21/10/2015
José Luiz Tejon Megido
José Luiz Tejon Megido
Uma mãe adotiva se aproximou de mim, em lágrimas, dizendo que o filho adotado, já com 18 anos, se transformou num revoltado pelo fato de não ser filho legítimo . Caiu nas drogas, péssimas amizades e agride a mãe adotiva com palavras e costumeiros atos de desamor. Essa mãe vive a pior de todas as infelicidades. Além de ter dedicado a sua vida, seu amor, seu trabalho para um filho que não era seu, agora recebe como paga maltratos emocionais e um filho que teima em canalizar as suas fraquezas humanas para o fato de sua adoção.
Primeiro de tudo, disse para essa mãe: estanque aqui, agora e já, o seu martírio. Sim, pois o que essa mãe vive é um verdadeiro suplício, um ato de tortura a cada dia, a cada minuto. Ela não tem o direito de permitir isso contra ela mesma. Tenha uma conversa de quebrar o vaso, com esse rapaz. O que significa quebrar o vaso? Vem de uma lição de um mestre, onde todos temiam muito quebrar um valioso vaso de cristal. Sequer entravam na sala onde o tal vaso ficava. Por isso não falavam, não se reuniam e a desculpa era sempre o salão onde o vaso imperava.
Um dia o mestre chamou a todos, pegou o vaso e o quebrou. A partir desse dia, todos precisaram recriar fundamentos e estabelecer uma nova vida no grupo. Assim, quebrar o vaso para essa mãe representa quebrar o cristal imaginário que a prendia e que permite a esse rapaz não crescer na vida. Ou seja, ela já fez o que precisava ser feito. Já amou, criou e deu lar e dignidade ao ser que adotou. Ela o pegou nos braços e o trouxe pela mão até aqui. Daqui pra frente ela está livre.
Ela precisa ser justamente amada e amar, pois ainda tem grande parte da vida pela frente, cabe agora a esse rapaz, dominado pelas trevas que o cegam, decidir mudar, e ao invés de ser levado pelas mãos dessa mãe que a benção superior lhe ofereceu, cabe agora a ele pegar nas mãos da mãe e a levar consigo. Se assim não for, que se separem, e que a mãe não seja mais martirizada pela inconsciência, de não mais uma criança, agora já de um homem: esse filho adotivo carregado de ingratidão.
Essa mãe, disse a ela, precisa chamar o rapaz e com o olhar pleno de bondade, de amor, mas de austeridade e dignidade, ser extremamente forte e firme e falar: “filho amado, um filho adotivo significa um amor duplo. Existe a decisão de adotar. Essa hora representa um parto profundo, não das dores e dos seus enjoos, mas de uma vitória da alma, sobre a carne. E o novo amor, aquele que irá ser desenvolvido na convivência, no poder de amar uma pessoa que não nasceu de suas entranhas, veio de outra, de pais desconhecidos muitas vezes, mas que aprendemos a amar com a força superior do espírito, da bondade, da generosidade e da fraternidade.
Portanto, meu filho adotivo, o amor que sinto por você não pode ser explicado pelas simples palavras, apenas pelo tempo que juntos tivemos e até aqui chegamos. Mas agora, meu filho, é hora de transformação, você cresceu, toma suas decisões, e eu não gosto das suas decisões, eu sofro, eu me martirizo, vivo um gigantesco suplício. Ao ver você revoltado por ser adotado eu me enveneno de angústias. Ao ver você nas drogas e nas agressões a você mesmo, eu não suporto mais continuar assim. Ao ver no que você está se transformando eu vou me suicidando, sem querer, a cada dia, a cada minuto.
Portanto, meu amado filho, chegou a hora de partir, esta casa será sempre sua, desde que você a honre com seu respeito e amor. Esta casa não será mais sua, se você não tomar uma decisão, e se transformar. Com o mesmo amor que eu o adotei, há anos atrás, agora eu digo, esta mão que te trouxe e te carregou no colo, te amou e te alimentou, não pode mais ser maltratada. Assim sendo, filho amado, não te carrego mais no colo.
De agora em diante cabe a você me adotar, e não mais a mim, continuar te adotando. Aqui você tem uma mãe, uma mulher, uma pessoa, que dedicou muito da sua vida para você, agora será sua vez, se você quiser e decidir, venha, me pega pela mão e me adote como sua amada mãe. Se você um dia fizer isso, eu receberei a maior de todas as recompensas divinas na terra. Nada mais ou melhor: tudo, o amor do meu filho. Mas, enquanto esse puro amor não puder brotar do seu coração comigo, nos separamos. Eu preciso respirar, viver, e não será justo com a minha alma, ser punida pelos seus enganados sentimentos de desamor, pelo fato de ser um filho adotivo. Ao contrário, seu amor deveria ser ainda mais superior, jamais se sentir inferior, e com isso destruir sua vida, como está fazendo. Eu não te criei para isso, e muito menos para que fosse também destruída pela sua falta de amor e respeito.
Pode partir filho, o dia em que você mudar, volte, esta casa será sempre sua. Mas, enquanto você pensar como agora pensa e agir como agora age, minha missão com você, se encerra aqui. Para um novo futuro, quem espera pela adoção agora, amado filho, sou eu, a sua mãe. Adeus, e de coração, espero que possa ser breve sua reflexão, e quando voltar, e assim desejo sua volta, uma nova jornada vamos realizar, com amor, não apenas da sua mãe para um filho adotivo, mas de um filho que me adote, como sua legítima mãe. Te amo, adeus, espero seu regresso, mas não sofro mais pela sua inconsciência.”
E assim essa mãe fez, em 6 meses, o rapaz retornou chorando e abraçando, pedindo desculpas pela tortura que vivia, querendo se curar das drogas, vícios e dizendo: mãe, posso adotar você? Eu te amo, me perdoa. Esta mãe me escreveu a história, emocionada, que teve sua origem há mais de um ano atrás. A felicidade que brotou em mim, com esse desfecho foi inimaginável. E a lição? Amor não significa fazer aquilo que um filho ou a pessoa amada quer, ou pensa que quer. Amor pode significar uma despedida, uma ruptura, um adeus, com a alma implorando para que seja breve, mas amar representa acima de tudo a justiça e a construção da dignidade humana e jamais ensinaremos dignidade para um filho amado, se não dermos provas da sua presença conosco mesmo, em primeiro lugar. Sou filho adotivo e sempre adorei e venerei meus já falecidos pais e amo minha mãe biológica, que para me salvar buscou os melhores pais adotivos do mundo.
Primeiro de tudo, disse para essa mãe: estanque aqui, agora e já, o seu martírio. Sim, pois o que essa mãe vive é um verdadeiro suplício, um ato de tortura a cada dia, a cada minuto. Ela não tem o direito de permitir isso contra ela mesma. Tenha uma conversa de quebrar o vaso, com esse rapaz. O que significa quebrar o vaso? Vem de uma lição de um mestre, onde todos temiam muito quebrar um valioso vaso de cristal. Sequer entravam na sala onde o tal vaso ficava. Por isso não falavam, não se reuniam e a desculpa era sempre o salão onde o vaso imperava.
Um dia o mestre chamou a todos, pegou o vaso e o quebrou. A partir desse dia, todos precisaram recriar fundamentos e estabelecer uma nova vida no grupo. Assim, quebrar o vaso para essa mãe representa quebrar o cristal imaginário que a prendia e que permite a esse rapaz não crescer na vida. Ou seja, ela já fez o que precisava ser feito. Já amou, criou e deu lar e dignidade ao ser que adotou. Ela o pegou nos braços e o trouxe pela mão até aqui. Daqui pra frente ela está livre.
Ela precisa ser justamente amada e amar, pois ainda tem grande parte da vida pela frente, cabe agora a esse rapaz, dominado pelas trevas que o cegam, decidir mudar, e ao invés de ser levado pelas mãos dessa mãe que a benção superior lhe ofereceu, cabe agora a ele pegar nas mãos da mãe e a levar consigo. Se assim não for, que se separem, e que a mãe não seja mais martirizada pela inconsciência, de não mais uma criança, agora já de um homem: esse filho adotivo carregado de ingratidão.
Essa mãe, disse a ela, precisa chamar o rapaz e com o olhar pleno de bondade, de amor, mas de austeridade e dignidade, ser extremamente forte e firme e falar: “filho amado, um filho adotivo significa um amor duplo. Existe a decisão de adotar. Essa hora representa um parto profundo, não das dores e dos seus enjoos, mas de uma vitória da alma, sobre a carne. E o novo amor, aquele que irá ser desenvolvido na convivência, no poder de amar uma pessoa que não nasceu de suas entranhas, veio de outra, de pais desconhecidos muitas vezes, mas que aprendemos a amar com a força superior do espírito, da bondade, da generosidade e da fraternidade.
Portanto, meu filho adotivo, o amor que sinto por você não pode ser explicado pelas simples palavras, apenas pelo tempo que juntos tivemos e até aqui chegamos. Mas agora, meu filho, é hora de transformação, você cresceu, toma suas decisões, e eu não gosto das suas decisões, eu sofro, eu me martirizo, vivo um gigantesco suplício. Ao ver você revoltado por ser adotado eu me enveneno de angústias. Ao ver você nas drogas e nas agressões a você mesmo, eu não suporto mais continuar assim. Ao ver no que você está se transformando eu vou me suicidando, sem querer, a cada dia, a cada minuto.
Portanto, meu amado filho, chegou a hora de partir, esta casa será sempre sua, desde que você a honre com seu respeito e amor. Esta casa não será mais sua, se você não tomar uma decisão, e se transformar. Com o mesmo amor que eu o adotei, há anos atrás, agora eu digo, esta mão que te trouxe e te carregou no colo, te amou e te alimentou, não pode mais ser maltratada. Assim sendo, filho amado, não te carrego mais no colo.
De agora em diante cabe a você me adotar, e não mais a mim, continuar te adotando. Aqui você tem uma mãe, uma mulher, uma pessoa, que dedicou muito da sua vida para você, agora será sua vez, se você quiser e decidir, venha, me pega pela mão e me adote como sua amada mãe. Se você um dia fizer isso, eu receberei a maior de todas as recompensas divinas na terra. Nada mais ou melhor: tudo, o amor do meu filho. Mas, enquanto esse puro amor não puder brotar do seu coração comigo, nos separamos. Eu preciso respirar, viver, e não será justo com a minha alma, ser punida pelos seus enganados sentimentos de desamor, pelo fato de ser um filho adotivo. Ao contrário, seu amor deveria ser ainda mais superior, jamais se sentir inferior, e com isso destruir sua vida, como está fazendo. Eu não te criei para isso, e muito menos para que fosse também destruída pela sua falta de amor e respeito.
Pode partir filho, o dia em que você mudar, volte, esta casa será sempre sua. Mas, enquanto você pensar como agora pensa e agir como agora age, minha missão com você, se encerra aqui. Para um novo futuro, quem espera pela adoção agora, amado filho, sou eu, a sua mãe. Adeus, e de coração, espero que possa ser breve sua reflexão, e quando voltar, e assim desejo sua volta, uma nova jornada vamos realizar, com amor, não apenas da sua mãe para um filho adotivo, mas de um filho que me adote, como sua legítima mãe. Te amo, adeus, espero seu regresso, mas não sofro mais pela sua inconsciência.”
E assim essa mãe fez, em 6 meses, o rapaz retornou chorando e abraçando, pedindo desculpas pela tortura que vivia, querendo se curar das drogas, vícios e dizendo: mãe, posso adotar você? Eu te amo, me perdoa. Esta mãe me escreveu a história, emocionada, que teve sua origem há mais de um ano atrás. A felicidade que brotou em mim, com esse desfecho foi inimaginável. E a lição? Amor não significa fazer aquilo que um filho ou a pessoa amada quer, ou pensa que quer. Amor pode significar uma despedida, uma ruptura, um adeus, com a alma implorando para que seja breve, mas amar representa acima de tudo a justiça e a construção da dignidade humana e jamais ensinaremos dignidade para um filho amado, se não dermos provas da sua presença conosco mesmo, em primeiro lugar. Sou filho adotivo e sempre adorei e venerei meus já falecidos pais e amo minha mãe biológica, que para me salvar buscou os melhores pais adotivos do mundo.
Reproduzido por: Lucas H.
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