que somente existe no mundo da retórica) que é a seguinte: “vamos abrir a Bíblia em qualquer página e fazer exatamente o que manda o livro sagrado. O último a ser preso, ganha o jogo”.

Pois é! O que quero dizer aqui é que a Bíblia é uma publicação questionável. As partes que convêm são divulgadas, e as que não são convenientes são, digamos, esquecidas.

Não quero neste texto me ater à Bíblia, voltemos então à homossexualidade.

Imagina um “homem” que se sente em um corpo que não é dele. Que nasceu, por exemplo, com um pênis, mas sofre por causa disso. Ele sonha em ter uma vagina. Falo dos transexuais especificamente.
Esses trans precisam continuar sofrendo porque a sociedade assim determina? Ou eles têm o direito de ser o que quiserem?

Não sou gay. Não milito pela causa LGBT. Sinceramente, tenho até um pouco de preguiça dessa discussão. Sou de direita, e não de esquerda. Não me importaria se um filho meu fosse homossexual. Todavia, eu ficaria muito chateado se ele fosse triste.

Mesmo eu achando que alguns drag queens, por exemplo, não precisariam necessariamente “andar montadas” em plena Praça Sete, ao meio-dia, no Centro de Belo Horizonte, isso não me dá o direito de insultá-las ou de desejar o mal a elas.

Guardo os meus preconceitos dentro de mim, não costumo expô-los. Trata-se de uma luta diária comigo mesmo.

Não gosto de barulho, por exemplo, mas isso não me dá o direito de querer acabar com um culto evangélico que não esteja me incomodando, de maneira veemente, dentro de minha casa.

Posso e devo me posicionar dentro de um limite. Não preciso e não quero acordar com a propaganda de um supermercado em um carro de som às 7h, com um barulho ensurdecedor, mas caso o som esteja moderado, e eu for acordado às 9h, paciência.

Tenho direito a ser feliz da mesma forma que meu próximo. Lembrando que entre mim e ele não existe nada, absolutamente nada, de semelhante. Mesmo assim, tenho de respeitá-lo e aceitá-lo.

Caso a vida sexual do meu vizinho gay, por exemplo, doa em mim, só me cabe procurar ajuda médica, como diz Drauzio Varella no vídeo a seguir postado nesta página. Inclusive, a frase do título deste artigo é deste renomado médico.

Em tempo: sobre a identidade de gênero nas instituições de ensino, qual o problema de o assunto ser discutido?

O que não pode é continuar com os casos de bullying, e a escola nada fazer. Que a criança cometa preconceitos, é até aceitável. Entretanto, identificadas as brincadeiras ofensivas, violência moral ou física entre alunos, as escolas e as famílias têm de combatê-las.
E que possamos ter um pouco mais de paz, e de respeito com as diferenças. 


Reproduzido por: Lucas H.

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