segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cruzeiro entra em campo com campanha para incentivar a adoção de adolescentes (Reprodução)

08/07/2017

O Cruzeiro de Belo Horizonte está entrando em campo com um novo objetivo além do de marcar gols. O time criou uma campanha para incentivar a adoção de adolescentes de até 17 anos, que normalmente são rejeitados.

O estudante Williams Amaral, de 19 anos, conseguiu sentir o que é a felicidade de ter uma família. “Eu acho que eles gostam muito de mim, eles estão sempre perto de mim, me dá carinho, me dá amor”, disse o jovem, referindo-se aos pais.

Para o pai e a mãe, nem parece que ele foi adotado há menos de dois anos. A mãe adotiva, Viviane Nogueira, viu o filho pela primeira vez em um vídeo. Eram depoimentos de vários jovens que aguardavam por uma adoção. No vídeo William falava: “Eu perdi minha família quando eu tinha sete anos e hoje eu estou à procura de uma família nova que me dê carinho e amor”.

“Assim que eu assisti o vídeo eu já senti uma emoção muito forte e naquele momento eu vi que eu tinha encontrado meu filho”, falou a engenheira Viviane.

O vídeo foi parte de uma campanha do time de futebol Sport Club, do Recife, que o Jornal Hoje mostrou em setembro de 2015. Um incentivo à chamada adoção tardia, de crianças e adolescentes entre sete e 17 anos.

O Williams estava com 17 e veio do Recife para casa dos novos pais em Belo Horizonte. “Eu achava que ele ia demorar pra chamar a gente de pai, de mãe por causa da idade, né. E aí pra nossa surpresa, pra nossa felicidade ele já ligou e já falou ‘oi, mãe, tudo bem? Quando você vem me buscar?”, relembrou Viviane.

A estratégia deu tão certo que uma nova rede de parceiros trabalhando pela adoção tardia já se formou, e também liderada por um time de futebol. O Cruzeiro acaba de colocar em campo um novo time de crianças e adolescentes que vivem em abrigos de Belo Horizonte e da Região Metropolitana. E eles foram convidados pelo Cruzeiro para ir ao Mineirão e também contaram suas histórias.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pessoas estão cadastradas para fazer um
a
adoção, no Brasil. O desafio é que pouco mais de 2% querem crianças de até oito anos. Apenas 0,08% aceita adolescentes de até 17 anos de idade. “Essa faixa etária, seis, sete anos, até 18, ela é invisível”, disse a juíza da Infância e da Adolescência Maria Beatriz Biasutti.

O Williams e a Viviane são a prova de que pode ser diferente e vestiram a camisa da campanha "Adote um Campeão". “O esporte aproxima famílias, aproxima pessoas, né? Então, é fundamental!, completou Viviane.

“O Cruzeiro vai desenvolver diversas ações com essas crianças, né, nos centros de treinamento, em ações nos nossos jogos, usando as redes sociais e um trabalho constante de divulgação da imagem dessas crianças”, explicou o diretor de Marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa.

Juízes, promotores e grupos de apoio à adoção se juntaram ao time. "Quem não é visto não pode ser amado. E é o que acontece, e é o que através desse projeto nós queremos mudar”, falou a advogada do grupo de apoio à adoção de Belo Horizonte, Larissa Jardim.

A iniciativa de incentivar a adoção de crianças maiores é motivo de campanha de um outro time de futebol: o Sport Recife, como o Jornal Hoje já mostrou em abril do ano passado.


Reproduzido por: Lucas H.

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