segunda-feira, 9 de novembro de 2015

PRÁTICA DE ADOÇÃO É FINALISTA NO PRÊMIO INNOVARE (reprodução)

04/11/2015

Fonte: IBDFAM
“Eu e meu marido ainda não estávamos habilitados, cheios de dúvidas jurídicas e processuais e ávidos por compartilhar a experiência de outras pessoas que já haviam adotado, quando tomamos conhecimento da criação do grupo, em março de 2014. Não tivemos dúvida: fomos à primeira reunião, ficamos e saímos radiantes com a proposta de conciliação, de embasamento jurídico e suporte psicológico - tanto para os adotantes quanto para os adotados”.
O encantamento de Rogério Koscheck com sua experiência no Pós-natal da Adoção (RJ) reflete o porquê dessa prática estar entre as finalistas na XII edição do Prêmio Innovare. O Prêmio anuncia os vencedores no dia 1º de dezembro em cerimônia realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Este ano, foram selecionados 21 finalistas e o Pós-natal da Adoção concorre na categoria “Advocacia”.
O Pós-natal da Adoção faz uma analogia com o pós-natal que é feito quando nascem os filhos biológicos, que durante um ano são levados uma vez ao mês ao pediatra, para acompanhamento. A iniciativa firma com os membros um compromisso informal de acompanhamento mensal que se desenvolverá durante 12 meses, com um encontro mensal.
É um trabalho de acompanhamento que se realiza na lacuna do Judiciário, segundo explica a advogada Silvana do Monte Moreira, presidente da Comissão de Adoção do IBDFAM. “Nos processos de adoção, as crianças são entregues às famílias substitutas após estágio de convivência mediante ‘termo de guarda provisória’, com duração média de 180 dias. Percebemos, ao longo da vivência profissional, que os estudos sociais e psicológicos demoram em demasia a serem realizados e que a partir do momento da concessão da guarda as famílias ficam ‘soltas’, sem monitoramento, sem orientação e, principalmente, sem o apoio necessário ao pós-natal da adoção”.
Segundo Silvana, o projeto surgiu devido às demandas de adotantes em consultório (psicólogos) e escritório (advogados), onde os mesmos relatam suas inseguranças com relação à fase “crucial” e “delicada” da formação da parentalidade.
As reuniões do projeto são abertas e públicas.As discussões abordam todos os pontos de uma criança ou adolescente vitimada pelo abandono. Não existe uma predeterminação dos temas, que surgem à medida das necessidades dos adotantes. As crianças e adolescentes também têm seu espaço. Enquanto os pais conversam, os filhos ficam em outra sala com profissionais da Psicologia, que desenvolvem diversas atividades.
Koscheck, que é presidente da Associação Brasileira de Famílias Homoafetivas (ABRAFH),e o marido, conseguiram a guarda dos 4 filhos em junho de 2014. Ele conta que participar do Pós-natal da Adoção foi “imprescindível” para a família.
“A participação e interação de nossos pequenos com outras crianças e adolescentes em situações semelhantes. Nossos filhos podiam e ainda podem constatar que nossa família é comum. Há ideias que, depois de praticadas e solidificadas, nos fazem pensar: ‘Por que não haviam sido realizadas antes?Esse é nosso sentimento. O Grupo do Pós-Natal da Adoção veio para ocupar uma lacuna imprescindível para o sucesso de diversas adoções. A conjugação do saber jurídico - explicado de uma forma clara, entendível e participante - com o acompanhamento psicológico de adotantes e adotados, configura-se como um evento mensal totalmente incorporado à agenda de nossa família.É um acontecimento único, seguro, prazeroso e indispensável para aqueles que têm a felicidade de ter composto sua família pela adoção”, diz.
A atuação do Pós-natal da Adoção busca evitar, ainda, casos de “devolução de crianças”,além de trabalhar a construção dos laços paterno-filiais, materno-filiais ou outra forma de exercício da parentalidade responsável. Atualmente, as reuniões acontecem no Colégio Metodista Bennett, no Rio de Janeiro/RJ, às segundas e quartas-feiras, às 19 horas.
Sobre o Prêmio – Criado em 2004 e com cerca de cinco mil práticas inscritas e mais 150 dessas premiadas, o Prêmio Innovare é a mais importante premiação da Justiça brasileira. É uma realização do Instituto Innovare, Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Associação de Magistrados Brasileiros, Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Nacional dos Procuradores da República e Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), com o apoio do Grupo Globo.

SOBRE O PRÊMIO INNOVARE



Reproduzido por: Lucas H.

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