15/08/2016
Há situações em que os laços de sangue não são necessários para que homens assumam a função de pai. Muitos deles descobrem a paternidade quando seus “filhos” já estão bem crescidos. Outros não viram os primeiros passinhos e nem ouviram as primeiras palavras, mas, com o tempo, nutriram um amor que vai além de qualquer parentesco. É o caso dos padrastos.
Neste Dia dos Pais, o G1 conta histórias de relações entre padrastos e enteados que merecem ser lembradas dia 14 de agosto.
Guilherme e Olívia
Depois de dois casamentos e quatro filhos, o publicitário Guilherme Campello engatou um novo relacionamento com uma antiga namorada, a jornalista Adriana Vello. Assim como Guilherme, Adriana já havia tido outro relacionamento, do qual nasceu a filha Olívia, que é autista.
As limitações da enteada pareceram um desafio para Guilherme, que inicialmente hesitou em assumir a responsabilidade. Mas a garotinha, que na época tinha só quatro anos, não precisou de muito para ganhar um espaço no coração do namorado da mãe.
“Eu nunca tinha convivido com uma criança especial, então tive alguma dificuldade no começo. Mas depois vi que no fundo toda criança é igual. Precisa de atenção, carinho e amor”, disse.
E se a forma de Olívia interagir ou demonstrar sentimentos era diferente daquilo que Guilherme conhecia, ele passou a observar a enteada para que pudesse se relacionar melhor com ela.
Ao perceber que a menina prestava atenção na TV quando a voz do personagem do desenho animado era aguda, ele começou a conversar com ela imitando aquele tom de voz, e assim conseguia ganhar o olhar dela.
"Nunca tinha convivido com uma criança especial. Tive alguma dificuldade. Mas depois vi que toda criança é igual. Precisa de atenção, carinho e amor" - Guilherme, padrasto da Olívia
“Também reparei que ela observava a mãe cantando, então comecei a conversar com ela como se estivesse cantando. Falava as frases meio que musicando as palavras”, explicou.
Agora, padrasto e enteada até surfam juntos. Dentro de casa, o chamego é garantido. “Ela chega em casa e a primeira coisa que eu faço é dar um grito: ‘Oba! A Olívia chegou!’. E aí a gente já começa a brincar. Dou cambalhota com ela, imito sons de bicho, me escondo atrás da cortina…”, enumera o publicitário.
A convivência entre os dois já é tão natural e bonita, que, embora o pai biológico de Olívia seja presente na vida da menina, Guilherme rejeita o título de padrasto. “‘Padrasto’, pra mim, não existe. Eu me considero pai da Olívia”, garante.
Felippe e Maria Júlia
Maria Júlia, hoje com 11 anos, perdeu o pai quando tinha apenas dois meses de vida. Desde então, viu no avô a figura paterna.
Mas há cerca de um ano e meio a mãe Bianca Amorim encontrou um novo amor, o empresário Felippe Coelho. E aí, mais que um padrasto, a pequena ganhou verdadeiro companheiro para brincadeiras e passeios. “Eu gosto muito dele. A gente brinca, passeia, viaja”, contou Maria Júlia.
Felippe também garante que saiu em vantagem ao conviver com a menina. “É muito fofa, é uma menina incrível. Nos demos bem no começo e desde então a nossa relação só foi evoluindo. Ela é uma criança espetacular”, enumerou.
A mãe confirma que o companheirismo entre eles é algo bonito de se ver. “Ele é muito brincalhão, então eles se divertem muito juntos. Ele assiste desenho, leva ela ao cinema, vai na montanha russa. Quando ele sai de casa, ela fica me perguntando pra onde ele foi. Tem mais ciúme dele do que eu”, brincou Bianca.
Sem filhos biológicos, Felippe não perde por esperar a surpresa que a enteada preparou para o Dia dos Pais: um presente e um cartão. Os dizeres? “Você é o melhor pai do mundo. Ainda bem que minha mãe conheceu você”, adiantou Maria Júlia.
Leomar e Eduarda
Já os pais da estudante Eduarda Silva se separaram quando ela tinha apenas dois anos. Alguns anos depois, a mãe conheceu o bancário Leomar Campos e iniciou um relacionamento.
Uma nova presença masculina dentro de casa não intimidou a menina, que na época tinha 11 anos. Ela logo se afeiçoou ao padrasto, e hoje, com 18 anos, não economiza elogios a ele.
“Admiro o jeito com que ele lida com as coisas, ele é muito paciente, honesto e consegue lidar bem com tudo”, conta Eduarda.
Como o pai biológico de Eduarda mora no Rio de Janeiro, algumas conversas sérias e orientações acabam cabendo ao padrasto.
“Quando eu fui me casar com a mãe dela, falei: ‘você vai ser minha filha, nas partes boas e ruins, se eu tiver que dar bronca, vou dar bronca também’. Como toda família, precisamos confrontar, aconselhar, orientar, e isso acontece de maneira muito natural. Ela me ouve sem nenhum tipo de resistência”, disse Leomar.
Até o ciúmes de pai Leomar tem em relação à enteada. “Ele diz que o cara que entrar na nossa casa vai ter que me tratar com muito carinho e respeito, e que eu mereço ser cuidada e amada”, disse Eduarda.
Para ambos, a relação de cumplicidade e amor faz com que as nomenclaturas “padrasto” e “enteada” não passem de uma “formalidade”. “Só não consigo chamá-lo de pai porque o meu pai ainda é muito presente na minha vida. Mas o amor é o mesmo”, conta Eduarda.
“Assumi ela como pai, e ela é minha filha. Nunca parei pra pensar no conceito de padrasto. Pra mim eu sou pai e ela é filha”, completa Leomar.
Original disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/08/o-dia-nao-e-deles-mas-filhos-declaram-todo-amor-aos-padrastos.html
Reproduzido por: Lucas H.
Há situações em que os laços de sangue não são necessários para que homens assumam a função de pai. Muitos deles descobrem a paternidade quando seus “filhos” já estão bem crescidos. Outros não viram os primeiros passinhos e nem ouviram as primeiras palavras, mas, com o tempo, nutriram um amor que vai além de qualquer parentesco. É o caso dos padrastos.
Neste Dia dos Pais, o G1 conta histórias de relações entre padrastos e enteados que merecem ser lembradas dia 14 de agosto.
Guilherme e Olívia
Depois de dois casamentos e quatro filhos, o publicitário Guilherme Campello engatou um novo relacionamento com uma antiga namorada, a jornalista Adriana Vello. Assim como Guilherme, Adriana já havia tido outro relacionamento, do qual nasceu a filha Olívia, que é autista.
As limitações da enteada pareceram um desafio para Guilherme, que inicialmente hesitou em assumir a responsabilidade. Mas a garotinha, que na época tinha só quatro anos, não precisou de muito para ganhar um espaço no coração do namorado da mãe.
“Eu nunca tinha convivido com uma criança especial, então tive alguma dificuldade no começo. Mas depois vi que no fundo toda criança é igual. Precisa de atenção, carinho e amor”, disse.
E se a forma de Olívia interagir ou demonstrar sentimentos era diferente daquilo que Guilherme conhecia, ele passou a observar a enteada para que pudesse se relacionar melhor com ela.
Ao perceber que a menina prestava atenção na TV quando a voz do personagem do desenho animado era aguda, ele começou a conversar com ela imitando aquele tom de voz, e assim conseguia ganhar o olhar dela.
"Nunca tinha convivido com uma criança especial. Tive alguma dificuldade. Mas depois vi que toda criança é igual. Precisa de atenção, carinho e amor" - Guilherme, padrasto da Olívia
“Também reparei que ela observava a mãe cantando, então comecei a conversar com ela como se estivesse cantando. Falava as frases meio que musicando as palavras”, explicou.
Agora, padrasto e enteada até surfam juntos. Dentro de casa, o chamego é garantido. “Ela chega em casa e a primeira coisa que eu faço é dar um grito: ‘Oba! A Olívia chegou!’. E aí a gente já começa a brincar. Dou cambalhota com ela, imito sons de bicho, me escondo atrás da cortina…”, enumera o publicitário.
A convivência entre os dois já é tão natural e bonita, que, embora o pai biológico de Olívia seja presente na vida da menina, Guilherme rejeita o título de padrasto. “‘Padrasto’, pra mim, não existe. Eu me considero pai da Olívia”, garante.
Felippe e Maria Júlia
Maria Júlia, hoje com 11 anos, perdeu o pai quando tinha apenas dois meses de vida. Desde então, viu no avô a figura paterna.
Mas há cerca de um ano e meio a mãe Bianca Amorim encontrou um novo amor, o empresário Felippe Coelho. E aí, mais que um padrasto, a pequena ganhou verdadeiro companheiro para brincadeiras e passeios. “Eu gosto muito dele. A gente brinca, passeia, viaja”, contou Maria Júlia.
Felippe também garante que saiu em vantagem ao conviver com a menina. “É muito fofa, é uma menina incrível. Nos demos bem no começo e desde então a nossa relação só foi evoluindo. Ela é uma criança espetacular”, enumerou.
A mãe confirma que o companheirismo entre eles é algo bonito de se ver. “Ele é muito brincalhão, então eles se divertem muito juntos. Ele assiste desenho, leva ela ao cinema, vai na montanha russa. Quando ele sai de casa, ela fica me perguntando pra onde ele foi. Tem mais ciúme dele do que eu”, brincou Bianca.
Sem filhos biológicos, Felippe não perde por esperar a surpresa que a enteada preparou para o Dia dos Pais: um presente e um cartão. Os dizeres? “Você é o melhor pai do mundo. Ainda bem que minha mãe conheceu você”, adiantou Maria Júlia.
Leomar e Eduarda
Já os pais da estudante Eduarda Silva se separaram quando ela tinha apenas dois anos. Alguns anos depois, a mãe conheceu o bancário Leomar Campos e iniciou um relacionamento.
Uma nova presença masculina dentro de casa não intimidou a menina, que na época tinha 11 anos. Ela logo se afeiçoou ao padrasto, e hoje, com 18 anos, não economiza elogios a ele.
“Admiro o jeito com que ele lida com as coisas, ele é muito paciente, honesto e consegue lidar bem com tudo”, conta Eduarda.
Como o pai biológico de Eduarda mora no Rio de Janeiro, algumas conversas sérias e orientações acabam cabendo ao padrasto.
“Quando eu fui me casar com a mãe dela, falei: ‘você vai ser minha filha, nas partes boas e ruins, se eu tiver que dar bronca, vou dar bronca também’. Como toda família, precisamos confrontar, aconselhar, orientar, e isso acontece de maneira muito natural. Ela me ouve sem nenhum tipo de resistência”, disse Leomar.
Até o ciúmes de pai Leomar tem em relação à enteada. “Ele diz que o cara que entrar na nossa casa vai ter que me tratar com muito carinho e respeito, e que eu mereço ser cuidada e amada”, disse Eduarda.
Para ambos, a relação de cumplicidade e amor faz com que as nomenclaturas “padrasto” e “enteada” não passem de uma “formalidade”. “Só não consigo chamá-lo de pai porque o meu pai ainda é muito presente na minha vida. Mas o amor é o mesmo”, conta Eduarda.
“Assumi ela como pai, e ela é minha filha. Nunca parei pra pensar no conceito de padrasto. Pra mim eu sou pai e ela é filha”, completa Leomar.
Original disponível em: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2016/08/o-dia-nao-e-deles-mas-filhos-declaram-todo-amor-aos-padrastos.html
Reproduzido por: Lucas H.
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