23.jan
2017
Daquele momento em diante, minha vida mudou. Coração parecia que não cabia no peito. Senti-me mãe profundamente e, a cada dia que passava, só sonhava com o dia em que poderia te ter conosco para sempre. Foram muitas experiências vividas nas visitas e, aos poucos, você ia se doando pra gente, carinhosamente, sem pedir nada em troca. Em dezembro, você veio morar conosco e finalmente em de maio de 2016, no Dia Nacional da Adoção, nosso processo foi finalizado.
Como esperei por este momento! Acho que desde “sempre” quis ser mãe. Já nasci assim. Desde as bonecas, depois com os meus irmãos e, quando casei, nem se fala! Mas o Papai do Céu quis que eu esperasse mais dez anos por isso. Eu esperei. E sonhei, e sonhei. Quando foi chegando perto, fui ficando boba, chorando por tudo, me emocionando a cada vídeo, cada mensagem, cada palavra. Mas melhor do que ser MÃE, é ser a mãe do DAVI. Do “meu” Davi. Acho que só quem já o conheceu entende o que isso significa. E você Davi, me realiza plenamente em cada minuto do meu dia. Muitos me perguntam quando você começou a me chamar de mãe. Eu também achava que seria o dia mais importante da minha vida. Pra falar a verdade, nem lembro bem. Mas nunca vou esquecer a primeira vez que me perguntou se eu era FELIZ. Simples assim. Depois de apenas algumas semanas morando conosco, você já expressava esse sentimento: “Davi é feliz, mamãe!”. Tudo que sempre desejei para meus filhos foi isso: a “tal felicidade”.
Hoje seria muito difícil relatar em poucas linhas tudo o que já construímos em tão pouco tempo de convivência. Não canso de agradecer e refletir no quanto devo ter merecido esse (re)encontro. Muitos me dizem que “Davi foi muito abençoado em ter-nos como seus pais”. Mas eu sempre explico que “a essência da adoção é uma troca muito intensa. O que o Davi fez por nossas vidas ninguém jamais poderia ter feito”.
Finalizo com um trecho retirado de um diário onde registro nossos momentos mais marcantes:
“Meu pequeno Davi, não te dei de presente teus olhos expressivos e puxadinhos, mas espero te ensinar a enxergar o melhor que o mundo tem a nos oferecer através deles. Não te dei de presente teu coração, mas foi ao meu lado com a mão no peito, que você se deu conta pela primeira vez que ele pulsa. Nunca vou esquecer seu sorriso e os olhos brilhando quando você sentiu meu coração também. Não te dei de presente teus dedinhos pequenos de unhas roídas, mas eles já me fazem carinho sem nem mesmo pedir. É uma aceitação e doação sem fim. Não te dei de presente teu corpo físico, mas espero te dar todo o apoio para que seu corpo espiritual venha a cumprir o que veio fazer nesse mundo. Que possamos trilhar juntos um caminho de muita paz e cumplicidade. Que a gente se ajude para que possamos ser melhores amanhã, SEMPRE. Você me faz assim, melhor TODOS OS DIAS.”
Original disponível em: http://www.somosvos.com.br/um-amor-construido/
Reproduzido por: Lucas H.
2017
Já dizia Clarice Lispector: “ela acreditava em um anjo, e porque acreditava, eles existiam”. E assim começamos nossa história, acreditando. Acreditando que fomos “escolhidos” um para o outro e que estaremos assim, juntinhos, para sempre.
Nosso primeiro encontro foi dia 07 de outubro de 2015 (e veja só… em comemoração ao nosso primeiro ano juntos recebi o convite para participarmos desta edição da VÓS). Nunca vou esquecer esse dia. Seu papai e eu fomos à instituição de acolhimento cheios de amor pra dar. Eram muitas as perguntas, mas estávamos certos que você havia sido “escolhido” pra nós dois. Recebemos a ligação da assistente social na semana anterior informando que você havia sido “vinculado” ao nosso nome no Cadastro Nacional da Adoção. O que eu mais pedia naquele momento, era que você nos aceitasse como somos, pois o nosso amor certamente seria construído e muito possivelmente não aconteceria “à primeira vista”. Fui totalmente contrariada, pois, assim que te vi, congelei! A sua postura, sentado ali naquele banquinho do pátio, de cabeça baixa e roupa vermelha… Vou guardar essa lembrança para uma vida toda. Não consigo imaginar o que passava por sua cabeça, pois você, com apenas três anos e sete meses, parecia tão vivido, tão maduro.
Nosso primeiro encontro foi dia 07 de outubro de 2015 (e veja só… em comemoração ao nosso primeiro ano juntos recebi o convite para participarmos desta edição da VÓS). Nunca vou esquecer esse dia. Seu papai e eu fomos à instituição de acolhimento cheios de amor pra dar. Eram muitas as perguntas, mas estávamos certos que você havia sido “escolhido” pra nós dois. Recebemos a ligação da assistente social na semana anterior informando que você havia sido “vinculado” ao nosso nome no Cadastro Nacional da Adoção. O que eu mais pedia naquele momento, era que você nos aceitasse como somos, pois o nosso amor certamente seria construído e muito possivelmente não aconteceria “à primeira vista”. Fui totalmente contrariada, pois, assim que te vi, congelei! A sua postura, sentado ali naquele banquinho do pátio, de cabeça baixa e roupa vermelha… Vou guardar essa lembrança para uma vida toda. Não consigo imaginar o que passava por sua cabeça, pois você, com apenas três anos e sete meses, parecia tão vivido, tão maduro.
Daquele momento em diante, minha vida mudou. Coração parecia que não cabia no peito. Senti-me mãe profundamente e, a cada dia que passava, só sonhava com o dia em que poderia te ter conosco para sempre. Foram muitas experiências vividas nas visitas e, aos poucos, você ia se doando pra gente, carinhosamente, sem pedir nada em troca. Em dezembro, você veio morar conosco e finalmente em de maio de 2016, no Dia Nacional da Adoção, nosso processo foi finalizado.
Como esperei por este momento! Acho que desde “sempre” quis ser mãe. Já nasci assim. Desde as bonecas, depois com os meus irmãos e, quando casei, nem se fala! Mas o Papai do Céu quis que eu esperasse mais dez anos por isso. Eu esperei. E sonhei, e sonhei. Quando foi chegando perto, fui ficando boba, chorando por tudo, me emocionando a cada vídeo, cada mensagem, cada palavra. Mas melhor do que ser MÃE, é ser a mãe do DAVI. Do “meu” Davi. Acho que só quem já o conheceu entende o que isso significa. E você Davi, me realiza plenamente em cada minuto do meu dia. Muitos me perguntam quando você começou a me chamar de mãe. Eu também achava que seria o dia mais importante da minha vida. Pra falar a verdade, nem lembro bem. Mas nunca vou esquecer a primeira vez que me perguntou se eu era FELIZ. Simples assim. Depois de apenas algumas semanas morando conosco, você já expressava esse sentimento: “Davi é feliz, mamãe!”. Tudo que sempre desejei para meus filhos foi isso: a “tal felicidade”.
Hoje seria muito difícil relatar em poucas linhas tudo o que já construímos em tão pouco tempo de convivência. Não canso de agradecer e refletir no quanto devo ter merecido esse (re)encontro. Muitos me dizem que “Davi foi muito abençoado em ter-nos como seus pais”. Mas eu sempre explico que “a essência da adoção é uma troca muito intensa. O que o Davi fez por nossas vidas ninguém jamais poderia ter feito”.
Finalizo com um trecho retirado de um diário onde registro nossos momentos mais marcantes:
“Meu pequeno Davi, não te dei de presente teus olhos expressivos e puxadinhos, mas espero te ensinar a enxergar o melhor que o mundo tem a nos oferecer através deles. Não te dei de presente teu coração, mas foi ao meu lado com a mão no peito, que você se deu conta pela primeira vez que ele pulsa. Nunca vou esquecer seu sorriso e os olhos brilhando quando você sentiu meu coração também. Não te dei de presente teus dedinhos pequenos de unhas roídas, mas eles já me fazem carinho sem nem mesmo pedir. É uma aceitação e doação sem fim. Não te dei de presente teu corpo físico, mas espero te dar todo o apoio para que seu corpo espiritual venha a cumprir o que veio fazer nesse mundo. Que possamos trilhar juntos um caminho de muita paz e cumplicidade. Que a gente se ajude para que possamos ser melhores amanhã, SEMPRE. Você me faz assim, melhor TODOS OS DIAS.”
Original disponível em: http://www.somosvos.com.br/um-amor-construido/
Reproduzido por: Lucas H.
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