sexta-feira, 24 de abril de 2015

Na Moral 50 anos

Pedro Bial, Jô Soares e Sílvio de Abreu repercutem edição especial do Na Moral

Apresentador do programa comenta debate: ‘Foi bom, esquentou. São temas que apaixonam a todos’

Paula Paiva Do Gshow, Rio
24/04/2015 às 08h08
Atualizado em 24/04/2015 às 08h08
Pedro Bial posa ao lado dos convidados do programa, Jô Soares e Sílvio de Abreu (Foto: Paula Paiva / Gshow)Pedro Bial posa ao lado dos convidados do programa, Jô Soares e Sílvio de Abreu (Foto: Paula Paiva / Gshow)
O Na Moral desta quinta-feira pegou fogo! O programa trouxe à tona temas que deram o que falar ao longo desses 50 anos de Globo, e fez com que os convidados refletissem sobre os limites da moral na TV e como estes limites evoluíram nos últimos anos. “O debate foi bom, esquentou. São temas que apaixonam a todos e acho que é mais uma vez exemplar da TV Globo de trazer para a sua própria programação uma discussão que aponta ou pretende apontar contradições dela própria”, comemora Pedro Bial.
Autor e apresentor repercutem o programa (Foto: Paula Paiva / Gshow)Autor e apresentor repercutem o programa (Foto: Paula Paiva / Gshow)
E o apresentador não foi o único que saiu com a sensação de dever cumprido. Jô Soares e Sílvio de Abreu Soares – alguns dos convidados desta quinta-feira – também exaltaram essa edição especial e a importância de discutir as mudanças ocorridas na sociedade nas últimas décadas: “É um tema fantástico para ser debatido nas duas áreas, porque ninguém estabelece essa ou aquela moral. É toda a população”, explica Jô.
Confira os melhores momentos do programa especial!

 http://gshow.globo.com/programas/na-moral/por-tras-das-cameras/noticia/2015/04/pedro-bial-jo-soares-e-silvio-de-abreu-repercutem-edicao-especial-do-na-moral.html

Na Moral 50 anos

50 anos

"Na Moral" fala sobre os tabus da TV

Pedro Bial comanda, nesta quinta-feira, o programa especial sobre temas que deram o que falar nas últimas décadas

23/04/2015 | 08h01
"Na Moral" fala sobre os tabus da TV Estevam Avellar/TV Globo/Divulgação
Foto: Estevam Avellar / TV Globo/Divulgação
As comemorações dos 50 anos da Globo continuam esta quinta-feira com um Na Moral especial (RBS TV, 0h50min). Pedro Bial comanda um debate sobre os limites da moral na TV nas últimas décadas. Que assuntos deixaram de ser tabu? Quais paradigmas foram quebrados? O que continua igual?
– É sempre bom aproveitar as chances de falar sobre televisão na televisão. Ao apontar e rever mudanças nos costumes da sociedade brasileira, refletidas em 50 anos de programação da Globo, o Na Moral promoveu uma rica discussão. O espectador vai se surpreender ao ver como certas coisas mudaram e como a relação com a TV é dinâmica e pessoal – diz Bial.
Temas que deram o que falar nas últimas décadas serão debatidos por convidados como o apresentador Jô Soares, o autor de novelas Silvio de Abreu, a desembargadora Maria Berenice Dias e o pastor Silas Malafaia. O programa recebe ainda uma família que vai assistir ao debate em tempo real, de dentro da antiga casa do BBB, e será convidada por Bial a opinar sobre os assuntos.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2015/04/na-moral-fala-sobre-os-tabus-da-tv-4745326.html

NA MORAL - 50 ANOS

Leiam as repercursões:

Malafaia transforma debate sobre moral na TV em pregação contra gays

Mauricio Stycer
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namoral50anosbial
Em homenagem aos 50 anos da Globo, o “Na Moral” ganhou uma edição especial dedicada a discutir como “a moral da época se reflete na TV” e por que os vilões fascinam tanto os espectadores.
Apresentado por Pedro Bial, o programa foi ao ar já na madrugada desta sexta-feira (24) – um horário nada convidativo. A primeira parte do debate, centrada na forma como a televisão representa os homossexuais, foi um desastre completo.
namoralmalafaiaUm dos convidados, o pastor Silas Malafaia, impediu que o tema fosse tratado, realmente. Disse que os gays aparecem muito nas novelas porque os autores são gays e criticou o horário de exibição das tramas.
Como de hábito, exaltado, procurou pregar sobre a homossexualidade do ponto de vista religioso e contra a adoção de crianças por casais do mesmo sexo. A certa altura, para indignação dos demais participantes, comparou gays a prostitutas.
Os outros convidados, a desembargadora Maria Berenice Dias, o autor Silvio de Abreu e o apresentador Jô Soares, mal conseguiram tratar do tema proposto. Uma família de São Cristovão, apresentada como um modelo familiar típico, também participou do encontro, de dentro da casa onde ocorre o “BBB”.
Antes de o programa ir ao ar, Malafaia divulgou um vídeo na internet reclamando que o debate não havia sido “democrático” porque a produção teria selecionado três pessoas com posições semelhantes entre si para se oporem a ele. Durante a exibição, vendo a repercussão de suas falas, escreveu no Twitter: “A gayzada tá nervosa aqui. kkkkk''. Encerrado o “Na Moral”, o pastor voltou atrás em sua crítica à emissora: “a Globo não fez covardia comigo”, anotou em seu perfil na rede social.
Na verdade, se a intenção era de fato discutir como a moral se modificou ao longo dos 50 anos da Globo, a escolha dos participantes não foi a melhor. Quem já assistiu a qualquer entrevista de Malafaia sabe que ele não debate, apenas repete um mesmo discurso de púlpito – como políticos em campanha eleitoral.
A segunda parte do programa, sem Malafaia e Maria Berenice, e com o psicanalista Francisco Daudt e a juíza Andréa Pachá, tratou do fascínio que o público de novelas sente pelos vilões. Foi um debate mais civilizado e compreensível, ainda que muito corrido, como é prática no “Na Moral”.


http://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br/2015/04/24/malafaia-transforma-debate-sobre-moral-na-tv-em-pregacao-contra-gays/

GloboNews Especial: os novos modelos de famílias no Brasil


http://globotv.globo.com/globo-news/globo-news-especial/v/globonews-especial-os-novos-modelos-de-familias-no-brasil/4121252/

Debate - Estatuto da Família

Excelente - Debate - Sobre o Estatuto Família -
 
Deputado Federal Anderson Ferreira  Autor  do  Projeto Estatuto  da Família
 
Dr. Luiz Carlos Barros Figueiredo
 
 
Coordenadora  Suzana Sofia M Schettini - Angaad
http://radiojornal.ne10.uol.com.br/audioteca/2015/04/20/estatuto-da-familia-38665

terça-feira, 14 de abril de 2015

Eduardo Cunha defende medidas para desburocratizar adoções

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, manifestou nesta terça-feira (14) apoio a iniciativas para facilitar e acelerar processos de adoção no País. Ele esteve reunido com representantes de entidades de apoio à adoção. Ele assinalou que o direito de crianças e adolescentes viverem em família deve ser assegurado pela legislação e por políticas públicas.
Foto: Zeca Ribeiro
Eduardo Cunha defende medidas para desburocratizar adoções
Entidades querem mudança no texto do Estatuto da Família
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, manifestou nesta terça-feira (14) apoio a iniciativas para facilitar e acelerar processos de adoção no País. Ele esteve reunido com representantes das associações Quintal de Ana e Aconchego - entidades de apoio à adoção e ao direito de crianças e adolescentes viverem em família. As duas entidades integram a Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), que reúne atualmente 130 entidades.
Eduardo Cunha afirmou que espera que a polêmica em torno da adoção por casais homoafetivos não prejudique a aprovação de mudanças para desburocratizar os processos de adoção. Ele assinalou que o direito de crianças e adolescentes viverem em família deve ser assegurado pela legislação e por políticas públicas. “As leis devem ser pensadas para facilitar as adoções e não dificultá-las”.
A representante do Quintal de Ana no Rio de Janeiro, Bárbara Toledo, explicou ao presidente da Câmara que a principal preocupação dos grupos de apoio à adoção é a mudança no trecho do texto do Estatuto da Família (Projeto de Lei 6583/13) que estabelece o conceito de família.  O texto define família como “o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.
Ela argumenta que, se for aprovado como está, o texto acabará reforçando o preconceito contra núcleos familiares com filhos adotivos. Os grupos de apoio à adoção, segundo ela, quer que esses núcleos estejam explícitos no conceito de família do estatuto.
Eduardo Cunha sugeriu às representantes das duas entidades que discutam a proposta de mudança no texto com o relator do projeto, deputado Diego Garcia (PHS-PR), e acompanhem os debates da comissão especial para esclarecer os objetivos da mudança proposta.
Além de Bárbara Toledo, participaram da reunião, organizada pela deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), Carla Kobori e Soraya Rodrigues Pereira, da instituição Aconchego de Brasília.
 

Juiz é acusado de tirar bebês das mães e mandar à adoção ilegalmente em MG


Passados mais de 90 dias do nascimento, em 17 de janeiro, o berço continua vazio

postado em 10/04/2015 10:36 / atualizado em 10/04/2015 10:53
Sandra Kiefer
A Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais vai analisar série de denúncias contra o Juizado da Infância e da Juventude de Barbacena, na Região Central de Minas, comandado pelo juiz titular Joaquim Martins Gamonal. Ele e sua equipe são acusados por advogados, mães e representantes da organização não governamental Comissão de Direitos Humanos e Ética de Barbacena (Codhe), entidade ligada à Igreja Católica, de retirar bebês das mães, alguns dentro da maternidade, e entregar a famílias adotivas, sem o devido processo legal e o conhecimento dessas mulheres. O presidente da comissão, Luciano Avlis Marioley, vai solicitar abertura de CPI sobre o caso à Assembleia Legislativa. O juiz nega irregularidades.

KARL LAGUNA/DIVULGAÇÃO

Pelo menos três mães oficializaram as queixas, anexando detalhes e documentos de cada caso. A representação, de número 0000217605201516, foi protocolada na Corregedoria-Geral de Justiça de Minas. Segundo o juiz auxiliar Bruno Teixeira Lino, a apuração ficará a cargo de Soraya Lauar, juíza auxiliar da Zona da Mata mineira, que está fora esta semana, viajando a serviço do órgão.

Em pelo menos um deles, Gamonal foi obrigado a reverter a adoção e devolver a criança à mãe, em cumprimento ao acórdão do Tribunal de Justiça, que julgou a ilegalidade do processo. Há também relato de duas adolescentes que, abrigadas na Casa de Acolhimento de Barbacena, não apenas conseguiram engravidar estando sob a proteção do Juizado local, como ainda perderam seus bebês por decisão do tribunal. Em comum entre todas as histórias, está o fato de que as mães são de origem humilde, que alegam não ter tido chance de se defender em devido processo legal. Segundo a lei, só poderão perder a guarda das crianças as famílias com comprovada trajetória de maus tratos, abuso sexual, negligência ou abandono.

Um dos depoimentos mais incomuns listados na Corregedoria é o de uma ex-interna da Casa de Passagem de Barbacena. A adolescente A. de 17 anos, que deveria estar agora sob a proteção do Juizado da Infância e da Juventude, afirma que já engravidou duas vezes no abrigo e teve os filhos retirados pelo juiz. No segundo caso, o filho J.G. teria sido levado logo depois do parto. “Não sei como é o rosto do meu filho. Só vi meu bebê no parto, quando estavam limpando ele”, lamenta a jovem mãe.

Passados mais de 90 dias do nascimento, em 17 de janeiro, o berço continua vazio. O enxoval está pronto, o quartinho está ganho no Minha casa, minha vida e até os recursos financeiros para cuidar do bebê estão garantidos. Apesar da pouca idade, A. tem responsabilidade suficiente para depositar na poupança, todo mês, R$ 300 da pensão alimentícia deixada pelo pai. Só falta mesmo receber o bebê, que nasceu na Santa Casa de Barbacena. O Estado de Minas e TV Alterosa tiveram acesso ao relatório interno do hospital, que a própria mãe nunca viu, onde consta que “RN (recém-nascido) está com sua mãe adotiva; Juizado está ciente”.

No relatório consta que o bebê saiu às 13h15 do dia seguinte da maternidade, quando começou a angústia da equipe de profissionais de saúde da Santa Casa, que se recusam a dar a notícia à mãe biológica. Em um dos trechos, pode-se ler que “solicitam que o hospital através do serviço de psicologia assuma a responsabilidade de contar para a paciente que seu RN foi retirado e que foi para a adoção. Questiono e pontuo qual o motivo pelo qual não seria dado à mãe a oportunidade de tentar cuidar deste filho e ainda, se não fariam contato com familiares para verificarem essa possibilidade. Sendo assim, faço a intervenção de que esta conduta não é nossa e que não assumiria tal fato”.

Perguntado sobre o paradeiro do bebê, o juiz Gamonal afirma que o caso em questão não é dele e que seguiu ordens da promotoria, mas que “faria exatamente a mesma coisa” como titular da Vara da Infância e da Juventude. Em entrevista à TV Alterosa, ele tenta justificar dizendo que a jovem é portadora de dificuldade de aprendizado, além de não ter parentes próximos capazes de se responsabilizarem por ela. No processo, porém, não consta o laudo de insanidade mental da mãe. Segundo uma fonte, ainda que fosse verdade, por si só a doença mental de uma mãe não é motivo para perda da guarda, o que só ocorre em casos comprovados de usuários de drogas, abusadores sexuais, violência doméstica ou de abandono.

TV ALTEROSA/REPRODUÇÃO
TJ devolveu criança à mãe biológica

Essa não é a primeira denúncia de retirada ilegal de bebês em Barbacena, com o envio da criança diretamente para a família adotiva, sem autorização da mãe biológica. Em setembro de 2009, o sexto filho da babá G. foi levado da maternidade. A mãe descobriu que o bebê estava no abrigo de Barbacena e ficou ao lado do filho, amamentando. Depois de meses, o menino foi tomado da mãe e entregue em adoção a um casal, que mora no condomínio Vale das Andorinhas, onde reside o juiz Gamonal.

Ela perdeu a guarda do menino depois de uma denúncia anônima que, sem provas concretas, dizia que ela se preparava para vendê-lo filho a um casal do Rio de Janeiro. “Nunca contei isso a ninguém, mas agora vou dizer que jamais daria meu filho para adoção, porque eu mesma fui adotada e até hoje busco o carinho dessa mãe que me criou. Faço de tudo para ela ter orgulho de mim, mas não sou correspondida”, desabafa.

A mãe contratou diversos advogados até chegar ao escritório de um profissional especializado em direito de família, que pede para não ser identificado porque alega ter sofrido represálias do Juizado. Ele conseguiu reverter a adoção, impetrando habeas corpus para reaver o bebê, que ficou cinco meses com os candidatos a pais adotivos. “O juiz tomou a criança da mãe e entregou a um casal que não podia ter filhos antes mesmo de abrir inquérito policial para apurar o caso”, diz o advogado. O processo transitou em julgado no Tribunal de Justiça, que reconheceu a ilegalidade da adoção, “com a retirada de um bebê do seio da família biológica com base em denúncia anônima não apurada – e sem o contraditório e devido processo legal”.

“Não foi ajuizada ação que viesse a apurar a denúncia anônima posta contra os pais biológicos da criança – que foi colocada em família substituta sem que os fatos denunciados fossem, portanto, regularmente apurados. (...) Não foi sequer ajuizado pedido de tutela, adoção ou de perda do poder familiar os pais biológicos”, manifesta o texto do acórdão. O relator desembargador do TJ-MG, Wander Marotta, finaliza a sentença, determinando que a situação fosse “revertida para evitar maiores danos a todos os envolvidos”.

O bebê voltou para a casa da mãe, que mora em um bairro humilde de Barbacena. Passados mais de quatro anos, tornou-se um garoto bonito e saudável, do tipo que dá trabalho dobrado para G. “Se já criei cinco filhos, por que não iria criar seis? Não tenho luxo, mas nunca deixei faltar nada para eles. Meu filho é falador, bagunceiro e muito carinhoso, principalmente comigo. Ele fica repetindo toda hora para mim: ‘Mãe, eu te amo!’”, conta a mãe, orgulhosa.

O procedimento irregular provocou um trauma também para a família candidata a adotar o bebê. Depois de cuidar do bebê por cinco meses, o pai adotivo entrou em desespero quando a criança teve de ser devolvida à família biológica, por ordem do T J. “No nosso caso, a Justiça errou desde o início ao não avisar sobre a situação real do bebê”, critica o rapaz. Ele e a esposa receberam depois outro bebê.

Família ainda espera justiça
Outro caso denunciado é o do menino A. L., que deve estar agora com 4 anos e foi encaminhado para adoção a terceiros, apesar de ser alvo de disputa na família extensa para decidir quem iria ficar com ele. Moradores de Barbacena, os tios Olímpio Coelho dos Santos, de 57 anos, e Sebastiana Isabel de Oliveira, além de uma prima (que prefere o anonimato) tentaram obter na Justiça a guarda do menino.

Apesar da insistência, ninguém da família de origem – que deveria ter prioridade na adoção, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente - conseguiu ficar com o bebê. “Já vai inteirar dois anos (o processo) e o juiz não dá nenhuma satisfação. O termo dele é que está em segredo de Justiça, fechado a sete chaves e só ele tem o segredo”, denuncia Olímpio, que é funcionário público aposentado e tem condições financeiras para assumir a guarda do garotinho. A mulher dele, que não quer ser identificada, chegou a conduzir por conta própria, uma investigação na cidade, para tentar descobrir o paradeiro da criança. “Combinei com meu marido que iria colocar o menino como dependente no plano de saúde e também conversei na escola onde meus filhos estudaram para fazer a matrícula”, diz.

“Imagino que o neném já deve ter criado laços com a nova família adotiva e, se for para ele sofrer, não o quero de volta. Só quero Justiça”, afirma a tia. “Tentei falar com o juiz Gamonal, mas ele disse que tia não é parente e que não conseguiria o menino nem que entrasse na fila da adoção”, completa Sebastiana.

Perguntado sobre o caso, Gamonal se defende, dizendo que os pais de A.L estiveram no Juizado da Infância e da Juventude para entregar a criança e ainda pediram que o bebê fosse entregue a uma família de fora de Barbacena: “Estou há 20 anos em Barbacena e, se eu ficar mais 200, nunca vai ter nenhum problema de desonestidade, de abuso. Todos esses casos eu sei de cabeça nome de pai, de mãe, de criança. Não vou falar porque é segredo de Justiça. Se estiver sendo acusado formalmente pela comissão, pelo CNJ, pela corregedoria, esses casos serão abertos e eles vão verificar o que aconteceu”.
 
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica-brasil-economia/63,65,63,12/2015/04/10/internas_polbraeco,478896/juiz-e-acusado-de-tirar-bebes-das-maes-e-mandar-a-adocao-ilegalmente-e.shtml

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Justiça descumpre promessa e deixa 40 crianças fora do cadastro de adoção, aponta MP

Seis meses depois

Dos 129 nomes que deveriam ter sido incluídos no sistema em setembro, só 89 foram cadastrados

08/04/2015 | 04h02
Justiça descumpre promessa e deixa 40 crianças fora do cadastro de adoção, aponta MP Lauro Alves/Agencia RBS
Fora do cadastro, crianças completam 18 anos nos abrigos, sem chance de adoção Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
Aos nove anos, uma menina que vive em um abrigo de Porto Alegre teve a família biológica julgada pela Justiça como sem condições de criá-la. Com a decisão, ela foi oficialmente tirada dos familiares e passou a ser filha do Estado, que deveria encaminhá-la à adoção. O Judiciário, entretanto, nunca teria incluído seu nome no sistema, e ela teve de comemorar o aniversário de 17 anos na instituição, sem ter a chance de ganhar novos pais.
A situação da garota não seria exceção na Capital: além dela, outras 39 crianças e adolescentes que vivem nessas casas e foram destituídos do poder familiar figuram fora do Cadastro Nacional de Adoção, segundo levantamento do Ministério Público (MP). Sem o nome no sistema, essas crianças não existem para os 33 mil candidatos a pais adotivos atualmente no país e são condenadas a crescer nos abrigos.
A falha no cadastro foi detectada no segundo semestre de 2014, quando o MP apontou a não inclusão de 129 crianças e adolescentes no sistema — número equivalente a 10% do total de abrigados em Porto Alegre. À época, a Justiça se comprometeu com a inclusão de todos os nomes apontados até o final de setembro.

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Seis meses depois, uma nova pesquisa do MP mostrou que 40 acolhidos ainda seguem fora do cadastro. Em nota, a Justiça afirmou que desconhece o problema apontado pelo MP e que “os encaminhamentos solicitados em setembro pelo órgão ministerial foram devidamente cumpridos”.

Ainda em nota, o Judiciário informou que não recebeu nenhum requerimento do MP pedindo providências sobre esses nomes, mas que a Corregedoria-Geral da Justiça abriu um expediente para apurar “se há e quais são as crianças e adolescentes que estariam fora do cadastro”. O órgão também acrescentou que, desde a implantação do cadastro, “realiza cursos aos servidores e atualiza os magistrados sobre a matéria”, sendo constante a cobrança para o uso efetivo do sistema.

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A situação relatada pelo MP é tratada como descaso com as crianças por Maria Rosi Marx Prigol, presidente do Instituto Amigos de Lucas, organização de apoio à adoção em Porto Alegre.
— Quanto maior a demora na atualização do cadastro, menos chances essas crianças têm de conseguirem pais adotivos, já que a preferência é por crianças pequenas — argumenta.
Mesmo assim, 35% dos candidatos a pais habilitados atualmente no Cadastro Nacional de Adoção aceitam filhos com mais de quatro anos, o que reforça a necessidade de inclusão de todos os nomes, conforme Maria Rosi.

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No ano passado, a Corregedoria-Geral da Justiça afirmou que a falha no cadastro aconteceu devido a “um entendimento pelo não cadastramento” da equipe técnica da época, anterior à lei que inseriu a obrigatoriedade do cadastramento, em 2009. A justificativa era de que havia “casos de situações de crianças com faixa etária fora do perfil desejado ou com graves problemas de saúde”.
— Todos os destituídos do poder familiar têm o direito de estarem no cadastro de adoção, independentemente da idade ou da condição de saúde. Não cabe ao Judiciário decidir se os pais vão querer adotar ou não, os nomes têm de estar lá para serem consultados — reclama Rosi.

A vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam), Maria Berenice Dias, denuncia ainda que a demora pela atualização do cadastro não atinge apenas as crianças, mas também os candidatos a pais.
— Tenho clientes que estão há dois anos esperando pela habilitação para a adoção, enquanto as crianças ficam lá nos abrigos, escondidas — lamenta.

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Em 2014, apenas 40 crianças foram adotadas em Porto Alegre, conforme o MP. O número representa 16% das crianças incluídas no cadastro na Capital.

— Quando o cadastro não é atualizado, as crianças e os candidatos a pais ficam esperando, o que os entristece e desmotiva. Além disso, as condições dos abrigos são péssimas, enquanto esses casais estão ansiosos para oferecer amor e conforto às crianças — conclui Maria Berenice.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/04/justica-descumpre-promessa-e-deixa-40-criancas-fora-do-cadastro-de-adocao-aponta-mp-4735424.html?utm_source=Redes%20Sociais&utm_medium=Hootsuite&utm_campaign=Hootsuite


O UMBIGO




O umbigo é a cicatriz resultante da queda fisiológica (natural) do cordão umbilical, e costuma manifestar-se como uma depressão na pele. A palavra umbigo tem sua origem no latim umbilīcus, diminutivo de umbo, com o sentido de saliência arredondada em uma superfície; foi escrita pela primeira vez em um documento oficial em 1563.[1]
Sobre o umbigo alguns pensadores escreveram:
O egoísta costuma viver em torno do próprio umbigo, quando cai, tonto pelo próprio egoísmo, sempre há alguém diferente dele para confortá-lo. Humberto Rocha
Você apenas conhece seu verdadeiro amigo; quando a água passa da altura do umbigo. Artur dos Santos Saldanha
Há pessoas que transformam o azul em cinza. Que só olham para o próprio umbigo. Que não são capazes de um gesto de gentileza. Que tem olhos de inveja. Que pensam que são muito melhores do que são. Que não dão valor ao trabalho. Que não tem uma palavra de elogio ao próximo. Há pessoas que vieram ao Mundo achando que são seu Centro. E por isso dão valor ao acessório, nunca ao principal! Jorge Rodini
O mundo não gira ao seu redor, então olhe outra coisa em sua volta sem ser o seu umbigo. Moyoko
Não parei para ver a fonte[2], afinal, não tem cunho científico o que passo a escrever nem será fonte de pesquisa para quem quer que seja. Resolvi escrever sobre o umbigo, o seu, o meu, o nosso, o umbigo do mundo.
Estamos em um absoluto momento de crise. A crise é política, econômica, moral, social, pessoal, crise dentro da crise, crise da crise.
Alguns olham apenas e tão somente para o próprio umbigo. Sinceramente não sei qual atração exerce essa pequena cicatriz, às vezes feia, no meio da barriga. Atualmente, em função do peso, quase não vejo o meu umbigo, mas, nunca tive atração por ele, mesmo nos auge dos meus saudosos 50 quilos.
Aqueles que são aficionados pelo próprio umbigo ficam incomodados por aqueles que veem alem do próprio, e, pior, tentam fazer algo que saia da acomodação da contemplação da pequena cicatriz.
O que pode ser melhor para os contempladores do próprio umbigo do que nada fazer? Se nada faz, nada incomoda, nada interfere, nada muda. Só não dá para entender a raiva nutrida por quem faz ou tenta fazer algo. Não fiz psicologia, não consigo analisar os aspectos freudianos, lacanianos, rogerianos ou outros tantos envolvidos na personalidade dos umbiguistas.

Tratando da questão pessoal: é chato falar de adoção? É chato tratar do Estatuto da Família? É chato ser militante, ativista? Simples! Não siga, não compartilhe, desfaça a tal amizade virtual.
O mundo é tão simples, por qual razão tanta discórdia, negativismo. Picardia?
Não é o número de amigos no Facebook ou de seguidores no Twitter que fazem o mundo real e sim o trabalho de cada dia, a labuta, a dedicação, a leitura, o estudo, os amigos reais com quem compartilhamos a vida fora do computador, do tablet, do celular.
As redes sociais são validas, e como são. Através das redes sociais podemos mudar o mundo, ou ao menor tentar mudar e ter a consciência de que tentamos.
Somos seres de carne e osso, também seres virtuais, vivendo em mundos que oscilam. Uns conseguem ser o que são em todos os planos, pois, no virtual somos todos iguais sem títulos, méritos, classes sociais. Somos login e senha e pronto.
Sou contra os que perseguem as amizades alheias, os que têm fixações específicas em pessoas, cargos e títulos. Entendo que as redes sociais servem para unir os que estão longe, divertir, servem também a causas sociais, a mudanças e movimentos políticos.
Nunca fui boa em ficar calada. Já fui mais ativista, confesso, até já escrevi sobre a fase de estudante onde escutava a Radio Tirana, falando diretamente da Albânia para o Brasil, com programas noticiosos sobre as forças guerrilheiras que lutavam contra os usurpadores do poder. Arrependimentos? Não tenho e espero nunca ter. Faria tudo de novo, picharia muros com palavras de ordem, compareceria ao DCE para bolar movimentos pela “constituinte livre, nacional e soberana”, literalmente não mudaria nada do que fiz.
Assim, continuarei a não olhar para o meu próprio umbigo, não me incomoda os que o fazem, que continuem umbiguistas de carteirinha, quanto a mim, continuarei a ser o que sou ativista, inconformada, enchendo a paciência dos que assim permitem e aceitam.
É sempre o eterno problema de não sabermos conviver com a verdade de que somos diferentes uns dos outros; e, por isso mesmo, solitários, mas nem por isso não solidários.
Aqueles que entendem que as diferenças entre as pessoas são maiores do que as que nos ensinaram a ver, desenvolvem uma atitude de real tolerância diante de pontos de vista variados a respeito de quase tudo e de quase todos. Somos todos diferentes, os que apenas olham e os que fazem, mas isso não nos torna melhor ou pior, apenas diferentes.
É preciso que deixemos de nos sentir pessoalmente ofendidos pelas diferenças de opinião e de atitudes, para que possamos enxergar o outro com objetividade, como um ser à parte, independente de nós, além do nosso próprio umbigo.
Quando nos colocamos no lugar do outro, quando assumimos o papel do outro, tentamos penetrar na alma impenetrável, na vida que não vivemos, nas dores que não sentimos, é a tentativa de compreensão entre os seres ditos humanos.
Então vamos combinar assim: você continua a olhar para o seu umbigo, criando em volta dele o seu mundo, eu continuarei a procurar mudar o que entendo errado, mesmo que não mude nunca. Continuarei a ser chata, mas nunca omissa.
Se o meu eu te incomoda, afaste-se dele, é tão fácil. Se a militância em prol de todas as famílias para você é ridícula, não lute, se a causa da adoção não lhe interessa ou não mais lhe interessa, não faça parte dessa luta. Estamos todos a um clique de “desfazer amizade”, “bloquear”, “deixar de seguir”, amizades em época em que o virtual suplanta o real esvaem-se em um clique.
Não tentem, umbiguistas, impor a todos o padrão egocêntrico e egoístico de ver o mundo.
A movimentação é coletivo, é o coletivo que luta por melhores leis, por leis justas para todos e não para um ou outro.
Continuarei a lutar #emdefesadetodasasfamilias e contra toda e qualquer forma de discriminação.
Não sou melhor nem pior, só não sei ficar parada enquanto ao meu redor atrocidades tendem a ser praticadas por omissão de quem deveria se movimentar.
Então, era esse o umbigo que precisava sair da minha garganta.
Silvana do Monte Moreira
Silvana.mm@globo.com


[1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Umbigo
[2] http://pensador.uol.com.br/umbigo/