13 Agosto 2016
Folha do Oeste
Maus tratos. Negligência. Famílias desestruturadas ou destruídas pelo vício.
Discriminação de diversos tipos. Esses são apenas alguns motivos que levam pais a desampararem seus filhos.
Nessa data especial, descobrimos que verdadeiros pais não são aqueles que nos concebem, mas aqueles que criam e acompanham, ao longo de toda a vida, com amor e carinho. Exemplos como esse, é que nos fazem pensar que uma relação entre filhos e pais vai muito além do sangue que se tem em comum. É uma afetividade que cresce progressivamente no coração de cada um.
Adelar Roque Kunrath, subtenente da Polícia Militar da reserva remunerada sempre esteve envolvido com programas sociais. Pai de dois filhos biológicos de um relacionamento anterior, sempre esteve presente e atuante na vida das crianças.
Em Florianópolis, Adelar e a atual esposa, Inês T. Herbert, participaram como voluntários da Campanha Adoção - Laços de Amor, realizada em Santa Catarina por uma parceria entre a Assembleia Legislativa e demais órgãos públicos.
A campanha tem por objetivo garantir maior agilidade nos processos, e a sensibilização social acontece através da divulgação de histórias reais, visando auxiliar os planos de futuros pais e mães, ampliando seu olhar para crianças mais velhas e adolescentes.
Adelar e Inês auxiliavam as instituições de acolhimento, em um projeto denominado “Padrinhos do Sorriso”, que consistia em auxiliar e levar crianças para casa, onde brincavam e se divertiam com elas.
Depois de muita conversa e reflexões optaram por entrar com um processo de adoção, já que vivenciavam a experiência com as crianças.
Em Santa Catarina, há cerca de 1600 crianças em instituições de acolhimento, muitas já aptas para a adoção. A maioria, no entanto, tem acima de oito anos, o que contraria o desejo de boa parte daqueles que pretendem adotar. Entre os que planejam acolher em seus corações, vidas e lares um filho adotivo, aproximadamente 90% quer uma criança de até três anos.
Com essa realidade escancarada, a vida presenteou Adelar e Inês com dois meninos, Eduardo e Nicolas, de quatro e cincos anos, respectivamente.
Em menos de cinco meses, o casal conseguiu a guarda das crianças.
“Quando pegamos os meninos, liguei para meus filhos biológicos e fomos todos passar o Dia dos Pais juntos, para integrar o Eduardo e o Nicolas à nova família”, comenta Adelar.
Na primeira semana, houve uma adaptação por parte da família e também dos meninos. “No início, eles nos chamavam de tio e tia. E começamos a incentivar e recompensar se nos chamassem da forma correta. Uma semana depois já estavam chamando de pai e mãe”, relembra Adelar.
O destino se encarregou de completar a vida do casal.
“Lembro que quando nós (eu e minha esposa) fazíamos compras em um supermercado próximo de casa, havia uma mãe com duas crianças pequenas pedindo esmola, ajuda. Futuramente, descobrimos que aquelas crianças eram o Nicolas e o Eduardo”, comenta.
A nova família, que agora reside em Guaraciaba, mantém contato com outros dois irmãos de Eduardo e Nicolas, que também foram adotados por um casal do litoral de Florianópolis.
Dificuldades fizeram parte do caminho percorrido até aqui. De acordo com Adelar, as pessoas não entendem as tantas exigências feitas pela justiça para conceder a guarda às famílias.
“A justiça é muito cuidadosa e muitas pessoas criticam a demora porque elas não sabem a complexidade do processo. Estamos lidando com vidas, com sentimentos”, enfatiza. Além disso, existe a demora devido à burocracia envolvida no processo de adoção.
Quando perguntado como é ser pai, Adelar é direto: “é a melhor coisa do mundo, não tem diferença em criar filhos biológicos ou adotivos, a criação e educação vem de casa, da forma como eu os trato”, explica.
O incentivo dos pais tem feito Eduardo e Nicolas se destacar na música. Com aulas de violão, canto e instrumentos, os meninos já fizeram apresentações em alguns municípios da região e abertura de shows nacionais, como de Chitãozinho e Xororó.
Com o nome artístico “Edywaz e Fogaça”, os irmãos de 10 e 11 anos interpretam músicas caipiras e se preparam para lançar uma canção que retrata a história de vida dos dois.
O pai Adelar, sempre presente, é fã número um dos filhos e o sorriso no rosto confirma. “O futuro está encaminhado, e eles são uma benção, educados, inteligentes e vieram para completar ainda mais a família. Eles sabem que podem contar comigo e que estarei sempre ao lado deles para apoiar, incentivar, e mostrar o caminho correto, cumprindo minhas obrigações de pai”, completa.
Que a família inspire muitas outras pessoas e que o sentimento de acolhimento, amor, doação se torne rotina em todos os lares, pois todos os dias adotamos pessoas que não tem nosso sangue e já possuem história. Amigos, cônjuges, pessoas que aceitamos amar independente de qualquer obstáculo. Que seja assim com a adoção também.
Original disponível em: http://www.folhadooeste.com.br/cidades/adotar-é-um-ato-de-amor-1.1929878
Reproduzido por: Lucas H.
Folha do Oeste
Maus tratos. Negligência. Famílias desestruturadas ou destruídas pelo vício.
Discriminação de diversos tipos. Esses são apenas alguns motivos que levam pais a desampararem seus filhos.
Nessa data especial, descobrimos que verdadeiros pais não são aqueles que nos concebem, mas aqueles que criam e acompanham, ao longo de toda a vida, com amor e carinho. Exemplos como esse, é que nos fazem pensar que uma relação entre filhos e pais vai muito além do sangue que se tem em comum. É uma afetividade que cresce progressivamente no coração de cada um.
Adelar Roque Kunrath, subtenente da Polícia Militar da reserva remunerada sempre esteve envolvido com programas sociais. Pai de dois filhos biológicos de um relacionamento anterior, sempre esteve presente e atuante na vida das crianças.
Em Florianópolis, Adelar e a atual esposa, Inês T. Herbert, participaram como voluntários da Campanha Adoção - Laços de Amor, realizada em Santa Catarina por uma parceria entre a Assembleia Legislativa e demais órgãos públicos.
A campanha tem por objetivo garantir maior agilidade nos processos, e a sensibilização social acontece através da divulgação de histórias reais, visando auxiliar os planos de futuros pais e mães, ampliando seu olhar para crianças mais velhas e adolescentes.
Adelar e Inês auxiliavam as instituições de acolhimento, em um projeto denominado “Padrinhos do Sorriso”, que consistia em auxiliar e levar crianças para casa, onde brincavam e se divertiam com elas.
Depois de muita conversa e reflexões optaram por entrar com um processo de adoção, já que vivenciavam a experiência com as crianças.
Em Santa Catarina, há cerca de 1600 crianças em instituições de acolhimento, muitas já aptas para a adoção. A maioria, no entanto, tem acima de oito anos, o que contraria o desejo de boa parte daqueles que pretendem adotar. Entre os que planejam acolher em seus corações, vidas e lares um filho adotivo, aproximadamente 90% quer uma criança de até três anos.
Com essa realidade escancarada, a vida presenteou Adelar e Inês com dois meninos, Eduardo e Nicolas, de quatro e cincos anos, respectivamente.
Em menos de cinco meses, o casal conseguiu a guarda das crianças.
“Quando pegamos os meninos, liguei para meus filhos biológicos e fomos todos passar o Dia dos Pais juntos, para integrar o Eduardo e o Nicolas à nova família”, comenta Adelar.
Na primeira semana, houve uma adaptação por parte da família e também dos meninos. “No início, eles nos chamavam de tio e tia. E começamos a incentivar e recompensar se nos chamassem da forma correta. Uma semana depois já estavam chamando de pai e mãe”, relembra Adelar.
O destino se encarregou de completar a vida do casal.
“Lembro que quando nós (eu e minha esposa) fazíamos compras em um supermercado próximo de casa, havia uma mãe com duas crianças pequenas pedindo esmola, ajuda. Futuramente, descobrimos que aquelas crianças eram o Nicolas e o Eduardo”, comenta.
A nova família, que agora reside em Guaraciaba, mantém contato com outros dois irmãos de Eduardo e Nicolas, que também foram adotados por um casal do litoral de Florianópolis.
Dificuldades fizeram parte do caminho percorrido até aqui. De acordo com Adelar, as pessoas não entendem as tantas exigências feitas pela justiça para conceder a guarda às famílias.
“A justiça é muito cuidadosa e muitas pessoas criticam a demora porque elas não sabem a complexidade do processo. Estamos lidando com vidas, com sentimentos”, enfatiza. Além disso, existe a demora devido à burocracia envolvida no processo de adoção.
Quando perguntado como é ser pai, Adelar é direto: “é a melhor coisa do mundo, não tem diferença em criar filhos biológicos ou adotivos, a criação e educação vem de casa, da forma como eu os trato”, explica.
O incentivo dos pais tem feito Eduardo e Nicolas se destacar na música. Com aulas de violão, canto e instrumentos, os meninos já fizeram apresentações em alguns municípios da região e abertura de shows nacionais, como de Chitãozinho e Xororó.
Com o nome artístico “Edywaz e Fogaça”, os irmãos de 10 e 11 anos interpretam músicas caipiras e se preparam para lançar uma canção que retrata a história de vida dos dois.
O pai Adelar, sempre presente, é fã número um dos filhos e o sorriso no rosto confirma. “O futuro está encaminhado, e eles são uma benção, educados, inteligentes e vieram para completar ainda mais a família. Eles sabem que podem contar comigo e que estarei sempre ao lado deles para apoiar, incentivar, e mostrar o caminho correto, cumprindo minhas obrigações de pai”, completa.
Que a família inspire muitas outras pessoas e que o sentimento de acolhimento, amor, doação se torne rotina em todos os lares, pois todos os dias adotamos pessoas que não tem nosso sangue e já possuem história. Amigos, cônjuges, pessoas que aceitamos amar independente de qualquer obstáculo. Que seja assim com a adoção também.
Original disponível em: http://www.folhadooeste.com.br/cidades/adotar-é-um-ato-de-amor-1.1929878
Reproduzido por: Lucas H.
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