12/09
Quando tinha meus 12 anos costumava ser coroinha nas missas das 10 horas que Frei Vicente rezava todos os domingos na Clínica São Vicente, na Gávea. Li outro dia do cardiologista, médico consagrado e dono da clínica uma declaração que me estarreceu. Disse Dr. Luiz Roberto Londres que o verdadeiro médico só com uma conversa tem 90% de chance para um diagnóstico correto. E que atualmente os médicos não mais examinam os pacientes, limitando-se a prescrever remédios e exames porque os laboratórios dão comissão para os médicos e os planos de saúde ditam as regras da atividade médica.
Essa denúncia, grave e corajosa, merecia o mesmo empenho que o Ministério Público está dedicando ao combate à corrupção porque atinge a vida e a saúde de milhões de pacientes sujeitos a essa negociata ora denunciada. Mas não foi essa a grande notícia do Dr. Londres, e sim o movimento de solidariedade dos médicos que se dedicam através do Instituto Medicina e Cidadania a ofertar sua inteligência e trabalho aos mais necessitados. Além disso tem estimulado jovens médicos a essa prática solidária que ensina aos novos médicos a agirem com honestidade, transparência, dignidade, espírito de amizade e compaixão com os mais necessitados.
Hipócrates inspirou a criação desse serviço que cuida da saúde do ser humano e coletividade, sem discriminação de qualquer natureza. Por tanto o alvo da atenção de todo médico deve ser a saúde do ser humano em benefício do qual deve agir com todo zelo e o melhor de sua capacidade profissional. Esse exemplo de solidariedade já vem de longe de nossa história quando em 1562 o Padre José de Anchieta fundou a Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro, Portanto há 535 anos que médicos consagrados e renomados se dedicam a cuidar dos pacientes pobres gratuitamente.
Hoje com grandes dificuldades financeiras, a Santa Casa de Misericórdia ainda conta com os melhores médicos que dedicam seus serviços a esse gesto de solidariedade. Com uma história rica e exemplar, onde também são pioneiros nos cuidados com as crianças abandonadas do Brasil, inspiram a criação de outros serviços voluntários e gratuitos nesse momento de crise onde as maiores vítimas são os mais vulneráveis e pobres.
* desembargador do Tribunal de Justiça e membro da Associação Juízes para a democracia.
Quando tinha meus 12 anos costumava ser coroinha nas missas das 10 horas que Frei Vicente rezava todos os domingos na Clínica São Vicente, na Gávea. Li outro dia do cardiologista, médico consagrado e dono da clínica uma declaração que me estarreceu. Disse Dr. Luiz Roberto Londres que o verdadeiro médico só com uma conversa tem 90% de chance para um diagnóstico correto. E que atualmente os médicos não mais examinam os pacientes, limitando-se a prescrever remédios e exames porque os laboratórios dão comissão para os médicos e os planos de saúde ditam as regras da atividade médica.
Essa denúncia, grave e corajosa, merecia o mesmo empenho que o Ministério Público está dedicando ao combate à corrupção porque atinge a vida e a saúde de milhões de pacientes sujeitos a essa negociata ora denunciada. Mas não foi essa a grande notícia do Dr. Londres, e sim o movimento de solidariedade dos médicos que se dedicam através do Instituto Medicina e Cidadania a ofertar sua inteligência e trabalho aos mais necessitados. Além disso tem estimulado jovens médicos a essa prática solidária que ensina aos novos médicos a agirem com honestidade, transparência, dignidade, espírito de amizade e compaixão com os mais necessitados.
Hipócrates inspirou a criação desse serviço que cuida da saúde do ser humano e coletividade, sem discriminação de qualquer natureza. Por tanto o alvo da atenção de todo médico deve ser a saúde do ser humano em benefício do qual deve agir com todo zelo e o melhor de sua capacidade profissional. Esse exemplo de solidariedade já vem de longe de nossa história quando em 1562 o Padre José de Anchieta fundou a Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro, Portanto há 535 anos que médicos consagrados e renomados se dedicam a cuidar dos pacientes pobres gratuitamente.
Hoje com grandes dificuldades financeiras, a Santa Casa de Misericórdia ainda conta com os melhores médicos que dedicam seus serviços a esse gesto de solidariedade. Com uma história rica e exemplar, onde também são pioneiros nos cuidados com as crianças abandonadas do Brasil, inspiram a criação de outros serviços voluntários e gratuitos nesse momento de crise onde as maiores vítimas são os mais vulneráveis e pobres.
* desembargador do Tribunal de Justiça e membro da Associação Juízes para a democracia.
Original disponível em: http://m.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2017/09/12/a-solidariedade-dos-medicos/
Reproduzido por: Lucas H.
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