quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Longo período de acolhimento antes de adoção é motivo de crítica na abertura de audiência (Reprodução)

08/08/2016

Uma apresentação dos objetivos da Comissão Especial da Família feita pelo seu presidente, deputado Missionário Volnei (PSC), deu início, na tarde desta segunda-feira (8) à audiência pública para tratar de três temas correlatos: o problema da demora na habilitação de interessados em adotar, a destituição do poder familiar e a importância da conscientização coletiva sobre a chamada adoção tardia.

No seu pronunciamento, Missionário Volnei registrou que a Comissão é pioneira na Assembleia Legislativa em se dedicar à análise do tema da adoção. Especificamente sobre os assuntos a serem tratados, o Missionário questionou a demora na destituição do poder familiar. “Quero saber também as razões que levam ao não cumprimento das regras do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que prevê o máximo de dois anos de acolhimento institucional, quando a maioria delas permanece até a maioridade na expectativa de ganhar uma família”, indagou.

Após, o relator da Comissão da Família, deputado Jeferson Fernandes (PT), fez breve descrição da audiência pública ocorrida na última sexta-feira em Santa Maria. Ele destacou o comprometimento de autoridades e comunidade local na celeridade das adoções e na busca de outras opções, como o apadrinhamento efetivo.

Já o secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social do RS, Catarina Paladini, afirmou que a Comissão é um marco histórico na busca de uma política de estado efetiva na procura de soluções para a questão da adoção. Ele se propôs a implementar o conjunto de ações e propostas resultantes do trabalho da Comissão junto a secretaria do Trabalho.

Com 14 anos de experiência no juizado da Infância e da Juventude da capital gaúcha, o desembargador José Antônio Daltoé Cezar, foi o primeiro a dar seu depoimento. Ele disse que apesar do aperfeiçoamento das leis que regem o assunto no Brasil, ainda há sérios problemas de legislação que impedem a celeridade na adoção. Ele disse que o longo tempo de acolhimento institucional pode acarretar em rompimento das ligações neurológicas da criança e em comportamento ou atitudes inadequadas posteriormente, na fase adulta. “O risco de dano é explicado por psicólogos e cientistas. Criança não nasceu para permanecer em acolhimento”, finalizou. A audiência prossegue ao longo da tarde.

Presenças

Participaram da abertura dos trabalhos o secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social do RS, Catarina Paladini, o desembargador José Antônio Daltoé Cezar, os juízes, da infância e juventude Marcelo Rodrigues, Mário Romano Maggioni e Élio Braz. Também presentes a subcorregedora geral do Ministério Público Estadual, Noara Lisboa, a coordenadora do centro de apoio operacional da infância e Juventude do Ministério Público, maria Regina Fay de Azambuja, a promotora da Infância e Juventude do Ministério Público, Cinara Vianna Dutra, a defensora Pública e dirigente do Grupo de Família, Bárbara Bernardes de Oliveira Sartori, o presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente da OAB, Carlos Luiz Sioda Kramer, a presidente Nacional dos grupos de apoios a adoção, Susana Schetinni, a vice-presidente do Instituto Brasileiro do Direito da Família, Maria Berenice Dias.


Reproduzido por: Lucas H.

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