11/09/2016
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Karla Sibro
Da Reportagem Local
Ao todo, 29 casais estão na fila de espera para adotar uma criança em Catanduva. Tem casal que está na fila há mais de seis anos. Atualmente cinco adolescentes estão à disposição para serem adotados e nenhuma criança menor de 12 anos consta no cadastro. A informação é do juiz da Vara da Infância e Juventude de Catanduva, Alceu Correa Júnior.
Embora o número de casais seja grande, a procura por uma criança menor de sete anos também é. A preferência da maioria dos casais é por uma criança do sexo feminino e da cor branca, que tenha a idade de zero a um ano. Mas de acordo com o juiz da Vara da Infância, após os casais participarem de cursos preparatórios essas preferências desaparecem.
“O perfil apontado pelos casais não são compatíveis com o perfil da criança apta para adoção, mesmo assim, os casais são consultados”, informa Correa Júnior.
Conforme dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA), administrados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Brasil existem cerca de 5.500 crianças em condições para serem adotadas e existem quase 30 mil famílias na lista de espera. Em Catanduva, acontece a mesma coisa, há 29 casais que querem adotar e apenas cinco adolescentes para adoção.
O juiz explica que o fato ocorre devido às peculiaridades de cada caso.
“As peculiaridades de cada caso são consideradas numa aproximação entre o casal e a criança/adolescente. A disparidade entre o número de casais cadastrados e crianças/adolescentes é devido ao perfil de cada um que deve ser levado em conta”, diz.
As crianças vão parar no poder da Justiça por diversas razões.
“As causas de um acolhimento pode ser por negligência, abandono, maus tratos, violência, dentre outros”, avalia Júnior.
ADOÇÃO TARDIA
Outro aspecto que aumenta a fila de casais a espera de um bebê é a insegurança de adotar um adolescente. No Brasil é considerada doação tardia para crianças depois de sete anos.
“Pelos estudos realizados, o que se observa é o desinteresse por parte dos casais cadastrados em adotar crianças maiores”, aponta o juiz.
ADOLESCENTES
Depois de atingir a maior idade sem adoção, o adolescente é respaldado por uma equipe técnica.
“Os adolescentes são preparados para a vida adulta e mercado de trabalho, com cursos e apoio de equipes técnicas”, pontua doutor Alceu Correa Júnior.
COMO ADOTAR
Os interessados em adotar devem procurar o Cartório da Infância e Juventude e realizar uma inscrição. Depois disso, eles passam por uma avaliação social e psicológica, e com a autorização do Ministério Público e do Juiz estão aptos a adotar.
Se a criança e o casal estiverem aptos para adoção à parte burocrática demora aproximadamente 45 dias.
“É fácil adotar. Não é burocrático, o problema é o perfil das pessoas. Um casal pode esperar um recém-nascido por dez anos e nunca aparecer uma criança. Ou outro pode esperar por seis meses e aparecer um recém-nascido o que posso dizer é que o pretendente deve pensar em ampliar o leque de opções dele para crianças mais velhas, porque com certeza vai esperar pouco, porque tem criança sobrando em situação de adoção”, orienta Correa Júnior.
O juiz orienta ainda que o importante é aceitar os desafios e educar com amor.
“Quem decide adotar tem que saber que as dificuldades não decorrem do filho ser adotado. O que é muito comum é que quando se adota e a criança chega na adolescência é natural as alterações. O filho adotivo é como o filho biológico para sempre e então é importante essas duas coisas. O pretendente ter noção de que é uma responsabilidade para o resto da vida e ampliar o leque de opções para ter mais chances de adotar”, finaliza o juiz.
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