quarta-feira, 8 de março de 2017

Casal americano adota quatro irmãos brasileiros (Reprodução)

March 7, 2017

Quatro meninos, os mais velhos de apenas 6 anos, abusados ​​e negligenciados no Brasil, e que viviam num pobre orfanato cristão escondido em uma estrada de terra em Paulista, subúrbio na extensa área metropolitana do Recife, tiveram uma mudança radical de vida graças ao amor de um casal americano.

Surpreendentemente saudáveis, ​​considerando suas circunstâncias de vida, os quatro meninos brasileiros foram adotados após um longo, burocrático e custoso processo por Brandon e Jennifer Pratt, de North Liberty, em Iowa.

Ao todo, foram 58 dias no Brasil desde que chegaram, em outubro do ano passado, para enfrentar os desafios de convivência com os meninos em um condomínio e trabalhando através da burocracia oficial em uma terra estrangeira.

“É simplesmente incrível o que aconteceu”, diz Brandon, lembrando o processo burocrático extremamente longo, caro e às vezes difícil que ele e sua esposa passaram por persistir em uma adoção internacional por cerca de três anos. “Aqui está uma família de quatro irmãos pequenos, oferecidos a nós, saudáveis ​​e felizes, que ninguém queria adotar”, comemora ele, dizendo que tudo foi um “milagre”.

Outras famílias adotantes nos disseram: ‘vocês saberão quando o momento certo aparecer´; e eles estavam certos”, recorda Jennifer. “Nós sabíamos que eram eles na primeira vez que vimos sua foto”, afirma.

Após a primeira semana, no entanto, eles admitem que quase desistiram. “Não foi culpa dos garotos”, Jennifer se apressa para dizer. “É que todo mundo ficou doente imediatamente. Tinham febre, problemas dentários, piolhos e foi uma explosão de fraldas. Foi uma introdução áspera à paternidade”, revela.

Ter sua família triplicada em tamanho durante a noite pode ser assustador sob quaisquer circunstâncias. “Para nós, de repente, passamos de um casal sem filhos para pais de quatro pequenos que estavam doentes e incapazes de nos dizer o que doía porque ninguém falava inglês. Foi horrível”, reforça Brandon.

“Nós não podíamos nos comunicar com os médicos, nem sequer podíamos dirigir, e você tem transporte público com cerca de 400 pessoas em um ônibus. Nós tentamos cozinhar as refeições na pequena cozinha que tínhamos, mas não podíamos nem ler as etiquetas de nada”, cita Jennifer. “Nós estávamos realmente em modo de sobrevivência por dois meses”.

Com a aprovação de documentos finalizada, com vistos e passaportes na mão, a família terminou o período no Brasil com uma semana de turismo no Rio de Janeiro. Os meninos nunca haviam visto portas automáticas, um secador de mão em um banheiro ou um avião de perto e ficavam muito chocados com a tecnologia mais moderna.

Quando eles chegaram em casa no Aeroporto de Eastern Iowa, em 22 de dezembro do ano passado, com neve no chão, o primeiro de seu novo conjunto de descobertas surpreendentes neste país começou. “Eles correram para fora na neve em chinelos”, diz Brandon. “Eles sabiam sobre a neve, mas não tinham ideia de que estava frio. Tivemos uma “briga” rápida de bola de 45 segundos antes que eles voltassem para o carro para aquecer”.

Agora, depois de apenas algumas semanas em North Liberty e três festas de aniversário mais tarde, os meninos Pratt estão se adaptando bem. Leandro, 7, e Cristiano, 6, estão na escola na Wickham Elementary. Enzo, 4, está na pré-escola e William, 2, está em casa com Jennifer.

“Eles tinham zero inglês, mas agora eles podem entender quase tudo o que lhes dizemos, mesmo que eles ainda não possam falar”, garante Jennifer. “Disseram-nos que serão fluentes em seis meses”, comemora, dizendo que os meninos terão dupla cidadania e serão ensinados a se orgulharem do Brasil.

Brandon cresceu em Iowa City e é um empreendedor no ramo de restaurantes, entre outros interesses de desenvolvimento. Ele conheceu Jennifer, uma menina de fazenda de Jesup, enquanto ambos eram estudantes da Universidade do Norte de Iowa, e se casaram em 2003. O casal diz que sua forte fé cristã e o apoio da família e amigos mantiveram-nos saudáveis ​​durante o processo de adoção.

Esse grupo de apoio ainda levantou $2 mil dólares em contribuições locais, que foram usadas para comprar roupas de cama, toalhas, sandálias e outros itens necessários para as 18 crianças que permaneceram no orfanato em Paulista. Esta aventura continua. Pequenas coisas fazem os dias cansativos valer a pena, como a emoção dos meninos de ver a pipoca estourando pela primeira vez.

Brandon já está preparando os filhos para serem fãs de Hawkeye. Ele aponta para um emocionante “primeiro momento de pai real” que teve no Brasil: “À noite, eu sempre beijava os meninos na cabeça e dizia que os amava”, disse. “Então, uma noite, Leandro disse ‘Boa noite, eu te amo; go Hawks.’ O restante seguiu o exemplo, e agora temos uma tradição que significa tudo para mim”, se emociona.

Com informações do USA Today.


Reproduzido por: Lucas H.






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