21/out/2016
Janine Souza
Do Tribunal de Justiça do RS
O Judiciário gaúcho iniciou na última quarta-feira (19), a produção de vídeos com jovens aptos à adoção. No material, que será disponibilizado apenas para candidatos a adotantes já habilitados, crianças e adolescentes contam um pouco sobre suas histórias e rotinas em abrigos e casas lares da Capital. O projeto-piloto será realizado na Comarca de Porto Alegre e integra a campanha “Deixa o amor te surpreender”, lançada na última sexta-feira (14/10), que busca incentivar a adoção de crianças com mais de 10 anos, adolescentes, grupos de irmãos e jovens com deficiência.
“O objetivo é contar a história desses jovens, sem expô-los, mas que a gente possa também trazer uma reflexão para as pessoas dispostas ao processo adotivo, para que possam ampliar o perfil desejado, dentro do espírito da campanha”, afirma o Juiz de Direito Marcelo Mairon Rodrigues, titular do 2º Juizado da Infância e Juventude da Capital. O Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza que os direitos deles devem ser assegurados com absoluta prioridade. “O que estamos fazendo aqui é tirar essa prioridade do papel para colocá-la na prática”, ressalta o magistrado.
Na primeira casa lar visitada vivem oito jovens, com idades entre 7 e 17 anos. Desses, seis estão aptos para adoção. Em todos os casos, o uso de drogas por parte dos pais está ligado aos motivos que levaram ao afastamento da família de origem. O Juiz Marcelo Mairon destaca que a drogadição é um fator que também prejudica o andamento do processo que definirá o destino desses jovens: “A localização dos pais se torna muito difícil já que, muitas vezes, eles não têm residência fixa ou conhecida. Isso acaba atrasando os trabalhos”.
A Psicóloga Solange Paim, do Abrigo João Paulo II, explica que, quando os jovens ingressam na instituição, a preocupação é que se sintam acolhidos. “E também avaliá-los, em conjunto com o serviço social, identificando dificuldades e demandas. Eles vêm com uma realidade de vida difícil. Mas quando passam a ser acolhidos a evolução é perceptível”, ressalta. O abrigo João Paulo II tem 13 casas lares em Porto Alegre, seis em Viamão e três em Alvorada. Elas têm estrutura de um lar de verdade, pais sociais e, geralmente, abrigam até 10 acolhidos. Já nos abrigos, a rotatividade de cuidadores é maior, assim como o número de crianças e adolescentes.
“Nas casas lares, as crianças formam laços mais estáveis e de confiança”, explica a Coordenadora das casas lares do abrigo João Paulo II, Camila Monteiro. “É um ambiente familiar. Os jovens vão para a escola, são encaminhados para atendimento de saúde, preparação para o trabalho. As pessoas envolvidas se dedicam à causa. Os espaços de acolhimento precisam de valorização, além de buscar sempre melhorar. São espaços de proteção e cuidado.”
Quando o caminho é a colocação em adoção, o preparo das crianças e adolescentes é feito em conjunto com o Poder Judiciário. “Eles são questionados se querem ter uma nova família. Muitos já não falam nisso, depende da faixa etária. Já outros, embora não digam claramente, querem sim”, diz a Psicóloga Solange Paim.
Perfil
Quanto mais idade, mais difíceis as chances de adoção. O perfil procurado pela maioria dos candidatos a adotantes é de crianças de até 3 anos. Atualmente, no Rio Grande do Sul, 90% dos jovens aptos para adoção têm mais de 10 anos. Para os adolescentes a partir dos 14 anos, a Psicóloga conta que é feita uma preparação, trabalhando a autonomia para deixarem o abrigo. “Eles são encaminhados para projetos de aprendizado, que preparam para o trabalho, e abrimos uma poupança para que tenham uma reserva para começar a vida lá fora”.
Campanha
Com foco nas adoções de crianças com mais de 10 anos, adolescentes, grupos de irmãos e jovens com deficiência, a campanha “Deixa o amor te surpreender” foi lançada pelo Poder Judiciário na sexta-feira passada (14/10). Dentre as medidas já tomadas, o 2° Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre (onde tramitam os processos de adoção da Capital) recebeu o reforço de mais uma magistrada e servidores. Ainda, a unidade está promovendo seminários com candidatos a pais adotivos esclarecendo dúvidas sobre os aspectos jurídicos e técnicos da matéria e possibilitando a troca de experiências sobre o tema e despertar a reflexão sobre a adoção tardia.
Além da campanha, a Coordenadoria da Infância e Juventude do RS está desenvolvendo outros projetos para propiciar a convivência familiar nas diversas comarcas do Estado, tais como: Apadrinhar (programa de apadrinhamento afetivo), Preparação para Adoção (sistematização dos encontros preparatórios com os candidatos à adoção), Entrega Responsável (programa orientativo para mães e gestantes que manifestam o interesse em entregar seu filho em adoção) e o Busca Se(R) (ações de busca ativa para a localização de famílias para as crianças e adolescentes que não tiveram possibilidades de adoção imediata pelo Cadastro Nacional de Adoção e que ainda aguardam um lar).
Original disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/campanha-do-judiciario-gaucho-mostrara-jovens-aptos-para-adocao/
Reproduzido por: Lucas H.
Do Tribunal de Justiça do RS
O Judiciário gaúcho iniciou na última quarta-feira (19), a produção de vídeos com jovens aptos à adoção. No material, que será disponibilizado apenas para candidatos a adotantes já habilitados, crianças e adolescentes contam um pouco sobre suas histórias e rotinas em abrigos e casas lares da Capital. O projeto-piloto será realizado na Comarca de Porto Alegre e integra a campanha “Deixa o amor te surpreender”, lançada na última sexta-feira (14/10), que busca incentivar a adoção de crianças com mais de 10 anos, adolescentes, grupos de irmãos e jovens com deficiência.
“O objetivo é contar a história desses jovens, sem expô-los, mas que a gente possa também trazer uma reflexão para as pessoas dispostas ao processo adotivo, para que possam ampliar o perfil desejado, dentro do espírito da campanha”, afirma o Juiz de Direito Marcelo Mairon Rodrigues, titular do 2º Juizado da Infância e Juventude da Capital. O Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza que os direitos deles devem ser assegurados com absoluta prioridade. “O que estamos fazendo aqui é tirar essa prioridade do papel para colocá-la na prática”, ressalta o magistrado.
Na primeira casa lar visitada vivem oito jovens, com idades entre 7 e 17 anos. Desses, seis estão aptos para adoção. Em todos os casos, o uso de drogas por parte dos pais está ligado aos motivos que levaram ao afastamento da família de origem. O Juiz Marcelo Mairon destaca que a drogadição é um fator que também prejudica o andamento do processo que definirá o destino desses jovens: “A localização dos pais se torna muito difícil já que, muitas vezes, eles não têm residência fixa ou conhecida. Isso acaba atrasando os trabalhos”.
A Psicóloga Solange Paim, do Abrigo João Paulo II, explica que, quando os jovens ingressam na instituição, a preocupação é que se sintam acolhidos. “E também avaliá-los, em conjunto com o serviço social, identificando dificuldades e demandas. Eles vêm com uma realidade de vida difícil. Mas quando passam a ser acolhidos a evolução é perceptível”, ressalta. O abrigo João Paulo II tem 13 casas lares em Porto Alegre, seis em Viamão e três em Alvorada. Elas têm estrutura de um lar de verdade, pais sociais e, geralmente, abrigam até 10 acolhidos. Já nos abrigos, a rotatividade de cuidadores é maior, assim como o número de crianças e adolescentes.
“Nas casas lares, as crianças formam laços mais estáveis e de confiança”, explica a Coordenadora das casas lares do abrigo João Paulo II, Camila Monteiro. “É um ambiente familiar. Os jovens vão para a escola, são encaminhados para atendimento de saúde, preparação para o trabalho. As pessoas envolvidas se dedicam à causa. Os espaços de acolhimento precisam de valorização, além de buscar sempre melhorar. São espaços de proteção e cuidado.”
Quando o caminho é a colocação em adoção, o preparo das crianças e adolescentes é feito em conjunto com o Poder Judiciário. “Eles são questionados se querem ter uma nova família. Muitos já não falam nisso, depende da faixa etária. Já outros, embora não digam claramente, querem sim”, diz a Psicóloga Solange Paim.
Perfil
Quanto mais idade, mais difíceis as chances de adoção. O perfil procurado pela maioria dos candidatos a adotantes é de crianças de até 3 anos. Atualmente, no Rio Grande do Sul, 90% dos jovens aptos para adoção têm mais de 10 anos. Para os adolescentes a partir dos 14 anos, a Psicóloga conta que é feita uma preparação, trabalhando a autonomia para deixarem o abrigo. “Eles são encaminhados para projetos de aprendizado, que preparam para o trabalho, e abrimos uma poupança para que tenham uma reserva para começar a vida lá fora”.
Campanha
Com foco nas adoções de crianças com mais de 10 anos, adolescentes, grupos de irmãos e jovens com deficiência, a campanha “Deixa o amor te surpreender” foi lançada pelo Poder Judiciário na sexta-feira passada (14/10). Dentre as medidas já tomadas, o 2° Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre (onde tramitam os processos de adoção da Capital) recebeu o reforço de mais uma magistrada e servidores. Ainda, a unidade está promovendo seminários com candidatos a pais adotivos esclarecendo dúvidas sobre os aspectos jurídicos e técnicos da matéria e possibilitando a troca de experiências sobre o tema e despertar a reflexão sobre a adoção tardia.
Além da campanha, a Coordenadoria da Infância e Juventude do RS está desenvolvendo outros projetos para propiciar a convivência familiar nas diversas comarcas do Estado, tais como: Apadrinhar (programa de apadrinhamento afetivo), Preparação para Adoção (sistematização dos encontros preparatórios com os candidatos à adoção), Entrega Responsável (programa orientativo para mães e gestantes que manifestam o interesse em entregar seu filho em adoção) e o Busca Se(R) (ações de busca ativa para a localização de famílias para as crianças e adolescentes que não tiveram possibilidades de adoção imediata pelo Cadastro Nacional de Adoção e que ainda aguardam um lar).
Original disponível em: http://www.sul21.com.br/jornal/campanha-do-judiciario-gaucho-mostrara-jovens-aptos-para-adocao/
Reproduzido por: Lucas H.
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