segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Empresária oferece lanche em troca de doações em Teresina (Reprodução)

15 de Janeiro de 2017                       

Já pensou tomar café da manhã e pagar a refeição doando um quilo de alimento para ajudar a quem precisa? Pois é assim que o cliente que entra aos sábados na lanchonete localizada na Avenida Barão de Gurgueia, na zona Sul de Teresina pode quitar seu lanche. A ação foi encabeçada por Ana Júlia, que há mais de 20 anos, atua no setor alimentício.

A empresária conta que passou a abrir mão do dinheiro dos lanches aos sábados desde que se mobilizou para ajudar o Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria Piauí) durante uma campanha de fim de ano, mas sua atitude tomou proporções maiores do que ela poderia imaginar e o que seria uma ação isolada, passou a ser uma tradição da lanchonete, em dedicar o dia de sábado para ajudar pessoas carentes e entidades sociais.

Eu sempre ajudei as pessoas que me procuram, que pedem uma ajuda, seja um morador de rua que passa e quer lanchar, ou dependente químico, mas em novembro do ano passado, assisti uma reportagem do Cria que estava precisando de doações de alimentos, porque tinha realizado uma campanha e só conseguiu arrecadar uma cesta básica e isso me sensibilizou bastante”, conta.

Foi então que decidiu promover um café da manhã solidário onde quem chegasse poderia se servir e depositar uma doação no lugar de pagar pelo lanche. Os vizinhos, clientes antigos e moradores da região passaram a fazer uma divulgação boca a boca e logo a população abraçou a causa, ia ao estabelecimento, lanchava e deixava a sua doação. Ao todo, foram arrecadados 200 kg de alimentos, que foram entregues na entidade no final do ano.

Ela conta que um rapaz de São Paulo, que passava por Teresina, foi até a lanchonete no dia da ação, lanchou e perguntou se poderia colocar na internet. A sua publicação teve centenas de comentários, compartilhamentos e gerou bastante repercussão. “Na publicação, ele colocou que a ação acontecia todos os sábados, aí me senti na obrigação de parar de ajudar o próximo e agora faço isso todos os sábados. Coloco o bolo, o café e o leite e se a pessoa quiser lanchar é só chegar, comer e depositar o quilo de alimento”, acrescentou.

Ao lado da mesa de café, fica uma caixa que serve como depósito para armazenar as doações das pessoas que vão até a lanchonete colaborar com a empresária e seu esposo Fernando Antônio, a fazerem o bem a quem precisa de ajuda. O casal se sente realizado com o trabalho que realiza, pois tem a sensação de levar a felicidade para as pessoas. “A melhor coisa que tem é a gente ver as outras pessoas felizes. Eu me sinto muito bem, sempre gostei de ajudar por conta disso. A gente vive em um mundo com tantas coisas ruins e precisamos cada vez de ações que promovam o bem”, completou.

Para Ana Júlia, o que mais lhe motivou a dar continuidade com o trabalho, foi o número de pessoas que aderiram a campanha. “Me senti na obrigação de continuar e não tenho dúvidas que tudo que a gente faz, retorna para gente em energias positivas”, pontua Ana Júlia, que teve todo apoio da família.


Reproduzido por: Lucas H.

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