05/06/2017
“Casei com meu marido Alexandre em outubro de 2008 e logo começamos a tentar engravidar. Desde o princípio, aumentar a família era nosso sonho. Achamos que seria um processo simples, mas estávamos muito enganados. Depois de tentar naturalmente por um ano, fizemos exames para investigar se havia algum problema de fertilidade comigo. Foi aí que descobri que tinha HPV pré-câncer e, em agosto de 2009, fiz uma cirurgia que retirou 25% do colo do útero. A partir daí, eu já sabia que qualquer gestação minha seria de alto risco, mas os médicos diziam que eu conseguiria engravidar naturalmente.
“Casei com meu marido Alexandre em outubro de 2008 e logo começamos a tentar engravidar. Desde o princípio, aumentar a família era nosso sonho. Achamos que seria um processo simples, mas estávamos muito enganados. Depois de tentar naturalmente por um ano, fizemos exames para investigar se havia algum problema de fertilidade comigo. Foi aí que descobri que tinha HPV pré-câncer e, em agosto de 2009, fiz uma cirurgia que retirou 25% do colo do útero. A partir daí, eu já sabia que qualquer gestação minha seria de alto risco, mas os médicos diziam que eu conseguiria engravidar naturalmente.
Continuamos tentando e nada! Ao investigar mais um pouco, descobrimos que meu marido, quando tinha 7 anos de idade, fez uma cirurgia chamada de criptorquidia bilateral, porque os dois testículos dele eram internos. Geralmente, o recomendado é que essa operação seja realizada antes dos 2 anos, já que, depois disso, o homem pode ter problemas de fertilidade. Os exames mostraram que meu marido tinha espermatozoides com pouca mobilidade.
A partir daí, começou a nossa saga com consultas, clínicas, laboratórios, remédios, injeções e foi indicado que fizéssemos fertilização in vitro. Passei por cinco procedimentos desse tipo e quatro abortos espontâneos. Era sempre a mesma coisa, o primeiro ultrassom tinha resultados normais e no segundo os fetos já não tinham mais batimentos. A dor de perder um bebê, mesmo que só com 8 semanas, é indescritível; é um golpe na alma.
Tentei de tudo para que desse certo. Depois dos procedimentos, ficava de repouso absoluto, comia só o que era recomendado, não me estressava e nada adiantava. Durante esses anos também tive hiperestímulo ovariano [síndrome que acontece quando os ovários reagem em excesso aos tratamentos de fertilidade] e precisei ser internada mais de uma vez por causa de excesso de líquido abdominal. É tudo extremamente desgastante, tanto no físico quanto no emocional e até no financeiro. O dinheiro que gastei com tratamentos daria para passar meses vivendo confortavelmente em Paris!
Em 2015, começamos a pensar em adotar uma criança. Meu marido sempre gostou da ideia e eu, aos poucos, também percebi que, para ser mãe, eu não precisaria gestar o bebê. Ser mãe é muito mais do que isso! No mês de outubro começamos o processo e estamos até hoje esperando ansiosos. Mas a história não acaba aí.
Resolvi fazer uma última fertilização in vitro - a sexta - por insistência do meu marido. O médico pediu para que, dessa vez, a transferência fosse feita em um ciclo natural, sem usar qualquer medicação, nem mesmo para preparar o endométrio. E assim foi feito no dia 20 de fevereiro deste ano.
Três dias depois, recebi a terrível notícia que meu pai falecera. Além do sofrimento, precisei cuidar dos detalhes do funeral, não me alimentei direito, não cuidei de mim, não tomei os remédios e sabia que mais uma vez o tratamento não daria dar certo. No dia da missa de 7º dia de falecimento do meu pai, fizemos um teste de farmácia. Nem quis olhar o resultado, já estava chorando de decepção, e entreguei na mão do meu marido.
Percebi que ele ficou quieto encarando o resultado fixamente, sem conseguir dizer nada. Quando fui ver o que era, a segunda lista estava ali, bem fraquinha! Como, no momento mais difícil da minha vida, eu recebia uma notícia daquela? Não quis comemorar muito por causa do meu histórico de aborto, mas, quando no segundo ultrassom, o coração do bebê continuava batendo foi uma felicidade só.
Hoje, estou com 37 anos e espero com meu marido a chegada da Íris, meu arco-íris depois da tempestade, e do nosso filho do coração. O parto dela está previsto para 5 de novembro. Mesmo tendo sido muito difícil, hoje estou realizada por não ter desistido. Se você pensa todo dia no sonho de ser mãe, tem que continuar acreditando porque há uma maneira de realizar, mesmo que não seja como você sempre planejou”.
Original disponível em: http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Planejando-a-gravidez/noticia/2017/06/mulher-conta-saga-para-se-tornar-mae-depois-cinco-fertilizacoes-vitro-e-tres-abortos-nunca-desisti.html
Reproduzido por: Lucas H.
A partir daí, começou a nossa saga com consultas, clínicas, laboratórios, remédios, injeções e foi indicado que fizéssemos fertilização in vitro. Passei por cinco procedimentos desse tipo e quatro abortos espontâneos. Era sempre a mesma coisa, o primeiro ultrassom tinha resultados normais e no segundo os fetos já não tinham mais batimentos. A dor de perder um bebê, mesmo que só com 8 semanas, é indescritível; é um golpe na alma.
Tentei de tudo para que desse certo. Depois dos procedimentos, ficava de repouso absoluto, comia só o que era recomendado, não me estressava e nada adiantava. Durante esses anos também tive hiperestímulo ovariano [síndrome que acontece quando os ovários reagem em excesso aos tratamentos de fertilidade] e precisei ser internada mais de uma vez por causa de excesso de líquido abdominal. É tudo extremamente desgastante, tanto no físico quanto no emocional e até no financeiro. O dinheiro que gastei com tratamentos daria para passar meses vivendo confortavelmente em Paris!
Em 2015, começamos a pensar em adotar uma criança. Meu marido sempre gostou da ideia e eu, aos poucos, também percebi que, para ser mãe, eu não precisaria gestar o bebê. Ser mãe é muito mais do que isso! No mês de outubro começamos o processo e estamos até hoje esperando ansiosos. Mas a história não acaba aí.
Resolvi fazer uma última fertilização in vitro - a sexta - por insistência do meu marido. O médico pediu para que, dessa vez, a transferência fosse feita em um ciclo natural, sem usar qualquer medicação, nem mesmo para preparar o endométrio. E assim foi feito no dia 20 de fevereiro deste ano.
Três dias depois, recebi a terrível notícia que meu pai falecera. Além do sofrimento, precisei cuidar dos detalhes do funeral, não me alimentei direito, não cuidei de mim, não tomei os remédios e sabia que mais uma vez o tratamento não daria dar certo. No dia da missa de 7º dia de falecimento do meu pai, fizemos um teste de farmácia. Nem quis olhar o resultado, já estava chorando de decepção, e entreguei na mão do meu marido.
Percebi que ele ficou quieto encarando o resultado fixamente, sem conseguir dizer nada. Quando fui ver o que era, a segunda lista estava ali, bem fraquinha! Como, no momento mais difícil da minha vida, eu recebia uma notícia daquela? Não quis comemorar muito por causa do meu histórico de aborto, mas, quando no segundo ultrassom, o coração do bebê continuava batendo foi uma felicidade só.
Hoje, estou com 37 anos e espero com meu marido a chegada da Íris, meu arco-íris depois da tempestade, e do nosso filho do coração. O parto dela está previsto para 5 de novembro. Mesmo tendo sido muito difícil, hoje estou realizada por não ter desistido. Se você pensa todo dia no sonho de ser mãe, tem que continuar acreditando porque há uma maneira de realizar, mesmo que não seja como você sempre planejou”.
Original disponível em: http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Planejando-a-gravidez/noticia/2017/06/mulher-conta-saga-para-se-tornar-mae-depois-cinco-fertilizacoes-vitro-e-tres-abortos-nunca-desisti.html
Reproduzido por: Lucas H.
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