19/06/2017
Cozinha improvisada, alimentos com prazo de validade vencido, tubulações à mostra, piso quebrado e crianças alojadas em área de serviço da casa. Essas foram algumas irregularidades encontradas por conselheiros tutelares em um abrigo para crianças e adolescentes em Fortaleza. As denúncias chegaram por fotos ao Conselho Tutelar.
Cozinha improvisada, alimentos com prazo de validade vencido, tubulações à mostra, piso quebrado e crianças alojadas em área de serviço da casa. Essas foram algumas irregularidades encontradas por conselheiros tutelares em um abrigo para crianças e adolescentes em Fortaleza. As denúncias chegaram por fotos ao Conselho Tutelar.
“Durante todo o tempo que estou no Conselho Tutelar nunca havia visto tanto descaso com as nossas crianças. Encontramos crianças dormindo no chão, consumindo alimentos vencidos, bem como total falta de estrutura para moradia e recreação”, conta o conselheiro Valdecir Paiva.
Segundo os conselheiros, o risco de acidente no abrigo é permanente. Um vídeo gravado durante a visita dos conselheiros tutelares mostra que os mais vulneráveis são os bebês. Uma das imagens mostra uma tomada de energia elétrica à mostra no mesmo nível da cama ondem eles dormem.
O abrigo, que deveria funcionar como lar provisório, fica no Bairro Amadeu Furtado e tem capacidade para 11 moradores, mas abriga 21. São meninos e meninas que já têm histórico de maus-tratos na família e permanecem na unidade por tempo indeterminado, até que a Justiça libere para adoção ou para o retorno familiar.
Além dos problemas estruturais, os conselheiros apontam outra irregularidade. O abrigo deveria ser exclusivamente feminino, mas também abriga dois meninos. “Como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), vamos representar essas crianças e adolescentes para que as providências cabíveis sejam tomadas”, diz o conselheiro Rondinelle Mendes.
Responsável pelo abrigo, a Prefeitura de Fortaleza não reconhece os problemas. "Os meninos que estão no abrigo, um tem dois anos e é filho de uma adolescente. O outro, de 10 anos, é irmão de outra. Não podemos quebrar o vínculo familiar, o procedimento é completamente legal", afirma Renato Borges, coordenador executivo da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social.
Ele também minimiza a falta de estrutura. “Faltam camas para quatro colchões e já estamos providenciando as camas desses acolhimentos, porém nenhuma criança ou adolescente está deixando de ter toda a assistência que é devida”, afirma.
Original disponível em: http://g1.globo.com/ceara/noticia/conselho-tutelar-denuncia-falta-de-estrutura-de-abrigo-para-criancas-e-adolescentes-de-fortaleza.ghtml
Reproduzido por: Lucas H.
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