19 SET 2016
Valquíria Oriqui é a prova de que a vida pode mudar radicalmente em questão de alguns minutos e que a adoção se torna o acolhimento que muitos seres humanos necessitam para tocar a vida. Valquíria não sabe exatamente qual idade tinha quando perdeu o pai e a mãe em um acidente e foi levada para um orfanato em São Paulo, ao lado de um dos irmãos.
Com uma diferença de idade de apenas 11 meses e 27 dias, Valquíria teria que ser adotada junto com o irmão, que acabou virando irmão e primo dentro da nova família, comemorando a festa de aniversário sempre juntos. Valquíria fala com orgulho da história e destaca que foi adotada aos 2 anos de idade, crescendo rodeada de amor e carinho.
A irmã mais nova foi separada dos dois irmãos, mas o destino tratou de junta-los outra vez.
Confira abaixo a entrevista completa:
TopMídiaNews: Onde e como tudo aconteceu?
Valquíria: Nasci em Capivari, interior de SP. Não sei quantos anos eu tinha quando meus pais biológicos morreram e fui parar no orfanato da cidade. Mas na ocasião éramos em três irmãos: eu, meu irmão e minha irmã. Eu e meu irmão temos 11 meses e 27 dias de diferença de idade (não chega a 1 ano, minha irmã era bebê na época em que tudo aconteceu. Eu fui para um orfanato, meu irmão para outro e minha irmã foi para o hospital com pneumonia.
TopMídiaNews: Com quantos anos foi adotada?
Valquíria: Aos 2 anos e 10 meses de idade fui adotada por uma família q morava na capital de São Paulo. Porém, não poderiam separar eu e meu irmão pelo fato de termos quase a mesma idade. Então quem o adotou foi a irmã do meu pai adotivo. Fomos morar em São Paulo com as respectivas famílias. Crescemos sendo irmãos e primos. Como ele faz aniversário dia 7 de março e eu dia 3, as festas sempre eram feitas juntas. Poucos meses depois nos mudamos para Campinas, interior de SP, distante 100 km, no máximo, de Capivari.
TopMídiaNews: A família tentou esconder a adoção?
Valquíria: Desde sempre nossos pais nos contaram que éramos filhos adotivos e que tínhamos uma irmã que tinha sido adotada por uma família em Capivari, que não queria que ela soubesse que ela era adotada. Sempre nos conformamos com isso e nunca passou na cabeça ir atrás dela. A família que me adotou já tinha uma filha e dois filhos bem mais velhos. Eu era a bebê da família. Cresci cercada de amor e carinho por todos eles. A família que adotou meu irmão também tinha outros filhos, um menino e duas meninas. O pai adotivo dele faleceu de alzheimer muitos anos depois.
TopMídiaNews: Alguma vez conseguiram contato com essa irmã adotada por uma outra família?
Valquíria: De repente, em 2006, do nada, meu telefone toca dizendo que do outro lado da linha estava a minha irmã. Em choque, falamos por muitas horas para tentar aproximar o que 25 anos tinha separado. Ela contou que ainda morava em Capivari e que sempre soube que tinha dois irmãos. A família resolveu contar que ela era adotada assim que ela cresceu e que passou a vida dela nos procurando. Mas sempre encontrava obstáculos pelo caminho, além da falta de coragem. Então, a partir desta ligação nos reencontramos e passamos horas trancados dentro do quarto dela tentando colocar em dia um pouco da nossa história. Em 2007, pouco depois que nos conhecemos já vim morar em Campo Grande e perdemos o contato.
TopMídiaNews: Como é sua relação com seu irmão que sempre ficou próximo de você?
Valquíria: Meu relacionamento com meu irmão é via WhatsApp e Facebook, mesmo assim, muito pouco. As circunstâncias nos separaram, quero o bem deles, afinal de contas, temos o mesmo sangue. Meus irmãos de coração mesmo são Marcos, Luciana e Osvaldo.
TopMídiaNews: Como você se sentia em relação a adoção?
Valquíria: Nunca escutei na minha casa a palavra adotada. Nunca senti discriminação. Tive tudo o que os outros irmãos tiveram. Minha mãe certa vez me disse que quando a mulher engravida, Deus manda a ela o filho sem que possamos escolher. Você eu escolhi. Quando te vi não sei explicar o que senti, mas sabia que era minha.
TopMídiaNews: Que recado daria para as pessoas que tem medo de adotar uma criança?
Valquíria: A Adoção precisa ser consciente. Hoje em dia é diferente de antigamente. Hoje a pessoa adota e depois de um determinado prazo, se não se adaptar com uma criança, pode devolvê-la para o abrigo. Antigamente não existia isso, a pessoa adotada e aquela criança seria o filho dela para o resto da vida. O conselho que eu dou para quem quer adotar é que pense muito antes. Pois o fato de passar um determinado tempo com uma criança e depois devolvê-lo pode causar sequelas para o resto da vida da criança. Só serve para adotar, quem nasceu para ser mãe, mas que pelos meios naturais não conseguiu. Para adotar é preciso ter dentro de si uma dose de amor extra. Porque o ato de adotar é você estar disposto a amar uma criança que não tem o seu sangue e que não foi gerada dentro de você. E se esquecer disso durante a criação dela (de que foi adotada), porque um filho adotado é igual ao filho gerado, o que muda são apenas características natas de cada criança. Se a pessoa tem medo de adotar uma criança é porque ela não tem certeza do que ela quer. Quando você bate o olho numa criança, você sabe se você quer ou não que ela faça parte da sua vida.Na dúvida não adote, pois a adoção não é Brincar de Ser pai e mãe, é coisa séria, e é pro resto da vida.
Disponível em: http://www.topmidianews.com.br/entrevistas/apos-perder-os-pais-valquiria-ganhou-nova-familia-com-direito-a-irmao/55394/
Reproduzido por: Lucas H.
Valquíria Oriqui é a prova de que a vida pode mudar radicalmente em questão de alguns minutos e que a adoção se torna o acolhimento que muitos seres humanos necessitam para tocar a vida. Valquíria não sabe exatamente qual idade tinha quando perdeu o pai e a mãe em um acidente e foi levada para um orfanato em São Paulo, ao lado de um dos irmãos.
Com uma diferença de idade de apenas 11 meses e 27 dias, Valquíria teria que ser adotada junto com o irmão, que acabou virando irmão e primo dentro da nova família, comemorando a festa de aniversário sempre juntos. Valquíria fala com orgulho da história e destaca que foi adotada aos 2 anos de idade, crescendo rodeada de amor e carinho.
A irmã mais nova foi separada dos dois irmãos, mas o destino tratou de junta-los outra vez.
Confira abaixo a entrevista completa:
TopMídiaNews: Onde e como tudo aconteceu?
Valquíria: Nasci em Capivari, interior de SP. Não sei quantos anos eu tinha quando meus pais biológicos morreram e fui parar no orfanato da cidade. Mas na ocasião éramos em três irmãos: eu, meu irmão e minha irmã. Eu e meu irmão temos 11 meses e 27 dias de diferença de idade (não chega a 1 ano, minha irmã era bebê na época em que tudo aconteceu. Eu fui para um orfanato, meu irmão para outro e minha irmã foi para o hospital com pneumonia.
TopMídiaNews: Com quantos anos foi adotada?
Valquíria: Aos 2 anos e 10 meses de idade fui adotada por uma família q morava na capital de São Paulo. Porém, não poderiam separar eu e meu irmão pelo fato de termos quase a mesma idade. Então quem o adotou foi a irmã do meu pai adotivo. Fomos morar em São Paulo com as respectivas famílias. Crescemos sendo irmãos e primos. Como ele faz aniversário dia 7 de março e eu dia 3, as festas sempre eram feitas juntas. Poucos meses depois nos mudamos para Campinas, interior de SP, distante 100 km, no máximo, de Capivari.
TopMídiaNews: A família tentou esconder a adoção?
Valquíria: Desde sempre nossos pais nos contaram que éramos filhos adotivos e que tínhamos uma irmã que tinha sido adotada por uma família em Capivari, que não queria que ela soubesse que ela era adotada. Sempre nos conformamos com isso e nunca passou na cabeça ir atrás dela. A família que me adotou já tinha uma filha e dois filhos bem mais velhos. Eu era a bebê da família. Cresci cercada de amor e carinho por todos eles. A família que adotou meu irmão também tinha outros filhos, um menino e duas meninas. O pai adotivo dele faleceu de alzheimer muitos anos depois.
TopMídiaNews: Alguma vez conseguiram contato com essa irmã adotada por uma outra família?
Valquíria: De repente, em 2006, do nada, meu telefone toca dizendo que do outro lado da linha estava a minha irmã. Em choque, falamos por muitas horas para tentar aproximar o que 25 anos tinha separado. Ela contou que ainda morava em Capivari e que sempre soube que tinha dois irmãos. A família resolveu contar que ela era adotada assim que ela cresceu e que passou a vida dela nos procurando. Mas sempre encontrava obstáculos pelo caminho, além da falta de coragem. Então, a partir desta ligação nos reencontramos e passamos horas trancados dentro do quarto dela tentando colocar em dia um pouco da nossa história. Em 2007, pouco depois que nos conhecemos já vim morar em Campo Grande e perdemos o contato.
TopMídiaNews: Como é sua relação com seu irmão que sempre ficou próximo de você?
Valquíria: Meu relacionamento com meu irmão é via WhatsApp e Facebook, mesmo assim, muito pouco. As circunstâncias nos separaram, quero o bem deles, afinal de contas, temos o mesmo sangue. Meus irmãos de coração mesmo são Marcos, Luciana e Osvaldo.
TopMídiaNews: Como você se sentia em relação a adoção?
Valquíria: Nunca escutei na minha casa a palavra adotada. Nunca senti discriminação. Tive tudo o que os outros irmãos tiveram. Minha mãe certa vez me disse que quando a mulher engravida, Deus manda a ela o filho sem que possamos escolher. Você eu escolhi. Quando te vi não sei explicar o que senti, mas sabia que era minha.
TopMídiaNews: Que recado daria para as pessoas que tem medo de adotar uma criança?
Valquíria: A Adoção precisa ser consciente. Hoje em dia é diferente de antigamente. Hoje a pessoa adota e depois de um determinado prazo, se não se adaptar com uma criança, pode devolvê-la para o abrigo. Antigamente não existia isso, a pessoa adotada e aquela criança seria o filho dela para o resto da vida. O conselho que eu dou para quem quer adotar é que pense muito antes. Pois o fato de passar um determinado tempo com uma criança e depois devolvê-lo pode causar sequelas para o resto da vida da criança. Só serve para adotar, quem nasceu para ser mãe, mas que pelos meios naturais não conseguiu. Para adotar é preciso ter dentro de si uma dose de amor extra. Porque o ato de adotar é você estar disposto a amar uma criança que não tem o seu sangue e que não foi gerada dentro de você. E se esquecer disso durante a criação dela (de que foi adotada), porque um filho adotado é igual ao filho gerado, o que muda são apenas características natas de cada criança. Se a pessoa tem medo de adotar uma criança é porque ela não tem certeza do que ela quer. Quando você bate o olho numa criança, você sabe se você quer ou não que ela faça parte da sua vida.Na dúvida não adote, pois a adoção não é Brincar de Ser pai e mãe, é coisa séria, e é pro resto da vida.
Disponível em: http://www.topmidianews.com.br/entrevistas/apos-perder-os-pais-valquiria-ganhou-nova-familia-com-direito-a-irmao/55394/
Reproduzido por: Lucas H.
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