segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Projeto que cria diretrizes para prevenir e tratar casos de Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) é aprovado em Rio Branco (Reprodução)

15/12/2017

O projeto de lei que cria diretrizes para prevenir, diagnosticar e tratar casos de Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Rio Branco na última sessão do ano, nesta quinta-feira (14).

A lei prevê que campanhas educativas sobre a SAF sejam feitas em todos os locais de atendimento à população da capital acreana, incluindo unidades de saúde e centros de atendimento ao cidadão. A lei une instituições de educação, saúde, assistência social, direitos humanos e justiça na luta contra a síndrome.

A SAT entrou em evidência quando o casal Cleísa Cartaxo e o marido, Cleiver Lima, que adotaram a pequena Ana Vitória, de sete anos, que tem a síndrome, começaram uma campanha para evitar que outras crianças tenham a SAF.

"Quando começamos a pensar em falar sobre a SAF, não imaginávamos que conseguiríamos chegar a tantas pessoas. Se levarmos em conta que Rio Branco concentra metade da população do estado, podemos ver o potencial que a lei tem de levar informações às pessoas", comemorou.

O vereador disse que a ideia é evitar que as crianças nasçam com algum tipo de desenvolvimento intelectual e coordenação motora prejudicados.

“Vamos evitar novos casos de microcefalia, que também pode ser causada pelo consumo de bebidas durante a gravidez. Agradeço de coração ao casal Cleísa e Cleiver, que são os grandes protagonistas dessa história. Já estamos de olho no Carnaval, época em que muitos jovens abusam do álcool e muitas vezes esquecem de usar o preservativo”, falou Forneck.

O Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC) e Conselho Regional de Medicina (CRM) fizeram uma campanha de combate à SAF no Acre. A ação teve a parceria de outros órgãos. O Dia da Conscientização e Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal também foi instituído no estado. A partir do ano que vem, todo dia 9 de novembro vai ser celebrado. A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado (DOU) do dia 1º de dezembro desse ano.

Conheça a história de Ana Vitória


O casal estava na fila de adoção quando passou por uma entrevista com a psicóloga do programa e soube de uma menina de aproximadamente nove meses que esperava por um lar, mas que tinha limitações e uma síndrome ainda desconhecida.

Cleísa, que é engenheira, conta que o marido foi no abrigo conhecer Ana Vitória antes dela, mas, quando chegou em casa, disse que a filha deles estava esperando e que ela era do jeito que eles haviam sonhado.

“Eu já tinha entrado no processo de adoção, aí falaram dela para a gente e que ela tinha algumas limitações e, mesmo assim, pensamos: 'é a nossa filha, foi Deus que deu'. A única característica que pedimos era que a criança tivesse até um ano, porque eu não tinha experiência nenhuma de como era ser mãe”, relembra.

A engenheira diz que depois de concretizada a adoção, uma história de amor e superação pôde ser definida como a corrida deles para saber o que a filha tinha. Inicialmente, eles chegaram a pensar que ela poderia ter Síndrome de Down.

“Lembro de quando fui visitá-la no abrigo, ela não se mexia, estava lá no berço, magrinha, ficou o tempo todo no meu colo. Quando eu fui embora ela me acompanhou com os olhos e eu disse a ela, 'não se preocupe, minha filha, eu vou voltar e voltei'.

Sobre a SAF


A SAF ocorre quando a mãe ingere álcool durante a gestação. A bebida atravessa a proteção da placenta, diminui a quantidade de oxigênio enviada ao embrião e afeta o desenvolvimento do cérebro e os ossos podem crescer deformados. O sistema nervoso central e o coração também podem ficar comprometidos. A criança pode apresentar limitações motoras e intelectuais.


Reproduzido por: Lucas H.

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