28/06/2017
Tanto no Amapá, quanto no Brasil como um todo, o número de famílias que desejam adotar é maior do que a quantidade de crianças ou adolescentes disponíveis, segundo o judiciário no estado. Entre os principais fatores que contribuem para o impasse da adoção estão a preferência por brancos, bebês com até 1 ano, e com ou sem irmãos, além da procura por crianças sem deficiência.
Para a juíza Larissa Noronha, do Amapá, a maioria dos perfis das crianças e adolescentes não atende à exigência dos interessados por adoção. Ela conta que a idade mais procurada é de até um ano.
“A maioria das nossas crianças disponíveis têm mais de 7 anos, algumas estão em grupos de irmãos, ou têm alguma necessidade especial, algumas mais leves ou mais importante, ou são adolescentes. A conta não vem fechando porque a maioria dos nossos pretendentes ainda tem o perfil muito fechado de querer um recém-nascido, criança de até 1 ano, de cor branca ou parda”, reforçou.
Original disponível em: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/preferencias-por-criancas-brancas-e-sem-deficiencia-dificultam-adocao-no-amapa.ghtml
Tanto no Amapá, quanto no Brasil como um todo, o número de famílias que desejam adotar é maior do que a quantidade de crianças ou adolescentes disponíveis, segundo o judiciário no estado. Entre os principais fatores que contribuem para o impasse da adoção estão a preferência por brancos, bebês com até 1 ano, e com ou sem irmãos, além da procura por crianças sem deficiência.
No Amapá, 56 crianças e adolescentes estão disponíveis para 190 famílias cadastradas como pretendentes, de acordo com o Cadastro Nacional de Adoção. No país, são mais de 7 mil crianças disponíveis para adoção, e quase 40 mil famílias que desejam adotar.
Nos estados da Região Norte, o Amapá aparece em terceiro no número de pessoas disponíveis para adoção. O Pará lidera o número de crianças em abrigos com 95 para 318 pais interessados, seguido por Rondônia, com 62 para 302, Amazonas, 47 para 124, Tocantis, com 43 para 174, Acre, com 9 para 212, e Roraima, é o que tem menos pessoas para adoção, com 4 crianças para 53 pretendentes.
Para a juíza Larissa Noronha, do Amapá, a maioria dos perfis das crianças e adolescentes não atende à exigência dos interessados por adoção. Ela conta que a idade mais procurada é de até um ano.
“A maioria das nossas crianças disponíveis têm mais de 7 anos, algumas estão em grupos de irmãos, ou têm alguma necessidade especial, algumas mais leves ou mais importante, ou são adolescentes. A conta não vem fechando porque a maioria dos nossos pretendentes ainda tem o perfil muito fechado de querer um recém-nascido, criança de até 1 ano, de cor branca ou parda”, reforçou.
A magistrada disse que visita os abrigos e é questionada pelas próprias crianças sobre os processos em andamento.
“São crianças normais, que esperam um carinho, um abraço, um afeto e esperam, sim, uma família. Quando a gente vai lá conversar [no abrigo], eles sempre perguntam: 'tia, achou uma família pra mim? uma mãe?' Então eles esperam sim”, disse a juíza.
Para a psicóloga Lídia Weber, não é um erro os pretendentes terem preferências. A especialista ressalta que muitos pais buscam crianças mais parecidas com as famílias. Por isso, é realizada uma preparação para os interessados.
“Por um lado é preconceito, e, por outro, não podemos culpar só os adotantes, pois eles precisam ser preparados. Quando alguém pensa pela primeira vez em adoção, pensa em um bebê parecido com eles. Isso não é um crime, é um desejo. Mas os adotantes precisam entender que um desejo não é um direito. O direito é da criança que já está esperando. Preparar, conscientizar faz com que os adotantes mudem a sua opção”, finalizou.
Adoção na Região Norte
ESTADO | CRIANÇAS | PRETENDENTES |
PARÁ | 95 | 318 |
RONDÔNIA | 62 | 302 |
AMAZONAS | 47 | 124 |
AMAPÁ | 56 | 190 |
TOCANTINS | 43 | 174 |
ACRE | 9 | 212 |
RORAIMA | 4 |
53
|
O Brasil possui 19,7% de famílias que querem adotar, mas buscam por meninos ou meninas brancos. Contudo, 66,1% das crianças disponíveis para a adoção são negras. Outro dado que exclui é quanto a saúde: cerca de 6% das famílias querem crianças saudáveis, mas 25,3% delas têm alguma doença ou deficiência.
O casal Judite Sandra Lima e Rúbia Braga adotou a pequena Bia, de apenas 3 anos, que é deficiente visual. Residentes em Macapá, as mulheres já tinham duas filhas, a Bruna, de 21 anos, e a Ana Clara, de 10, mas acreditaram que ainda tinham amor para outra criança.
“Logo no início eu fiquei preocupada, a gente fica com um certo medo. Mas depois acaba totalmente o medo, a gente passa a ter tanto amor por aquela criança. Só o fato de fazê-la feliz e se sentir mãe da criança é maravilhoso”, falou Judite.
Original disponível em: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/preferencias-por-criancas-brancas-e-sem-deficiencia-dificultam-adocao-no-amapa.ghtml
Reproduzido por: Lucas H.
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