segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Conselho alega superlotação em abrigos com crianças abandonadas (Reprodução)

08/12/2016
O Conselho Tutelar de São Carlos (SP) afirma que há superlotação nos dois abrigos da cidade, um com crianças de zero a 5 anos e outro de 5 a 18 anos incompletos. “A casa hoje está com o número de crianças e adolescentes maior do que é feito no convênio", afirmou o conselheiro Giovani Astolpho.

A prefeitura rebate e alega que não existe superlotação. Segundo a administração municipal, o número de adolescentes e crianças varia todos os dias, conforme o encaminhamento da Justiça ou do conselho. Ainda segundo a prefeitura, a estrutura é planejada para atender 60 crianças, número que pode ser ampliado em 10%, conforme a necessidade. Atualmente, são 54 atendidos.
Acolhimento
O conselheiro explicou que o tempo que as crianças e adolescentes ficam no abrigo é relativo. Quando eles chegam, é montado o Plano Individual de Atendimento (PIA) para avaliar o que será feito, como tentar devolvê-los para o seio familiar ou para a família extensa, que são avós, tios ou parentes que tenham o interesse de recebê-los.

O protocolo foi criado com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que recebe casos em situação extrema, como risco de morte e abuso, por exemplo. O conselho faz o acolhimento e encaminha as informações ao Creas para avaliação. Mesmo no processo de adoção, que leva cerca de dois anos, são feitas várias tentativas de reinserir a criança ou o adolescente na família.

Só que muitos desses acolhimentos, na visão dos conselheiros, poderiam ser evitados se outros órgãos de atendimento a crianças, adolescentes e famílias da cidade tivessem um trabalho mais efetivo. Para eles, as falhas na rede ajudam a explicar a superlotação.

"Com a falta do trabalho efetivo de outros órgãos, muitas vezes não conseguimos evitar que o acolhimento aconteça. Lembrando que o conselho não faz o acolhimento, quem faz é sempre o juiz. O conselho pode fazer em situações extremas, quando a criança corre risco de vida", disse o conselheiro Leandro Dantas.

"Nos sentimos de mão atadas. Acredito que se tivéssemos esses equipamentos funcionando corretamente muitos desses acolhimentos poderiam ser evitados", explicou Astolpho.

Original disponível em: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/12/conselho-alega-superlotacao-em-abrigos-com-criancas-abandonadas.html

Reproduzido por: Lucas H.

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