8 de maio de 2016
Marinalva Souza Santhiago
Mãe adota 5 filhos
Adriana Pardal relata gratidão com a chegada dos filhos, que transformaram a vida da família
Aos 45 anos, Adriana Pardal tem dias árduos dentro do consultório médico, onde atua como radiologista. Mesmo com uma carreira consolidada, ela se destaca mesmo é no papel de mãe.
Já com um filho biológico, que hoje tem 21 anos, Adriana resolveu ir além e construir uma família que hoje foge totalmente dos padrões estabelecidos, adotando cinco crianças.
Ao contrário do que muitos pensam, Adriana acredita que não é ela que faz muito aos seus filhos. Nesta relação maternal, diz que são eles que transformaram totalmente a vida de sua família.
Hoje, Vinícius, Isadora, Samuel, Vitor, Ana Júlia e Manoela fazem com que a vida de Adriana tenha sentido completo.
É um sentimento de gratidão. Às vezes falam que faço muito por eles, mas eu digo que não. São eles que fazem muito por mim. Até quando me ligam dizendo que tem mais uma criança para ser adotada eu me pergunto: ‘será que mereço mais um?
“É UM SENTIMENTO DE GRATIDÃO. ÀS VEZES FALAM QUE FAÇO MUITO POR ELES, MAS EU DIGO QUE NÃO. SÃO ELES QUE FAZEM MUITO POR MIM. ATÉ QUANDO ME LIGAM DIZENDO QUE TEM MAIS UMA CRIANÇA PARA SER ADOTADA, EU ME PERGUNTO: ‘SERÁ QUE MEREÇO MAIS UM?’. POIS É ASSIM QUE SINTO, COMO SE TIVESSE SENDO PRESENTEADA COM ELES”, AFIRMOU.
“Dizem: ‘nossa você faz um bem a eles’. Eu respondo que não. O que eu doei é infinitamente menor do que eles me dão. E não é só por eles serem adotados, qualquer filho é o mesmo. É muito mais receber do que dar”, completou a médica.
Assim como grande parte dos casos, a opção por adotar surgiu após tentativas frustradas de engravidar. No caso dela, a primeira adoção foi realizada em 2007. A última foi há dois anos.
Quando a adoção se tornou a principal opção para aumentar a família, Adriana e seu esposo entraram na fila. A habilitação para adotar ocorreu no ano de 2006, mas, mesmo após cinco novos filhos, a médica continua na lista de espera.
Agraciada por seis filhos, a médica acredita que cada criança foi colocada em sua história por predestinação.
“Eu acredito muito em uma coisa de Deus. Cada criança que veio para mim foi enviada por Deus. Por isso decidi continuar no cadastro. Se tiver que ser, vai ser, chegará um novo filho. Se não for para ser, não vão nem chamar. Mas estou a disposição”, disse.
Quando questionada sobre se há diferença na forma de tratamento e sentimento entre eles, Adriana rebate que não há distinção alguma. Para ela, o amor de mãe para filho é algo construído, que começa a surgir logo em que seu olhar cruzou com os deles.
“Você passa a amar uma criança a partir do momento que você a vê. Nessas tentativas de ter um segundo filho, cheguei a ter um casal de gêmeos. Em que eu conheci o menino. A menina eu não conheci, pois faleceu no parto. Tive que ir até para a terapia, pois não conseguia entender por que tinha sentimentos tão diferentes com ele e para ela”, declarou.
“Depois, resolvi isso na minha cabeça. Ele eu conheci. Convivi pouco, mas convivi. Ela não, não existe nenhuma figura. Então, vi que você passa a amar aquele filho, a partir do momento em que o vê”, afirmou.
Como prova deste sentimento tão forte, ela conta o exemplo de Vitor, de cinco anos, que foi adotado em 2011.
“O Vitor, por exemplo, nasceu com um problema no olho. Quando fomos buscá-lo no abrigo, nos perguntaram se não gostaríamos de ter primeiro um diagnóstico do que era. Nós dissemos que não. Quando a gente levou para o oftalmologista, foi levantada a possibilidade de um tumor. Entrei em pânico, como se tivesse com ele há anos”, disse.
MAE SOLIDARIA ADOTA
“É um sentimento indescritível você sair com a criança do lar. Só quem passa por isso para entender”, completou.
Adriana declara que ainda não sabe se irá adotar uma nova criança, mas garante que o único empecilho é a questão financeira.
“A gente voltou para o cadastro. Quando a gente foi pedir para a juíza a guarda da Manoela, nossa última filha, a magistrada chegou a nos perguntar se gostaríamos de continuar no cadastro. Cheguei a falar que não, pois sabia que não conseguiria negar uma nova adoção”, afirmou.
OS FILHOS E A ADOÇÃO
Entre tantas dúvidas que envolvem as questões ligadas à adoção, talvez a principal seja a de como tratar o assunto com os filhos.
No entanto, Adriana garante que na sua casa este assunto foi tratando com naturalidade.
Segundo a médica, todos seus filhos sabem de suas origens e conseguem entender como chegaram à família.
“Até me perguntam: ‘quando você contou que seus filhos são adotados?’. Eu respondo que não sei. Todos eles já sabem que foram adotados. Pois agimos de uma maneira tão natural. Não existiu este momento de sentar com algum deles e conversar. Sempre foi de uma maneira muita aberta. No caso da Isadora, que foi a primeira, nós contávamos à medida das perguntas que ela nos fazia”, contou.
“Além disso, quando foram chegando as crianças, quem já estava com a gente encarava como normal. Esses dias ouvi meu marido no quarto das crianças contando para cada um deles, como era os entes biológicos das crianças. Eles estavam lidando de uma maneira muito natural”, relatou.
A mãe também acredita que é possível chegar o momento em que elas vão decidir ir em busca do passado e de suas famílias biológicas.
MESMO COM CERTO TEMOR, ELA DEFENDE SER UM DIREITO DELES.
Não sei se vão querer buscar os parentes biológicos. Acredito que algumas das crianças vão buscar saber sobre suas origens. Como eu vou lidar? Eu não sei. Tenho a primeira certidão de cada um guardada. É um direito deles. Vai doer? Vai. Mas é algo que precisa ser dessa forma”, declarou.
RELACIONAMENTO COM A FAMÍLIA
Quando a questão são os parentes, Adriana conta que muitos chegam a se espantar, quando sabem da chegada de mais um filho. Mas, em modo geral, todos recebem muito bem a notícia de mais uma adoção.
“Acredito que a família sempre recebeu muito bem. Às vezes se espantam. Tanto que no caso da Ana Júlia nós demoramos quase uma semana para apresentá-la à família. É normal ter um pouco de receio, mas de modo geral é uma situação bem aceita”, afirmou.
Já o relacionamento entre os irmãos, a médica até lamenta que as crianças brigam muito, mas lembra que isso é normal em qualquer família.
“É normal. Relacionamento de irmãos. Brigam e as vezes acho que brigam demais. Mas eu lembro que também brigava muito com o meu irmão. Então, é uma coisa normal”, disse.
Fonte: MídiaNews
Original disponível em: http://48horasnews.com.br/apos-formar-filho-biologico-medica-decide-adotar-mais-cinco-criancas/
Reproduzido por: Lucas H.
Marinalva Souza Santhiago
Mãe adota 5 filhos
Adriana Pardal relata gratidão com a chegada dos filhos, que transformaram a vida da família
Aos 45 anos, Adriana Pardal tem dias árduos dentro do consultório médico, onde atua como radiologista. Mesmo com uma carreira consolidada, ela se destaca mesmo é no papel de mãe.
Já com um filho biológico, que hoje tem 21 anos, Adriana resolveu ir além e construir uma família que hoje foge totalmente dos padrões estabelecidos, adotando cinco crianças.
Ao contrário do que muitos pensam, Adriana acredita que não é ela que faz muito aos seus filhos. Nesta relação maternal, diz que são eles que transformaram totalmente a vida de sua família.
Hoje, Vinícius, Isadora, Samuel, Vitor, Ana Júlia e Manoela fazem com que a vida de Adriana tenha sentido completo.
É um sentimento de gratidão. Às vezes falam que faço muito por eles, mas eu digo que não. São eles que fazem muito por mim. Até quando me ligam dizendo que tem mais uma criança para ser adotada eu me pergunto: ‘será que mereço mais um?
“É UM SENTIMENTO DE GRATIDÃO. ÀS VEZES FALAM QUE FAÇO MUITO POR ELES, MAS EU DIGO QUE NÃO. SÃO ELES QUE FAZEM MUITO POR MIM. ATÉ QUANDO ME LIGAM DIZENDO QUE TEM MAIS UMA CRIANÇA PARA SER ADOTADA, EU ME PERGUNTO: ‘SERÁ QUE MEREÇO MAIS UM?’. POIS É ASSIM QUE SINTO, COMO SE TIVESSE SENDO PRESENTEADA COM ELES”, AFIRMOU.
“Dizem: ‘nossa você faz um bem a eles’. Eu respondo que não. O que eu doei é infinitamente menor do que eles me dão. E não é só por eles serem adotados, qualquer filho é o mesmo. É muito mais receber do que dar”, completou a médica.
Assim como grande parte dos casos, a opção por adotar surgiu após tentativas frustradas de engravidar. No caso dela, a primeira adoção foi realizada em 2007. A última foi há dois anos.
Quando a adoção se tornou a principal opção para aumentar a família, Adriana e seu esposo entraram na fila. A habilitação para adotar ocorreu no ano de 2006, mas, mesmo após cinco novos filhos, a médica continua na lista de espera.
Agraciada por seis filhos, a médica acredita que cada criança foi colocada em sua história por predestinação.
“Eu acredito muito em uma coisa de Deus. Cada criança que veio para mim foi enviada por Deus. Por isso decidi continuar no cadastro. Se tiver que ser, vai ser, chegará um novo filho. Se não for para ser, não vão nem chamar. Mas estou a disposição”, disse.
Quando questionada sobre se há diferença na forma de tratamento e sentimento entre eles, Adriana rebate que não há distinção alguma. Para ela, o amor de mãe para filho é algo construído, que começa a surgir logo em que seu olhar cruzou com os deles.
“Você passa a amar uma criança a partir do momento que você a vê. Nessas tentativas de ter um segundo filho, cheguei a ter um casal de gêmeos. Em que eu conheci o menino. A menina eu não conheci, pois faleceu no parto. Tive que ir até para a terapia, pois não conseguia entender por que tinha sentimentos tão diferentes com ele e para ela”, declarou.
“Depois, resolvi isso na minha cabeça. Ele eu conheci. Convivi pouco, mas convivi. Ela não, não existe nenhuma figura. Então, vi que você passa a amar aquele filho, a partir do momento em que o vê”, afirmou.
Como prova deste sentimento tão forte, ela conta o exemplo de Vitor, de cinco anos, que foi adotado em 2011.
“O Vitor, por exemplo, nasceu com um problema no olho. Quando fomos buscá-lo no abrigo, nos perguntaram se não gostaríamos de ter primeiro um diagnóstico do que era. Nós dissemos que não. Quando a gente levou para o oftalmologista, foi levantada a possibilidade de um tumor. Entrei em pânico, como se tivesse com ele há anos”, disse.
MAE SOLIDARIA ADOTA
“É um sentimento indescritível você sair com a criança do lar. Só quem passa por isso para entender”, completou.
Adriana declara que ainda não sabe se irá adotar uma nova criança, mas garante que o único empecilho é a questão financeira.
“A gente voltou para o cadastro. Quando a gente foi pedir para a juíza a guarda da Manoela, nossa última filha, a magistrada chegou a nos perguntar se gostaríamos de continuar no cadastro. Cheguei a falar que não, pois sabia que não conseguiria negar uma nova adoção”, afirmou.
OS FILHOS E A ADOÇÃO
Entre tantas dúvidas que envolvem as questões ligadas à adoção, talvez a principal seja a de como tratar o assunto com os filhos.
No entanto, Adriana garante que na sua casa este assunto foi tratando com naturalidade.
Segundo a médica, todos seus filhos sabem de suas origens e conseguem entender como chegaram à família.
“Até me perguntam: ‘quando você contou que seus filhos são adotados?’. Eu respondo que não sei. Todos eles já sabem que foram adotados. Pois agimos de uma maneira tão natural. Não existiu este momento de sentar com algum deles e conversar. Sempre foi de uma maneira muita aberta. No caso da Isadora, que foi a primeira, nós contávamos à medida das perguntas que ela nos fazia”, contou.
“Além disso, quando foram chegando as crianças, quem já estava com a gente encarava como normal. Esses dias ouvi meu marido no quarto das crianças contando para cada um deles, como era os entes biológicos das crianças. Eles estavam lidando de uma maneira muito natural”, relatou.
A mãe também acredita que é possível chegar o momento em que elas vão decidir ir em busca do passado e de suas famílias biológicas.
MESMO COM CERTO TEMOR, ELA DEFENDE SER UM DIREITO DELES.
Não sei se vão querer buscar os parentes biológicos. Acredito que algumas das crianças vão buscar saber sobre suas origens. Como eu vou lidar? Eu não sei. Tenho a primeira certidão de cada um guardada. É um direito deles. Vai doer? Vai. Mas é algo que precisa ser dessa forma”, declarou.
RELACIONAMENTO COM A FAMÍLIA
Quando a questão são os parentes, Adriana conta que muitos chegam a se espantar, quando sabem da chegada de mais um filho. Mas, em modo geral, todos recebem muito bem a notícia de mais uma adoção.
“Acredito que a família sempre recebeu muito bem. Às vezes se espantam. Tanto que no caso da Ana Júlia nós demoramos quase uma semana para apresentá-la à família. É normal ter um pouco de receio, mas de modo geral é uma situação bem aceita”, afirmou.
Já o relacionamento entre os irmãos, a médica até lamenta que as crianças brigam muito, mas lembra que isso é normal em qualquer família.
“É normal. Relacionamento de irmãos. Brigam e as vezes acho que brigam demais. Mas eu lembro que também brigava muito com o meu irmão. Então, é uma coisa normal”, disse.
Fonte: MídiaNews
Original disponível em: http://48horasnews.com.br/apos-formar-filho-biologico-medica-decide-adotar-mais-cinco-criancas/
Reproduzido por: Lucas H.
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