terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Aplicativo estimula a adoção de menor ‘fora do padrão’ (Reprodução)

31/12/17


PORTO ALEGRE. Apesar de inicialmente querer adotar apenas um bebê pequeno, um casal de Porto Alegre acabou se deixando encantar há seis anos por uma dupla de irmãos de 4 e 7 anos. Dessa experiência surgiu a ideia de criar um aplicativo para permitir que outros pais também possam se surpreender com crianças e adolescentes fora dos padrões inicialmente determinados por eles.
Inspirada em aplicativos de relacionamento, a tecnologia vai permitir que o usuário acesse fotos, vídeos, cartinhas e desenhos de quem espera por adoção.

A versão Android foi finalizada em novembro, mas só vai estar pronta para uso no segundo semestre de 2018. Ainda é preciso fazer a migração dos dados do sistema do Tribunal de Justiça para dentro do aplicativo. Concluída essa etapa, a ferramenta ainda vai passar por uma fase de testes.

Por conter informações sigilosas, o acesso será restrito aos pais registrados no Cadastro Nacional de Adoção, independentemente do Estado em que moram. Já as crianças e adolescentes aptos a adoção serão apenas aqueles registrados no Rio Grande do Sul, pelo menos inicialmente. A expectativa é que os Tribunais de Justiça de outros Estados possam aderir ao sistema.

Busca restrita. Quando decidiram ingressar no cadastro nacional, o analista de sistemas Nilson Ayala Queiroz e a arquiteta Karine Queiroz já tentavam ter um filho havia dez anos. Assim como 31% dos pais aptos a adotarem no Brasil, o casal restringiu sua busca a bebês de até 2 anos, que representam só 1,4% do total de crianças disponíveis.

Um ano e meio depois, no entanto, Karine anunciou: “Encontrei nosso filho”. Ela havia acabado de voltar de um abrigo onde fazia trabalho voluntário. Em seguida convidou o marido: “Vamos conhecer os dois?”. Nilson demorou a entender. “Como assim dois?” Eram dois irmãos.

Ao se inscreverem no cadastro, Nilson e Karine figuravam entre os 66% dos pais que não aceitam adotar irmãos. Mais uma vez, estavam na contramão da realidade: 66% das crianças têm irmãos, e o esforço das autoridades é sempre pela adoção conjunta.

Oito meses depois, Wesley e Iuri chegavam à nova casa. Foi quando Nilson teve a ideia de criar uma ferramenta que permitisse que mais pais tivessem a oportunidade de se encantar. O material está sendo elaborado sob orientação do TJ gaúcho. Ao fazer o login, os casais inscritos no cadastro se comprometem a não compartilhar as informações. Quem não está registrado no cadastro nacional até poderá acessar o aplicativo, mas não será possível ver nomes nem imagens que identifiquem as crianças.

Programa

Quem fez. O aplicativo foi desenvolvido de forma gratuita pela Agência Experimental de Software (Ages), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).


Reproduzido por: Lucas H.


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