08/05/2016
Karla Araujo
O neto de 15 anos, a filha do primeiro casamento do esposo e dois filhos adotivos recebem o mesmo amor e cuidado de Maria Zélia
Dia das Mães é dia de casa cheia, mas para a bancária Maria Zélia Lopes Silva, 56, cada espaço de seu lar está preenchido com filhos todos os dias. Casada há 29 anos com Egnaldo Divino da Silva, 58, os dois tem três filhos biológicos (Priscilla, 31, Lucas, 27, Egnaldo, 28) e um neto (Alexsander, 15) que moram na mesma casa. Egnaldo tem uma filha do primeiro casamento, que é casada (Elene, 28), mas participa com frequência da rotina da família.
A casa de Maria Zélia ganhou novos sonos e cores com a chegada de João Pedro, há cinco anos. O menino, na época com 34 dias, foi adotado pelo casal. A luta na Justiça para conseguir a guarda durou três anos, pois a criança foi entregue à família pela mãe biológica, que não tinha condições de criá-lo. “Foi espontâneo. Sempre tínhamos pensado e a oportunidade apareceu. Lutamos, fizemos os cursos e aceitamos de coração aberto”, conta a mãe.
Ao concluir o processo de adoção de João Pedro, Maria Zélia e Egnaldo informaram que estavam abertos a novas adoções e não tinham oposição a problemas físicos. Há pouco mais de dois anos, o casal foi informado que uma criança com deficiência visual estava disponível para adoção. “Conversei com a minha família e fizemos dez visitas ao orfanato onde Davi estava. Na época, ele tinha apenas nove meses. Um mês depois ele foi para casa conosco”, lembra Maria Zélia.
VIDA NOVA
Para a mãe, o maior desafio é ter saúde para fazer o mesmo que foi feito pelos filhos mais velhos. “Eles perguntam bastante e sempre falamos para eles sobre filhos da barriga e filhos do coração. À medida que eles conseguem entender, explicamos sobre a adoção”, explica Maria Zélia.
Ter duas crianças em casa novamente é, para a mãe, uma oportunidade de recomeçar a vida. “Tudo é marcante. Na última semana teve apresentações do Dia das Mães nas escolas das crianças e foi muito lindo e emocionante”, lembra Maria Zélia. “Todos são apaixonados pelas crianças e todo mundo ajuda. Uma família só, sem diferença no amor, que é grande demais”.
CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA TEM PRIORIDADE
A deficiência visual de Davi é completa e irreversível. Ele faz acompanhamento médico semanal no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), mas nunca foi um problema para a família. Para casos semelhantes ao dele, a Corregedoria Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) criou a campanha Adoção Especial. O projeto foi idealizado pelo o juiz auxiliar da CGJGO, Ronnie Paes Sandre.
A iniciativa foi tomada pelo juiz, porque ele tem uma filha com necessidade especial. “Embora saibamos que existem muitas outras crianças que precisam de adoção urgente, entendemos que crianças especiais merecem atenção primordial”, explica Sandre. O processo realizado por meio do Adoção Especial difere-se dos demais por causa da prioridade na tramitação.
A preferência é baseada na Lei nº 13.146, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. O Artigo 9º determina que a pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, “sobretudo com a finalidade de tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências”.
Fora a prioridade, o processo de adoção de uma criança especial é o mesmo de uma que não é. Inicia-se com uma entrevista para traçar o perfil dos pais. Com o cadastro pronto, o solicitante entra na fila de espera. Caso não existir outros candidatos, a família começa a visitar a criança e pode até mesmo passar um tempo com ela em casa para criar vínculo. Caso a guarda provisória seja concedida, os pais têm direito a licença maternidade e paternidade para que tenham mais tempo disponível no período de adaptação.
Original disponível em: http://www.ohoje.com.br/noticia/cidades/n/119194/t/filhos-da-barriga-e-filhos-do-coracao-celebram-data
Reproduzido por: Lucas H.
Karla Araujo
O neto de 15 anos, a filha do primeiro casamento do esposo e dois filhos adotivos recebem o mesmo amor e cuidado de Maria Zélia
Dia das Mães é dia de casa cheia, mas para a bancária Maria Zélia Lopes Silva, 56, cada espaço de seu lar está preenchido com filhos todos os dias. Casada há 29 anos com Egnaldo Divino da Silva, 58, os dois tem três filhos biológicos (Priscilla, 31, Lucas, 27, Egnaldo, 28) e um neto (Alexsander, 15) que moram na mesma casa. Egnaldo tem uma filha do primeiro casamento, que é casada (Elene, 28), mas participa com frequência da rotina da família.
A casa de Maria Zélia ganhou novos sonos e cores com a chegada de João Pedro, há cinco anos. O menino, na época com 34 dias, foi adotado pelo casal. A luta na Justiça para conseguir a guarda durou três anos, pois a criança foi entregue à família pela mãe biológica, que não tinha condições de criá-lo. “Foi espontâneo. Sempre tínhamos pensado e a oportunidade apareceu. Lutamos, fizemos os cursos e aceitamos de coração aberto”, conta a mãe.
Ao concluir o processo de adoção de João Pedro, Maria Zélia e Egnaldo informaram que estavam abertos a novas adoções e não tinham oposição a problemas físicos. Há pouco mais de dois anos, o casal foi informado que uma criança com deficiência visual estava disponível para adoção. “Conversei com a minha família e fizemos dez visitas ao orfanato onde Davi estava. Na época, ele tinha apenas nove meses. Um mês depois ele foi para casa conosco”, lembra Maria Zélia.
VIDA NOVA
Para a mãe, o maior desafio é ter saúde para fazer o mesmo que foi feito pelos filhos mais velhos. “Eles perguntam bastante e sempre falamos para eles sobre filhos da barriga e filhos do coração. À medida que eles conseguem entender, explicamos sobre a adoção”, explica Maria Zélia.
Ter duas crianças em casa novamente é, para a mãe, uma oportunidade de recomeçar a vida. “Tudo é marcante. Na última semana teve apresentações do Dia das Mães nas escolas das crianças e foi muito lindo e emocionante”, lembra Maria Zélia. “Todos são apaixonados pelas crianças e todo mundo ajuda. Uma família só, sem diferença no amor, que é grande demais”.
CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA TEM PRIORIDADE
A deficiência visual de Davi é completa e irreversível. Ele faz acompanhamento médico semanal no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), mas nunca foi um problema para a família. Para casos semelhantes ao dele, a Corregedoria Geral da Justiça de Goiás (CGJGO) criou a campanha Adoção Especial. O projeto foi idealizado pelo o juiz auxiliar da CGJGO, Ronnie Paes Sandre.
A iniciativa foi tomada pelo juiz, porque ele tem uma filha com necessidade especial. “Embora saibamos que existem muitas outras crianças que precisam de adoção urgente, entendemos que crianças especiais merecem atenção primordial”, explica Sandre. O processo realizado por meio do Adoção Especial difere-se dos demais por causa da prioridade na tramitação.
A preferência é baseada na Lei nº 13.146, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. O Artigo 9º determina que a pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, “sobretudo com a finalidade de tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências”.
Fora a prioridade, o processo de adoção de uma criança especial é o mesmo de uma que não é. Inicia-se com uma entrevista para traçar o perfil dos pais. Com o cadastro pronto, o solicitante entra na fila de espera. Caso não existir outros candidatos, a família começa a visitar a criança e pode até mesmo passar um tempo com ela em casa para criar vínculo. Caso a guarda provisória seja concedida, os pais têm direito a licença maternidade e paternidade para que tenham mais tempo disponível no período de adaptação.
Original disponível em: http://www.ohoje.com.br/noticia/cidades/n/119194/t/filhos-da-barriga-e-filhos-do-coracao-celebram-data
Reproduzido por: Lucas H.
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