16/09/2016
Ele é o terceiro homem mais rico do mundo – uns 64 bilhões de dólares, mas vai mudando conforme as flutuações do mercado. Começou a fortuna com a venda de livros eletrônicos pela internet e hoje vende tudo o que se pode imaginar – às vezes, nem se pode – através da gigante com nome de rio brasileiro, a Amazon.
Como as fronteiras planetárias se tornaram pequenas para visionários como ele, Bezos é outro dos mega-bilionários que quer ir para o espaço, literalmente. No começo da semana, anunciou um novo foguete espacial para levar, e trazer de volta, satélites e pessoas já no próximo ano. Sonha com um sistema solar habitado por “trilhões de humanos” no qual seria possível ter “mil Einsteins” em qualquer momento.
Para quem acha que é maluquice, é bom lembrar que Bezos também investiu em negócios que pareciam absurdos como Airbnb e Uber, que estão mudando os paradigmas de hospedagem e locomoção. Devido à ligação umbilical que tem com a tecnologia de informação, foi uma supresa quando comprou o jornal Washington Post, que ainda vive e respira do velho papel.
Jeff Bezos recebeu o nome de Jeffrey Preston Jorgensen quando nasceu e uma história que não parecia nada promissora. A mãe, Jacqulyn Gise, tinha apenas 17 anos quando engravidou. O pai, Ted Jorgensen, era um ano mais velho e tentava a vida como equilibrista de circo. Sumiu depois de alguns meses de casamento e só foi descobrir em 2012 que era pai do filho do qual havia se “esquecido”.
O multibilionário foi adotado pelo segundo marido da mãe, Miguel Bezos. Imigrante cubano que chegou aos Estados Unidos com 15 anos e ainda era adolescente quando se casou com Jacklyn, Mike Bezos deu duro para entrar na faculdade e, mais tarde, liberou a mitológica garagem para o filho genial. O avô paterno de Jeff tinha uma situação econômica boa e incentivou o neto a entrar no mundo dos computadores para o qual parecia ter nascido.
O bom senso, a história e os números mostram que o melhor ambiente para criar uma criança é a família com pai, mãe, estabilidade emocional e incentivo para os estudos. O fato de que algumas das pessoas mais bem sucedidas de nossa era tenham conseguido isso por meios inesperados, tendo nascido de pais biológicos negligentes ou indiferentes, é uma irresistível curiosidade sociológica.
O caso mais conhecido é o de Steve Jobs, entregue para adoção recém-nascido. Seus pais biológicos, Joanne Schcieble e o sírio Abdulfattah Jandali, faziam faculdade juntos e namoravam, contra a vontade do pai dela.
A mãe biológica de Jobs engravidou durante uma visita a Homs, a cidade síria hoje destruída pela guerra, e deu o filhinho para ser adotado. Mais tarde, casou-se com o namorado muçulmano e teve uma filha, a escritora Mona Simpson. Jandali foi péssimo pai e marido, sumindo durante anos da vida da filha.
Pior ainda foi o pai de quem o presidente Barack Obama herdou o nome (com Hussein no meio). O queniano também conheceu a mãe de Obama, Ann Dunham, na faculdade, num curso de russo, no Havaí, que ele cursava num programa de intercâmbio para estrangeiros.
O casamento durou pouco, Obama pai foi para Oxford e depois retornou ao Quênia. Só voltou a ver o filho uma vez. No retorno ao Quênia, levou outra namorada americana, Ruth Baker, de uma família de judeus lituanos.
Com ela, teve dois filhos e um casamento desastroso, marcado por bebedeiras e agressões. Obama filho morou com o segundo marido da mãe na Indonésia e durante anos usou seu sobrenome, Suetoro. Voltou Havaí para estudar, morando na casa dos avós maternos.
Evidentemente, é impossível saber o que teria acontecido com esses três homens extraordinários se tivessem sido criados por seus pais biológicos. Mas é possível garantir que nenhum gênio da tecnologia digital ou fenômeno da política saiu do Quênia ou da Síria. A genética é forte, mas precisa do meio-ambiente propício para florescer.
Ou será que a busca dos pais sumidos, ou mecanismos de compensação para a ausência, impulsionou carreiras tão excepcionais?
Jeffrey Bezos disse que será feliz se chegar aos 80 anos e, fazendo uma retrospectiva de sua vida, puder concluir que conseguiu criar a infraestrutura para tornar as viagens espaciais acessíveis.
Quebrar paradigmas continua sendo um jeito sensacional de cantar vitória para pais ausentes.
Original disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/mundialista/bilionario-bezos-e-outra-historia-de-sucesso-de-filho-de-mae-adolescente-e-pai-sumido/
Reproduzido por: Lucas H.
Ele é o terceiro homem mais rico do mundo – uns 64 bilhões de dólares, mas vai mudando conforme as flutuações do mercado. Começou a fortuna com a venda de livros eletrônicos pela internet e hoje vende tudo o que se pode imaginar – às vezes, nem se pode – através da gigante com nome de rio brasileiro, a Amazon.
Como as fronteiras planetárias se tornaram pequenas para visionários como ele, Bezos é outro dos mega-bilionários que quer ir para o espaço, literalmente. No começo da semana, anunciou um novo foguete espacial para levar, e trazer de volta, satélites e pessoas já no próximo ano. Sonha com um sistema solar habitado por “trilhões de humanos” no qual seria possível ter “mil Einsteins” em qualquer momento.
Para quem acha que é maluquice, é bom lembrar que Bezos também investiu em negócios que pareciam absurdos como Airbnb e Uber, que estão mudando os paradigmas de hospedagem e locomoção. Devido à ligação umbilical que tem com a tecnologia de informação, foi uma supresa quando comprou o jornal Washington Post, que ainda vive e respira do velho papel.
Jeff Bezos recebeu o nome de Jeffrey Preston Jorgensen quando nasceu e uma história que não parecia nada promissora. A mãe, Jacqulyn Gise, tinha apenas 17 anos quando engravidou. O pai, Ted Jorgensen, era um ano mais velho e tentava a vida como equilibrista de circo. Sumiu depois de alguns meses de casamento e só foi descobrir em 2012 que era pai do filho do qual havia se “esquecido”.
O multibilionário foi adotado pelo segundo marido da mãe, Miguel Bezos. Imigrante cubano que chegou aos Estados Unidos com 15 anos e ainda era adolescente quando se casou com Jacklyn, Mike Bezos deu duro para entrar na faculdade e, mais tarde, liberou a mitológica garagem para o filho genial. O avô paterno de Jeff tinha uma situação econômica boa e incentivou o neto a entrar no mundo dos computadores para o qual parecia ter nascido.
O bom senso, a história e os números mostram que o melhor ambiente para criar uma criança é a família com pai, mãe, estabilidade emocional e incentivo para os estudos. O fato de que algumas das pessoas mais bem sucedidas de nossa era tenham conseguido isso por meios inesperados, tendo nascido de pais biológicos negligentes ou indiferentes, é uma irresistível curiosidade sociológica.
O caso mais conhecido é o de Steve Jobs, entregue para adoção recém-nascido. Seus pais biológicos, Joanne Schcieble e o sírio Abdulfattah Jandali, faziam faculdade juntos e namoravam, contra a vontade do pai dela.
A mãe biológica de Jobs engravidou durante uma visita a Homs, a cidade síria hoje destruída pela guerra, e deu o filhinho para ser adotado. Mais tarde, casou-se com o namorado muçulmano e teve uma filha, a escritora Mona Simpson. Jandali foi péssimo pai e marido, sumindo durante anos da vida da filha.
Pior ainda foi o pai de quem o presidente Barack Obama herdou o nome (com Hussein no meio). O queniano também conheceu a mãe de Obama, Ann Dunham, na faculdade, num curso de russo, no Havaí, que ele cursava num programa de intercâmbio para estrangeiros.
O casamento durou pouco, Obama pai foi para Oxford e depois retornou ao Quênia. Só voltou a ver o filho uma vez. No retorno ao Quênia, levou outra namorada americana, Ruth Baker, de uma família de judeus lituanos.
Com ela, teve dois filhos e um casamento desastroso, marcado por bebedeiras e agressões. Obama filho morou com o segundo marido da mãe na Indonésia e durante anos usou seu sobrenome, Suetoro. Voltou Havaí para estudar, morando na casa dos avós maternos.
Evidentemente, é impossível saber o que teria acontecido com esses três homens extraordinários se tivessem sido criados por seus pais biológicos. Mas é possível garantir que nenhum gênio da tecnologia digital ou fenômeno da política saiu do Quênia ou da Síria. A genética é forte, mas precisa do meio-ambiente propício para florescer.
Ou será que a busca dos pais sumidos, ou mecanismos de compensação para a ausência, impulsionou carreiras tão excepcionais?
Jeffrey Bezos disse que será feliz se chegar aos 80 anos e, fazendo uma retrospectiva de sua vida, puder concluir que conseguiu criar a infraestrutura para tornar as viagens espaciais acessíveis.
Quebrar paradigmas continua sendo um jeito sensacional de cantar vitória para pais ausentes.
Reproduzido por: Lucas H.
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