25/12/2016
“Ele falou que não gostava de mim por eu ser adotada.” A frase emocionada é da estudante Maria Júlia Mignone de Paula, 11, e foi dita por um coleguinha da escola. Mas ela decidiu que melhor do que ficar triste era dar um basta à situação de forma criativa. Nascia assim o Projeto Coração, criado por ela para abordar o tema entre os pequenos de forma divertida.
Apesar da pouca idade, Maria Júlia fala do tema como gente grande. “Explico o que é adoção e falo que todos somos iguais. É muito importante as crianças aprenderem, pois quando crescerem, talvez possam ser pais adotivos”, diz.
Timidez é uma palavra que inexiste no dicionário da palestrante mirim. Ela já palestrou para os colegas da escola, do curso de idiomas e da igreja. “Não sinto nem um pingo de vergonha de falar para muita gente, e quem quiser a minha palestra é só me pedir que eu apresento”, diverte-se.
O projeto foi criado em outubro com a ajuda dos pais, os administradores Hosmar Júnior, 41, e Patrícia Mignone, 40. Ele diz que ficou surpreso com a atitude da filha. “Ela teve um pensamento muito maior do que a discriminação que vivenciou. Ela é uma menina muito autêntica, que luta por aquilo que acredita”, conta Hosmar.
No dia em que foi discriminada, a estudante comentou com a mãe o ocorrido. “E durante aquela noite ela não dormiu. No dia seguinte, comentou que tinha criado um projeto para incentivar a adoção e para as pessoas entenderem que uma criança adotada é como outra qualquer. Sentamos com ela e a ajudamos a concluir”, conta orgulhosa.
E as palestras já estão surtindo efeito. “Uma mãe da nossa igreja, que já tem uma filha biológica e não consegue mais engravidar, decidiu entrar na fila de adoção ” diz Patrícia animada.
Milagre
Desde bebê, Maria Júlia já se mostrou guerreira. Aos três meses, quando foi adotada pela família Mignone de Paula, foi diagnosticada com Comunicação Interventricular (CIV), doença caracterizada pela ausência da parede que divide os tecidos do coração.
Foi preciso uma cirurgia urgente, no valor de R$ 40 mil, quantia que a família não possuía no momento. Patrícia viu-se na iminência de perder a tão desejada filha. O valor foi dado de presente a Maria Júlia pelos avós maternos.
Patrícia já tinha tido quatro abortos. Partiu para a adoção não porque não tinha saída, mas sim porque sempre teve esse desejo. Ela conta que quando chegou ao Conselho Tutelar para buscá-la, foi amor à primeira vista.
Origem
Maria Júlia sempre soube que é adotada, o que para ela pouco importa, já que o amor que sente pelos pais e o irmão, o estudante Pedro Mignone de Paula, 8, supera qualquer laço sanguíneo.
Patrícia lembra que, coincidência ou não, o tempo de espera por Maria Júlia foi de exatos nove meses. “E quando ela chegou, foi uma alegria, depois de tanta dor. Ela me ensinou a ser mãe, me ensinou que amor não tem cor, não tem sangue, que não existe filho biológico e do coração, existe filho.”
Original disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/12/menina-de-11-anos-cria-projeto-para-incentivar-adocao-no-es.html
“Ele falou que não gostava de mim por eu ser adotada.” A frase emocionada é da estudante Maria Júlia Mignone de Paula, 11, e foi dita por um coleguinha da escola. Mas ela decidiu que melhor do que ficar triste era dar um basta à situação de forma criativa. Nascia assim o Projeto Coração, criado por ela para abordar o tema entre os pequenos de forma divertida.
Apesar da pouca idade, Maria Júlia fala do tema como gente grande. “Explico o que é adoção e falo que todos somos iguais. É muito importante as crianças aprenderem, pois quando crescerem, talvez possam ser pais adotivos”, diz.
Timidez é uma palavra que inexiste no dicionário da palestrante mirim. Ela já palestrou para os colegas da escola, do curso de idiomas e da igreja. “Não sinto nem um pingo de vergonha de falar para muita gente, e quem quiser a minha palestra é só me pedir que eu apresento”, diverte-se.
O projeto foi criado em outubro com a ajuda dos pais, os administradores Hosmar Júnior, 41, e Patrícia Mignone, 40. Ele diz que ficou surpreso com a atitude da filha. “Ela teve um pensamento muito maior do que a discriminação que vivenciou. Ela é uma menina muito autêntica, que luta por aquilo que acredita”, conta Hosmar.
No dia em que foi discriminada, a estudante comentou com a mãe o ocorrido. “E durante aquela noite ela não dormiu. No dia seguinte, comentou que tinha criado um projeto para incentivar a adoção e para as pessoas entenderem que uma criança adotada é como outra qualquer. Sentamos com ela e a ajudamos a concluir”, conta orgulhosa.
E as palestras já estão surtindo efeito. “Uma mãe da nossa igreja, que já tem uma filha biológica e não consegue mais engravidar, decidiu entrar na fila de adoção ” diz Patrícia animada.
Milagre
Desde bebê, Maria Júlia já se mostrou guerreira. Aos três meses, quando foi adotada pela família Mignone de Paula, foi diagnosticada com Comunicação Interventricular (CIV), doença caracterizada pela ausência da parede que divide os tecidos do coração.
Foi preciso uma cirurgia urgente, no valor de R$ 40 mil, quantia que a família não possuía no momento. Patrícia viu-se na iminência de perder a tão desejada filha. O valor foi dado de presente a Maria Júlia pelos avós maternos.
Patrícia já tinha tido quatro abortos. Partiu para a adoção não porque não tinha saída, mas sim porque sempre teve esse desejo. Ela conta que quando chegou ao Conselho Tutelar para buscá-la, foi amor à primeira vista.
Origem
Maria Júlia sempre soube que é adotada, o que para ela pouco importa, já que o amor que sente pelos pais e o irmão, o estudante Pedro Mignone de Paula, 8, supera qualquer laço sanguíneo.
Patrícia lembra que, coincidência ou não, o tempo de espera por Maria Júlia foi de exatos nove meses. “E quando ela chegou, foi uma alegria, depois de tanta dor. Ela me ensinou a ser mãe, me ensinou que amor não tem cor, não tem sangue, que não existe filho biológico e do coração, existe filho.”
Original disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/12/menina-de-11-anos-cria-projeto-para-incentivar-adocao-no-es.html
Reproduzido por: Lucas H.
Nenhum comentário:
Postar um comentário