24/05/2017
“- Tia, você é casada?
- Não.
- Você tem namorado?
- Não.
- Você tem filhos?
- Não.
- Então, por que você não me adota? Eu quero ser adotada, eu quero ter uma família, eu quero ser livre!”
Sandra, 41 anos, ainda não sabia, mas depois desse diálogo, sua vida mudaria para sempre. Hoje, ela é mãe de uma adolescente e duas crianças negras. Um processo de adoção monoparental que precisa de visibilidade.
“Eu nunca pensei em adoção. Mas sempre tive vontade de ser mãe! De um dia para o outro, o relógio biológico surtou. Eu queria ser mãe”, afirma Sandra. Ela deu início ao processo, tirou os documentos e foi habilitada para adotar.
“Meu perfil? Uma criança branca, negra, azul ou cor de abóbora. De três a cinco anos de idade, doenças tratáveis”, conta. Durante a espera, por cerca de dois anos, frequentou um grupo de apoio à adoção. “Foi importantíssimo”, relembra.
No fim de 2011, recebeu o e-mail de uma juíza: “Temos uma menina negra, de oito anos, está no abrigo tal”. Ao pé do texto, havia a informação: “Ela têm dois irmãos, o primeiro de cinco anos e o segundo de um ano e meio. Caso se interesse, podemos conversar!”.
Sandra leu, releu e pensou: “Três crianças! Não tenho condições financeiras, escola, plano de saúde...”. Assim, ela foi conhecer apenas Bianca. “A menina mais esperta do mundo!”, afirma.
Quando chegou perto dela, puxou assunto, sem falar, é claro, que estava ali com o objetivo de adoção. A menina perguntou se Sandra era casada, se tinha namorado, ou se tinha filhos. E disparou: “Então, por que você não me adota? Eu quero ser adotada, eu quero ter uma família, eu quero ser livre!”.
A futura mamãe continuou a visita e acabou conhecendo os irmãos de Bianca. “Não podia me apaixonar, pois eles estavam em aproximação com outro casal. Então, combinei com a psicóloga do abrigo que voltaria na outra semana”, conta.
Quando retornou, Sandra foi recebida por Bianca, que já a tratava como mãe. Ficou sabendo que os pretendentes dos irmãos da menina haviam desistido. “Ufa! Corri e pedi a guarda deles. Agora estava completo, eu me sentia plena!”, recorda.
Sandra, formada em química, se tornou mãe de três crianças, com adoção tardia, bem fora do seu perfil inicial. Desde então, passaram-se cinco anos. Dia desses, o caçula perguntou:
- Mãe, você queria ter um filho levado?
Antes que Sandra pudesse responder, ele completou.
- Eu posso até ser levado, mas já sei fazer continhas!
A mãe disse que tudo o que ela mais queria na vida era um filho levado. E ele disse.
- Eu posso até ser bagunceiro, mas eu já sei ler tudo!!!
“É assim minha vida, maravilhosamente agitada!”, festeja Sandra. A família mora no Rio de Janeiro.
Original disponível em: http://www.ibdfam.org.br/noticias/6286/%E2%80%9CMeu+perfil%3F+Uma+crian%C3%A7a+branca%2C+negra%2C+azul+ou+cor+de+ab%C3%B3bora%E2%80%9D#.WSa5-wO-X9I.facebook
Reproduzido por: Lucas H.
“- Tia, você é casada?
- Não.
- Você tem namorado?
- Não.
- Você tem filhos?
- Não.
- Então, por que você não me adota? Eu quero ser adotada, eu quero ter uma família, eu quero ser livre!”
Sandra, 41 anos, ainda não sabia, mas depois desse diálogo, sua vida mudaria para sempre. Hoje, ela é mãe de uma adolescente e duas crianças negras. Um processo de adoção monoparental que precisa de visibilidade.
“Eu nunca pensei em adoção. Mas sempre tive vontade de ser mãe! De um dia para o outro, o relógio biológico surtou. Eu queria ser mãe”, afirma Sandra. Ela deu início ao processo, tirou os documentos e foi habilitada para adotar.
“Meu perfil? Uma criança branca, negra, azul ou cor de abóbora. De três a cinco anos de idade, doenças tratáveis”, conta. Durante a espera, por cerca de dois anos, frequentou um grupo de apoio à adoção. “Foi importantíssimo”, relembra.
No fim de 2011, recebeu o e-mail de uma juíza: “Temos uma menina negra, de oito anos, está no abrigo tal”. Ao pé do texto, havia a informação: “Ela têm dois irmãos, o primeiro de cinco anos e o segundo de um ano e meio. Caso se interesse, podemos conversar!”.
Sandra leu, releu e pensou: “Três crianças! Não tenho condições financeiras, escola, plano de saúde...”. Assim, ela foi conhecer apenas Bianca. “A menina mais esperta do mundo!”, afirma.
Quando chegou perto dela, puxou assunto, sem falar, é claro, que estava ali com o objetivo de adoção. A menina perguntou se Sandra era casada, se tinha namorado, ou se tinha filhos. E disparou: “Então, por que você não me adota? Eu quero ser adotada, eu quero ter uma família, eu quero ser livre!”.
A futura mamãe continuou a visita e acabou conhecendo os irmãos de Bianca. “Não podia me apaixonar, pois eles estavam em aproximação com outro casal. Então, combinei com a psicóloga do abrigo que voltaria na outra semana”, conta.
Quando retornou, Sandra foi recebida por Bianca, que já a tratava como mãe. Ficou sabendo que os pretendentes dos irmãos da menina haviam desistido. “Ufa! Corri e pedi a guarda deles. Agora estava completo, eu me sentia plena!”, recorda.
Sandra, formada em química, se tornou mãe de três crianças, com adoção tardia, bem fora do seu perfil inicial. Desde então, passaram-se cinco anos. Dia desses, o caçula perguntou:
- Mãe, você queria ter um filho levado?
Antes que Sandra pudesse responder, ele completou.
- Eu posso até ser levado, mas já sei fazer continhas!
A mãe disse que tudo o que ela mais queria na vida era um filho levado. E ele disse.
- Eu posso até ser bagunceiro, mas eu já sei ler tudo!!!
“É assim minha vida, maravilhosamente agitada!”, festeja Sandra. A família mora no Rio de Janeiro.
Original disponível em: http://www.ibdfam.org.br/noticias/6286/%E2%80%9CMeu+perfil%3F+Uma+crian%C3%A7a+branca%2C+negra%2C+azul+ou+cor+de+ab%C3%B3bora%E2%80%9D#.WSa5-wO-X9I.facebook
Reproduzido por: Lucas H.
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