14 de Agosto de 2016
O gastrônomo Paulo Augusto Rodrigues e o professor Admilson Mário de Assunção há 1 ano sabem muito bem o que é ser um pai, embora sejam gays, casados. Eles adotaram os irmãos Vitor Hugo, 10, e Alejandro, 9, e completaram a família formada há 8 anos, antes somente pelo casal e agora também pelas crianças, que animam a casa.
Neste dia dos pais, os quatro têm muito a comemorar. “Filhos dão trabalho, é muita bagunça, é muita responsabilidade e muito amor”, resume Paulo.
No dia 14 de agosto de 2015, os meninos saíram do Lar da Criança, na capital, e foram para casa com os pais. Vitor, apesar da idade, não sabia ler e escrever. “Matriculamos ele em uma escola em frente de casa. Eu levava na porta da sala de aula e buscava. Fizemos uma força tarefa e em dois meses ele, que não sabia escrever nem a palavra bola, começou a construir frases”, comemora. “Meu marido é professor e ajudou muito”, destaca.
Paulo faz questão de ensinar também o que saber fazer melhor que é cozinhar. Segundo ele, ser pai é repassar o que se sabe. Aliás, quanto à alimentação, esta é uma preocupação na casa deles. “Antes, a gente comia o que tivesse, num dia em que estivessemos cansados, não se importava tanto. Agora, é almoço e jantar na mesa, café da manhã e da tarde, para meus filhos se alimentarem bem”.
Quanto Paulo quanto Admilson, apesar da homossexualidade, sempre tiveram vontade de ser pais. Há 4 anos, após estruturarem a casa onde moram, em Várzea Grande, começaram a conversar sobre a possibilidade de exercerem a paternidade e entraram com um processo de adoção.
Ao contrário do que temiam e sabem que existe, jamais sentiram qualquer reação contrária à decisão deles. “Nunca ouvi uma frase de preconceito, nenhuma brincadeira conosco ou com nossos filhos, homofóbica ou preconceituosa, na família, na justiça ou na escola das crianças, por exemplo”, comenta.
Através da Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), eles fizeram o curso obrigatório por lei para pais adotantes. O processo tramitou na Vara da Infância de Várzea Grande até a conclusão de uma longa “gestação” emocional. Foram oito encontros com os meninos, até que fossem levados para casa.
O juiz Luiz Otávio Saboia, auxiliar da Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, diz que esta questão já está superada ao menos no Poder Judiciário. "Recebemos com tranquilidade esses pedidos de adoção. Não há nenhum óbice", diz o magistrado usando um termo jurídico que significa impedimento. "Para nós não importa a preferência sexual de quem adota e sim o que determina o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que estabele que os adotantes devem ter mais de 18 anos e uma diferença de 16 anos para o filho e também que tenham condições de oferecer um ambiente adequado de amor e carinho livre de drogas e álcool. Por isso interessa muito o resultado do laudo socioeconômico", ressalta.
Esse laudo é feito mediante uma visita residencial para conferir se a casa onde a criança vai ser acolhida é um lar. O juiz comenta que ninguém amanhece pai, sem mais nem menos, nem heteros e nem gays, e que todos passam por um processo de transformação quando sabem que vão ter um filho. "O que todos devem saber é que filhos dão trabalho, existem conflitos e a forma de lidar com isso é que vai resultar em uma relação exitosa no futuro", orienta o juiz.
Na Ampara, o entedimento é o mesmo. Ana Regina Bernardon, que também foi adotada na infância e hoje atua na associação, garante que "o importante é dar amor para as crianças. Independente de qual forma é constituída a família".
O melhor abraço do mundo para o arquiteto e paisagista Wagner Oliveira, 35, é o do Theo, de 3 anos. Wagner e o marido deram entrada no processo de adoção em setembro de 2014 e dois anos depois, dia 15 de junho deste ano, Theo chegou. “Sempre tive muita vontade de ser pai, um sonho, porém não queria ser pai sozinho, foi quando decidimos pela adoção, uma vez porque queríamos um filho nosso, que fosse por completo dos dois e achamos a adoção a melhor opção”, explica.
“Foram 21 meses de espera. Estou extasiado, não tenho como explicar o meu sentimento, é algo tão grande que eu não vejo a hora de amanhecer o dia para eu olhar para ele novamente, para eu poder abraçar e dizer que eu o amo, ele me trouxe uma felicidade imensa, sinto uma gratidão enorme por ele me permitir cuidar e amá-lo com todas as minhas forças, há quase 60 dias ele mora comigo, mas parece que foi a vida toda. Deletei o antes, não lembro a minha vida sem ele e não me vejo mais sem escutar ele me chamando de papai”, declara-se.
Original disponível em: http://www.folhamax.com.br/curiosidades/pais-adotivos-gays-dao-exemplo-de-amor-em-mt/95774
Reproduzido por: Lucas H.
O gastrônomo Paulo Augusto Rodrigues e o professor Admilson Mário de Assunção há 1 ano sabem muito bem o que é ser um pai, embora sejam gays, casados. Eles adotaram os irmãos Vitor Hugo, 10, e Alejandro, 9, e completaram a família formada há 8 anos, antes somente pelo casal e agora também pelas crianças, que animam a casa.
Neste dia dos pais, os quatro têm muito a comemorar. “Filhos dão trabalho, é muita bagunça, é muita responsabilidade e muito amor”, resume Paulo.
No dia 14 de agosto de 2015, os meninos saíram do Lar da Criança, na capital, e foram para casa com os pais. Vitor, apesar da idade, não sabia ler e escrever. “Matriculamos ele em uma escola em frente de casa. Eu levava na porta da sala de aula e buscava. Fizemos uma força tarefa e em dois meses ele, que não sabia escrever nem a palavra bola, começou a construir frases”, comemora. “Meu marido é professor e ajudou muito”, destaca.
Paulo faz questão de ensinar também o que saber fazer melhor que é cozinhar. Segundo ele, ser pai é repassar o que se sabe. Aliás, quanto à alimentação, esta é uma preocupação na casa deles. “Antes, a gente comia o que tivesse, num dia em que estivessemos cansados, não se importava tanto. Agora, é almoço e jantar na mesa, café da manhã e da tarde, para meus filhos se alimentarem bem”.
Quanto Paulo quanto Admilson, apesar da homossexualidade, sempre tiveram vontade de ser pais. Há 4 anos, após estruturarem a casa onde moram, em Várzea Grande, começaram a conversar sobre a possibilidade de exercerem a paternidade e entraram com um processo de adoção.
Ao contrário do que temiam e sabem que existe, jamais sentiram qualquer reação contrária à decisão deles. “Nunca ouvi uma frase de preconceito, nenhuma brincadeira conosco ou com nossos filhos, homofóbica ou preconceituosa, na família, na justiça ou na escola das crianças, por exemplo”, comenta.
Através da Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), eles fizeram o curso obrigatório por lei para pais adotantes. O processo tramitou na Vara da Infância de Várzea Grande até a conclusão de uma longa “gestação” emocional. Foram oito encontros com os meninos, até que fossem levados para casa.
O juiz Luiz Otávio Saboia, auxiliar da Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, diz que esta questão já está superada ao menos no Poder Judiciário. "Recebemos com tranquilidade esses pedidos de adoção. Não há nenhum óbice", diz o magistrado usando um termo jurídico que significa impedimento. "Para nós não importa a preferência sexual de quem adota e sim o que determina o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que estabele que os adotantes devem ter mais de 18 anos e uma diferença de 16 anos para o filho e também que tenham condições de oferecer um ambiente adequado de amor e carinho livre de drogas e álcool. Por isso interessa muito o resultado do laudo socioeconômico", ressalta.
Esse laudo é feito mediante uma visita residencial para conferir se a casa onde a criança vai ser acolhida é um lar. O juiz comenta que ninguém amanhece pai, sem mais nem menos, nem heteros e nem gays, e que todos passam por um processo de transformação quando sabem que vão ter um filho. "O que todos devem saber é que filhos dão trabalho, existem conflitos e a forma de lidar com isso é que vai resultar em uma relação exitosa no futuro", orienta o juiz.
Na Ampara, o entedimento é o mesmo. Ana Regina Bernardon, que também foi adotada na infância e hoje atua na associação, garante que "o importante é dar amor para as crianças. Independente de qual forma é constituída a família".
O melhor abraço do mundo para o arquiteto e paisagista Wagner Oliveira, 35, é o do Theo, de 3 anos. Wagner e o marido deram entrada no processo de adoção em setembro de 2014 e dois anos depois, dia 15 de junho deste ano, Theo chegou. “Sempre tive muita vontade de ser pai, um sonho, porém não queria ser pai sozinho, foi quando decidimos pela adoção, uma vez porque queríamos um filho nosso, que fosse por completo dos dois e achamos a adoção a melhor opção”, explica.
“Foram 21 meses de espera. Estou extasiado, não tenho como explicar o meu sentimento, é algo tão grande que eu não vejo a hora de amanhecer o dia para eu olhar para ele novamente, para eu poder abraçar e dizer que eu o amo, ele me trouxe uma felicidade imensa, sinto uma gratidão enorme por ele me permitir cuidar e amá-lo com todas as minhas forças, há quase 60 dias ele mora comigo, mas parece que foi a vida toda. Deletei o antes, não lembro a minha vida sem ele e não me vejo mais sem escutar ele me chamando de papai”, declara-se.
Original disponível em: http://www.folhamax.com.br/curiosidades/pais-adotivos-gays-dao-exemplo-de-amor-em-mt/95774
Reproduzido por: Lucas H.
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