sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Relembre os dramas dos filhos adotivos, assim como Nina, Rosário e Rodrigo

Relembre os dramas dos filhos adotivos, assim como Nina, Rosário e Rodrigo

Em 'Avenida', 'Cheias' e 'Amor', há protagonistas que foram adotados

30/08/2012 às 09h17
Atualizado em 30/08/2012 às 09h17
Adotados Nina Rosario e Rodrigo (Foto: TV Globo/TV Globo)Nina, Rosário e Rodrigo foram adotados (Foto: TV Globo/TV Globo)
Estão no ar três novelas com personagens adotados. Em Avenida Brasil, Nina (Débora Falabella) foi tirada do lixão por um casal de argentinos. Em Cheias de Charme Rosário (Leandra Leal) recebe todo o amor de Sydnei (Daniel Dantas), que se apaixonou pela voz da filha ainda criança. Quem completa o time é Rodrigo (Gabriel Braga Nunes), que não foi bem adotado, mas sequestrado e criado por uma família em Minas Gerais, em Amor Eterno Amor.
Gabriel (Caio Paduan), da temporada passada de Malhação, passou toda a trama sem saber da verdade. Enquanto procurava pela carteirinha do plano de saúde da avó, que tinha sofrido um AVC, o rapaz encontrou uma carta de sua mãe adotiva contando a origem dele. Alexia (Bia Arantes), que estava com o rapaz, correu para levar a novidade para Fabiano (Danton Mello) e Carmen (Helena Fernandes), que também tiveram uma surpresa: Gabriel era o filho perdido do casal.
Alice conhece sua irmã Sofia (Foto: A Vida da Gente/TV Globo)Alice conhece sua irmã biológica Sofia (Foto: A Vida da Gente/TV Globo)
Alice (Sthefany Brito) sabia que era adotada, em A Vida da Gente (2011), e encarava isso muito bem. Suzana (Daniela Escobar) e Cícero (Marcelo Airoldi) tinham uma relação muito boa com a filha, que retribiuia todo o carinho e atenção. Mas a menina queria se aproximar de sua mãe biológica, Vitória (Gisele Fróes), e começou a ter aulas de tênis com ela. O que ela não esperava era que a treinadora pedisse para ela manter segredo sobre a maternidade, depois de descobrir o motivo das aulas de Alice.
Padre Emílio (Foto: Araguaia/TV Globo)Padre Emílio (Foto: Araguaia/TV Globo)
Padre Emílio (Otávio Augusto), de Araguaia (2010), acolhia um grupo de órfãos em seu sítio. Além dar carinho e comida às crianças, o religioso também alfabetizava as crianças com a ajuda de Estela (Cléo Pires). Já em Sete Pecados (2007), os anjos da guarda foram Miriam (Gabriela Duarte) e Vicente (Marcello Novaes). Os dois, que não se davam muito bem no começo da trama, adotaram Benta (Amanda Azevedo), uma menina que falava com anjos e se comunicava com o Além.
Clara e Helena (Foto: Páginas da Vida/TV Globo)Clara e Helena (Foto: Páginas da Vida/TV Globo)
Depois de ser rejeitada pela avó por ter Síndrome de Down, Clara (Joana Mocarzel) recebeu todo o amor e carinho de sua mãe adotiva Helena (Regina Duarte), em Páginas da Vida (2006). A obstetra, que tinha perdido uma filha de 5 anos, se encantou pela menina, abandonada por Marta (Lilia Cabral). Com o suporte de Helena, a menina cresceu saudável e acabou construindo uma amizade com o irmão Francisco (Gabriel Kaufman).
Andrea  (Foto: Desejos de Mulher/TV Globo)Andrea (Foto: Desejos de Mulher/TV Globo)
Em Desejos de Mulher (2002), foi a vez de Regina Duarte viver uma filha adotiva, na pele de Andrea. MAs a bem-sucedida estilista ficou chocada mesmo quando descobriu que sua irmã biológica era Sandra (Alessandra Negrini), sua inimiga número um.

http://tvg.globo.com/programas/video-show/Bau-TV/noticia/2012/08/relembre-os-dramas-dos-filhos-adotivos-assim-como-nina-rosario-e-rodrigo.html

Gazeta do Povo publica texto homofóbico de colunista contra adoção por casais homossexuais

Gazeta do Povo publica texto homofóbico de colunista contra adoção por casais homossexuais

Por Allan Johan

“Nada é mais cruel que crianças em bando, especialmente na escola”, inicia o autor do texto “Perversão da Adoção”, Carlos Ramalhete, fundador de "A Hora de São Jerônimo", um apostolado leigo católico, de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. O texto foi publicado no site da Gazeta do Povo, principal veículo impresso do Paraná, nesta quinta-feira. Discordo dele. Nada é mais cruel do que os adultos, principalmente quando munidos da ignorância, ou, pior ainda, quando usam seus conhecimentos, para provocar o dolo. Nada é pior do que a maldade com intenção de machucar. Pior ainda é a maldade disfarçada, aquela que quer se convencer ou convencer o outro de que não há maldade em tal ato. E o texto do Sr. Ramalhete é perverso, é doloso, é de uma homofobia disfarçada tremenda. Utiliza do artifício vil e covarde da dissimulação para defender que seres humanos devem ter menos direitos, colocando suas crenças para justificar que o Estado (mais uma vez o texto é propositalmente dissimulado para não aparecer homofóbico ao atacar diretamente um casal homossexual) não deveria reconhecer dois homens como pais de uma criança adotada, de qual a mãe perdeu o poder pátrio.

Ele diz ainda: “O Estado reconhece a família porque é nela que a vida é gerada. Um homem e uma mulher se unem, geram filhos e os criam, e é do interesse de toda a sociedade que isso funcione bem. Quando falta uma família, o Estado pode entregar a criança a outra família, que a adota como nela houvesse nascido. Conventos, comunidades hippies e uniões de pessoas do mesmo sexo, contudo, podem ser modos de convívio agradáveis para quem neles toma parte, mas certamente não são famílias. Isso é abuso, não adoção”.

Já vimos esse filme: alguns acreditam que uma comunidade que tem menos direitos historicamente deve continuar assim. Uma afronta eles terem o mesmo direito do que “nós”. O Estado deveria defender aqueles que são a base desta sociedade e não os equiparar a “nós”. Eles não são como nós... Sim, eles eram judeus, ou negros, ou mulheres, ou ciganos, ou homossexuais, ou asiáticos, ou de outra religião, ou tantos outros. E todos sabemos o que a história conta. E sabemos que todos os inimigos das liberdades individuais evocam o direito de liberdade de expressão, ou religiosa, para justificarem os seus discursos de ódio. Desesperados, chegam a evocar o direito "da maioria", dizendo que democracia é a imposição do desejo da maioria, conceito altamente deturpado.
O Sr. Carlos Ramalhete conhece o tal garoto ao qual ele se refere em seu texto? Eu o conheço. E o Alyson é um menino maravilhoso de 12 anos, alegre e que ganhou na loteria, ao sair de um orfanato - onde sofria diversas violências - para ter a melhor educação possível. Também conheço seus pais e são pessoas fantásticas. Até mandei mensagem aos pais, Toni e David, pois o menino quer ser de religião africana e os pais querem impor a fé católica. Ora, ao final Sr. Ramalhete, os pais assim como você possuem valores cristãos. Pais são perversos, as crianças não!
E eu também sou cristão e acredito que todos os cristãos do mundo deveriam adotar todas as crianças abandonadas em lares, por pais cristãos ou não, e serem responsáveis por elas. E que todos os heterossexuais que geram tantas crianças abandonadas deveriam arcar com estudos e custos destes pequenos até a maioridade, dando as mesmas oportunidades dadas aos outros. Sabe o que é a coisa mais cruel do mundo, Sr. Ramalhete? É a hipocrisia. Então, o senhor desça do seu pedestal, onde se auto colocou, e vá praticar a caridade, uma vida cristã, o exemplo de Jesus, ao invés de apontar o dedo e querer julgar o que Deus acha melhor ou o que é certo ou errado.
Vivemos em uma sociedade laica, onde todos tem os mesmos direitos, ou ao menos caminhamos para isso. E pela paz e direitos de todos, deve ser assim.
http://revistaladoa.com.br/2012/08/artigos/gazeta-povo-publica-texto-homofobico-colunista-contra-adocao-por-casais-homossexuais

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A MAIOR AVENTURA DO MUNDO

A MAIOR AVENTURA DO MUNDO
Sávio Renato Bittencourt Soares Silva

Um estava na barriga da mãe, se formando e esperando a hora certa de nascer. A outra, em algum lugar do mundo, mas ali por perto, numa outra barriga de uma mulher que eu não conheço, também se preparava para vir à vida cá fora. Eu, de minha parte, vivia duas expectativas: a de ser pai pela segunda vez e a de procurar uma criança para adotar e ser pai por uma terceira vez, tudo ao mesmo tempo.
Talvez isso pareça ao leitor uma coisa estranha. E realmente é. Mas é a minha história, tal qual a vivi para dar testemunho desta imensa aventura amorosa. Um sujeito com um filhinho de três anos, uma esposa grávida e a busca por uma adoção. Não há explicação no campo do senso comum, das coisas como geralmente são ou como deveriam idealmente ser. Havia apenas essa vontade – densa, forte, irriquieta – no peito do jovem casal que em segredo conjurava contra a opressão de sempre ter que tomar decisões lógicas, prudentes e previsíveis, à luz de um mundo aborrecido e modorrento ao qual não desejavam pertencer.
E assim começou a grande aventura: uma busca por crianças disponíveis para adoção. Naquela época as coisas não eram disciplinadas como hoje. Não havia fila de adotantes em algumas cidades, nem cadastros unificados. Celular e internet eram novidades ainda em implantação e de pouca valia para fins de informações e contatos consistentes. Em pensar que isso aconteceu há apenas 15 anos! Parece que escrevo sobre a idade média. A procura era pulverizada por comarcas e abrigos.
Foi assim que, enquanto o menino crescia no conforto da barriga da mãe, acarinhado, chegou a informação sobre uma menina morena, disponível para adoção em Macaé, com uns quatro meses de vida. Preparei tudo para a viagem, combinei com meu advogado e avisei ao povo do Fórum local que estaria lá no dia seguinte para pedir a guarda da criança. Tudo certo, tudo perfeito, tudo combinado. Até um telefonema que recebi no início da noite: era um amigo do Fórum de Macaé, avisando que as pessoas que abrigaram provisoriamente a menina tinham ingressado com o pedido de adoção dela. Fiquei desapontado por uns instantes, mas pouco depois entendi que ser pai dela não era minha missão. Deus tinha outro plano para mim. Fui dormir em paz, sem deixar de beijar a barriga – já bem grande - com meu filhinho dentro. Era a noite do dia 24 de agosto de 1997.
O plano de Deus, que eu intuía que existia, mas não entendia, continuou naquele instante. Em alguma parte daquela cidade, a minha cidade, naquela mesma noite nascia uma menina mulata com olhos amendoados, deixada no Hospital por alguém não identificado. Minha sogra, que não sabia concretamente do meu plano ambicioso de paternidade múltipla – mas desconfiava de alguma coisa – ficou sabendo que o neném nascido em Valença fora deixada no Hospital e, chegando à minha casa na hora do café da manhã do dia seguinte, deu com língua nos dentes, sem saber que havia sido escolhida como anjo anunciador.
Peguei o jipe branco e me meti na estrada de terra. Havia um encontro marcado para mim com uma pessoa que me pertencia – e eu a ela – sendo imperioso que eu a encontrasse e a trouxesse para minha vida definitivamente. Com a desenvoltura de um cavalheiro medieval fora de época mergulhei neste sonho, desperto, vivo, inteiro. Como não havia fila de espera, nem notícia da família biológica da criança, meu pedido de guarda para fins de adoção, batido à máquina de escrever nas dependências da OAB por minha esposa advogada, foi acolhido pelo Juiz da Comarca. Fui então ao encontro da médica pediatra que recebera a criança em seu plantão, para obter sua alta e receber informações sobre os cuidados que teria que ter com o neném. Encontrei uma mulher incrível, competente e amorosa, inspirada pelo seu próprio nome, Maria da Glória, que me recebeu carinhosamente, prescrevendo remédios, incentivando meus passos com seu sincero sorriso. Estava eu pronto para o grande encontro.
Veja o querido leitor a cena com os olhos de seu próprio coração: um casal jovem, a mulher grávida de oito meses com um tremendo barrigão. Adentram ao hospital e logo são levados ao berçário, donde se defrontam com alguns bebês em incubadoras, todos prematuros, alguns com soro. Cheguei a pensar que a minha filha estava por ali. Mas eis que me surge a enfermeira, vindo do interior do berçário, com um neném enroladinho num pano com estampas de bichinhos, com tamanho próprio das crianças nascidas no tempo certo. Era um charutinho enroladinho com gente dentro. Uma mulatinha com olhos amendoados que veio para o meu colo, recostou-se no meu peito palpitante e desde aquele dia ali ficou. Não há idioma com palavras suficientes para descrever o que se sente quando se tem a coragem de viver grandes amores, de seguir o destino com seu quebra-cabeça intrigante. A cada vez que volto a esta história encontro uma forma de expressão diferente do mesmo vulcão de energia que explodiu naquele momento e me transformou em outra pessoa. Ela tinha o DNA da minha alma.
Saímos dali causando grande estranheza na gente de Valença: uma mulher grávida carregando um bebê no colo, acompanhada de um pai com cara de bobo. Será que estariam nascendo crianças a prestação? Estranheza maior foi a que passamos a viver quando Pedro resolveu nascer vinte dias depois, branco, com cara de português, risonho e safado. Tínhamos gêmeos bem originais, da cor do Brasil, uma negra e um branco, uma mulata e um portuga, lado a lado, nos carrinhos pelas praças, depois nos colégios, lanchonetes e festas. Irmãos de verdade, que o destino me trouxe.
Pedro veio numa torrente de alegria. Veio como expressão da generosidade de dividir nossas atenções com sua irmã, acompanhado neste gesto pelo irmãozinho mais velho João de três anos, que recebeu os gêmeos do coração em seu próprio coração, fazendo deles um motivo de felicidade. Era como se tudo fosse previsível e planejado. Entendi com o exercício do amor pacifica as relações e as coloca em um nível acima dos egoísmos e das competições. Nas relações familiares sempre podemos recorrer a esta fonte divina de soluções, o amor em exercício, o amor que se escolhe sentir e efetivamente se sente. Pedro, com suas risadas intermináveis e sua evidente molequice acabou por me mostrar um lado divertido da vida que eu por natureza relegava a segundo plano, me tornando um sujeito que se leva a sério demais. Pedro gosta de rir e fazer rir. As pessoas divertidas são as mais necessárias para enfrentar os desafios do mundo, porque têm o poder de transcender as formalidades excessivas, às amarras da sisudez poseur, e buscar as soluções mais criativas para a felicidade. Pedro risada-abençoada. Pedro tem o DNA da minha alma, além de uma cara engraçada parecida com a minha.
Pois isso se deu há exatos quinze anos. Nesta exata hora que teclo estas palavras estava eu indo para o Hospital pegar Ana e fazer dela o meu destino. Daqui a uns dias, completa também quinze anos do momento em que fui para hospital para Pedro nascer e me mostrar como o mundo era bem melhor do que eu acreditava. Uma epopéia pessoal, que pode parecer simples a quem lê, mas que foi de uma intensidade anímica avassaladora para este simples mortal. Meus gêmeos, meus filhos queridos, estrelas de minha constelação afetiva que ilumina todos os meus dias, agora mocinhos de quinze anos. Obrigado, Deus, Obrigado


O mais importante é que se quebrou uma barreira"

"O mais importante é que se quebrou uma barreira", diz primeiro pai a receber salário-maternidade
Depois de dois anos em trâmite administrativo, a 1ª Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) decidiu em unanimidade pelo direito de o pai receber o benefício
Postada em: 29/08/2012 ás 22:33:32                   Link:
 


O bancário Lucimar Quadros da Silva foi o primeiro pai a ter o direito de receber salário-maternidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com a legislação, o direito de receber o benefício só podia ser concedido a mulheres, mas não a homens. Lucimar e seu companheiro, Rafael da Silva Gerhard, quando adotaram João Vitor, hoje com 2 anos e 2 meses, solicitaram ao instituto a concessão do salário-maternidade, que lhes foi negado.

Depois de dois anos em trâmite administrativo, a 1ª Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) decidiu em unanimidade pelo direito de o pai receber o benefício. Apesar de a decisão da Câmara não garantir o mesmo direito a outros pais, a questão é um precedente para outros casos e significa o reconhecimento da Previdência da possibilidade da concessão do salário-maternidade a um homem.

Em entrevista à Agência Brasil, Lucimar conta que o recebimento do benefício por ele é uma quebra de barreira e cria um precedente para outras pessoas.

Agência Brasil – O que o motivou a entrar com o pedido de salário-maternidade?
Lucimar Quadros – Poder dar o carinho e a atenção que toda criança recém-nascida ou recém-adotada precisa. Aos 2 meses largava ele na escola e eu e meu companheiro íamos trabalhar. Toda mãe tem o direito de cuidar da criança quando é mãe solteira ou quando adota, [seja] em relação homoafetiva ou não. É para o bem da própria criança ter esse tipo de atenção quando está entrando em um novo lar e há essa mudança. É um direito garantido conforme a legislação.

ABr – Você acha que isso causou prejuízos ao seu filho?
Quadros – Ele não tem nenhum tipo de sequela, mas acho que houve prejuízo emocional em relação a outras crianças na mesma situação que acabam tendo o direito de ficar com o pai ou com a mãe, o que ele não teve. Mas agora vou me afastar do trabalho e poder dar a ele o que eu não pude naquele momento, apesar de agora ele não ter mais a mesma necessidade. Vou ter a mesma coisa que as mães ganham, mas em outro momento.

ABr – O que você diria a pessoas em situação semelhante?
Quadros – Com esse precedente, não vai demorar tanto o processo para outras pessoas. Vejo isso como uma certa facilidade. O mais importante é que se quebrou uma barreira. É uma oportunidade para outras crianças .

ABr – Como é ter sido o primeiro pai a ter recebido esse benefício?
Quadros – É uma bênção. Agora vou poder me dedicar integralmente ao meu filho.


Foto: Agência Brasil           Fonte: Agência Brasil           Postador: Chris Rodrigues 

http://entretenimento.surgiu.com.br/noticia/48311/o-mais-importante-e-que-se-quebrou-uma-barreira-diz-primeiro-pai-a-receber-salario-maternidade.html

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Quem pariu que embale!


Quem pariu que embale!


Maria Berenice Dias
Presidenta da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB
www.estatutodiversidadesexual.com.br

     Este é um antigo ditado que atribuiu exclusivamente à mãe todos os encargos com relação ao filho.
     Afinal, antes era assim. A mulher era a única responsável pela criação e educação dos filhos. Também a ela cabia as lides domésticas e o cuidado para com os idosos e os doentes. Claro que ainda precisava atender ao marido, pois ele tinha, como único dever, assegurar o sustento do lar.
   Mas há um tempo, tudo vem mudando. No momento em que a mulher entrou no mercado de trabalho houve um embaralhamento de papéis. Dos homens passou a ser exigida a participação nas questões familiares e eles acabaram descobrindo as delícias da paternidade.
    Não é por outro motivo que, de forma cada vez mais frequente, quando do rompimento do vínculo conjugal, eles buscam a guarda exclusiva dos filhos ou a guarda compartilhada.
    No entanto há novidades outras. O próprio formato da família mudou e agora se fala em Direito das Famílias. Antes, só era reconhecido o vínculo do casamento. Depois a união estável ganhou o a condição de entidade familiar. E, há uma década - por honra e graça da Justiça - também os vínculos homoafetivos passaram à condição de união estável. Um punhado de direitos são assegurados à população LGBT, inclusive a possibilidade do casamento.
    Todas estas mudanças, no entanto, não tiveram o condão de mudar a antiga concepção de que é a mãe a beneficiária da licença maternidade, sendo concedido ao pai escassos cinco dias. Tal, inclusive, impõe alguma restrição às mulheres no mercado de trabalho. Muitas vezes não são aceitas por haver a possibilidade de engravidarem e permanecerem longo tempo afastadas.
    Esta disparidade não mais pode prevalecer, pois não atende à realidade dos dias de hoje. Primeiro por que se está vivendo a era da paternidade responsável e é preciso assegurar direitos iguais a pais e mães. Ao depois pode acorrer o falecimento da mãe, o que não pode retirar do filho do direito a ser cuidado pelo pai.
    Também a adoção de filhos por casais do mesmo sexo pode gerar alguns impasses. Fazem ambas as mães direito à licença maternidade? Se forem dois pais, depois de cinco dias, ambos voltam às atividades profissionais?
    Daí o enorme significado da concessão, pelo INSS, de licença paternidade a um pai que, juntamente com o seu parceiro adotaram uma criança recém-nascida. Só que a licença foi concedida quando o filho já tinha dois anos de idade.
    Em face dessa demora, quando a criança tinha apenas 15 dias teve que ser deixada na creche. Esta falta da presença de um cuidador, nos primeiros meses de vida, não há como ser suprida.
    Assim, está mais do que na hora de se instituir a licença natalidade. Afinal, trata-se de um benefício a favor do filho e não a sua mãe. Esta é a proposta do Estatuto da Diversidade. Assegura licença natalidade de 180 dias, independente da orientação sexual dos pais. Durante os primeiros 15 dias o benefício é usufruído por. No período subsequente, por qualquer deles, de forma não cumulativa, e fracionada da forma desejada pelos pais.
    Inquestionavelmente um enorme avanço para assegurar a todas as crianças o direito de serem cuidadas por quem tem mais disponibilidade de tempo, ou maior desejo de se dedicar, com exclusividade, para dar-lhes o que elas mais precisam: a segurança de ter alguém que  as embale, que as acalente, que as alimente. Enfim, que lhes assegure o direito de crescerem com a certeza de ser muito amadas.

Casal gay é autorizado a adotar filho

Casal gay é autorizado a adotar filho

Após sete anos de brigas judiciais, os dois receberam permissão do Superior Tribunal de Justiça para criar menino de 11 anos

Vida e Cidadania

Quarta-feira, 29/08/2012
Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Desde a última terça, Alyson apresenta em sua certidão de nascimento o nome dos dois pais

Desde a última terça, Alyson apresenta em sua certidão de nascimento o nome dos dois pais
Publicado em 23/08/2012 | Angélica Favretto, especial para a Gazeta do Povo “Foi uma longa gestação”, diz Toni Reis ao explicar todo o processo pelo qual ele e seu companheiro, David Harrad, juntos há 22 anos, passaram até conseguir realizar o sonho de adotar uma criança. Foram sete anos de espera até que, no mês passado, receberam a autorização oficial.
Desde o início, Toni, 48 anos, professor e presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e o tradutor David, 54 anos, tinham o desejo de aumentar a família. A ideia original era adotar duas crianças de 5 anos, mas ao conhecerem Alyson, de 10, em meados de abril de 2011, a história mudou.
Adaptação
Chegada de Alyson mudou a rotina da casa
Os pais de Alyson contam que, pelo fato de o menino trazer toda uma bagagem de vida, o início da adaptação foi um pouco trabalhoso, mas nada que não pudesse ser contornado. Assim como David e Toni, Alyson tem um planejamento de vida. Todo o mês ele é revisado. É uma espécie de contrato onde ele tem escritas suas metas para o futuro, seus deveres e direitos. “Dias atrás ele olhou para nós e disse: ‘Ainda bem que eu tenho esses limites, senão estaria perdido’”, diz Toni.
Na escola o processo de adaptação foi rápido, embora os colegas de turma façam uma ou outra brincadeira. “Mas é a mesma situação de chamar alguém de gordinho ou baixinho, por exemplo”, afirma Toni.
Trajetória
Garoto já havia passado por sete casas-abrigo
Em uma palestra, no Encontro Nacional de Apoio à Adoção, no ano passado, os caminhos de Toni, David e Alyson começaram a se cruzar. Na ocasião, o casal conheceu a juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro e alguns meses depois receberam uma ligação perguntando se não gostariam de conhecer um garoto de 10 anos. Não era o plano original, mas os dois decidiram aceitar o convite. Foi amor ao primeiro encontro. Alyson, que já havia passado por sete casas-abrigo, estava em uma casa de mãe acolhedora.
As idas e vindas entre Curitiba e Rio foram de cerca de oito meses, até que em dezembro Toni e David receberam a guarda provisória de Alyson, que duraria 180 dias. No mês passado foi necessário renovar a guarda, mas dias depois o pedido de adoção foi aceito. “Quando o carteiro nos trouxe o Sedex com a documentação, brincamos com ele que era a nossa cegonha”, lembra Toni. Agora o menino passou a se chamar Alyson Miguel Harrad Reis.
Dentro da lei
Toni conta que desde 1995, quando o casal começou a planejar efetivamente a adoção, os dois foram procurados por famílias que queriam entregar suas crianças. “Mas nós queríamos que tudo fosse dentro da lei”, ressalta. Quando decidiram se candidatar à adoção, encontraram mais um empecilho: David é britânico e era preciso regularizar a situação dele no país para começar o processo. Isso aconteceu somente em 2005.
A partir daí, o casal procurou a Vara da Infância e Juventude de Curitiba. Eles queriam a adoção conjunta, por entenderem que dessa forma garantiriam segurança ao filho, principalmente em caso de falecimento. “Seria mais fácil, claro, que apenas um de nós adotasse a criança, e nós vivêssemos juntos. Mas decidimos garantir legalmente os direitos da criança”, conta. Por ser o primeiro caso de adoção conjunta por um casal homoafetivo na Vara da Infância de Curitiba, o órgão levou três anos para proferir a sentença: os dois só poderiam adotar meninas, e desde que elas tivessem mais de 12 anos.
Achando a restrição discriminatória, o casal entrou com recurso e o Tribunal de Justiça do Paraná autorizou a adoção sem qualquer restrição. O Ministério Público recorreu contra a decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal, que não aceitou o pedido por motivos técnicos. Mais uma vez o Ministério Público interferiu. O processo ainda está em tramitação no STJ, mas a Justiça decidiu que a guarda poderia ser concedida, para o bem da criança. A nova certidão de Alyson chegou nesta terça-feira.





http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1289605&tit=Casal-gay-e-autorizado-a-adotar-filho#.UDgrR7Fx3zY.facebook

terça-feira, 28 de agosto de 2012

POR UM FILHO A GENTE ATÉ SE CURA', DIZ ASTRID FONTENELLE


28.08.2012
POR REGINA RITO

Rio - Astrid Fontenelle, apresentadora de ‘Chegadas e Partidas’, do GNT, fala a ‘Contigo!’ desta semana. Diagnosticada com lúpus em janeiro, ela discursa sobre o amor por Gabriel, 4 anos, seu filho adotivo: “Por um filho, a gente faz tudo. Até se cura. Esse amor me deu o foco para encarar a doença. ‘Você é a razão do meu viver’, falo sempre para o Gabriel”.
Sobre os amigos, diz: “Depois da doença, fiquei mais amiga dos meus amigos. Antes, era muito fechada, poucos tinham acesso a mim de verdade”. E lembra: “Tive de fazer uma biópsia no rim e precisava ficar oito horas, na mesma posição, com uma agulha espetada na barriga. Os amigos ficaram comigo, a gente conversava, assistia a ‘Mulheres Ricas’, ria e, no fim, essas horas passaram em segundos”.
Apresentadora luta contra o Lupus
http://odia.ig.com.br/portal/diversaoetv/39-por-um-filho-a-gente-at%C3%A9-se-cura-39-diz-astrid-fontenelle-1.481663


ADOÇÃO É O TEMA DO LIVRO LANÇADO EM CUIABÁ



Segunda, 20 de agosto de 2012

Lançado em Cuiabá pela psicóloga e escritora Laucia Almerina Santos, a obra reúne mais de 3 décadas de trabalho e muitas informações para famílias que pretendem adotar uma criança.
Quem, como e quando revelar que o filho é adotivo, as perguntas foram respondidas pela psicóloga em 71 páginas do livro DESVELANDO A ADOÇÃO.
http://www.gazetadigital.com.br/video/play/id/9692/programa/1


CINCO IRMÃOS SÃO ADOTADOS PELA MESMA FAMÍLIA EM ERMO



28 de Agosto de 2012
Amanda Garcia Ludwig - amanda.garcia@engeplus.com.br

Cinco irmãos ganharam um novo lar no início deste mês, no município de Ermo. O casal Eliomar Costa e Dirléia Caetano está cuidando dos sobrinhos, que perderam o pai, e agora lutará para conseguir a guarda dos cinco. A atitude não é novidade para o casal, que já tem uma filha de 23 anos, também adotada.
“Nós a recebemos quando ela tinha seis anos de idade, e hoje em dia já é casada e tem um filho. Agora estamos na batalha para conseguir a guarda dos cinco sobrinhos. A mãe deles não tem condições de cuidar, a avó também não, e o advogado acredita que temos plenas condições de conseguir”, explica Costa, que é servidor público.
Segundo Eliomar, eles resolveram adotar as crianças por acreditar que teriam melhores condições de fazê-las ter uma vida melhor. “A mãe deles tem muito pouca condição, e esperamos tirá-los do caminho que os fariam encontrar as drogas”, ressalta Costa. Ele garante estar seguindo o exemplo de sua mãe, que foi abandonada com nove filhos e batalhou para dar boas condições a todos eles. Dirléia, mãe das cinco crianças, era funcionária de uma padaria, mas agora está em casa para cuidar delas, que têm as idades de oito meses, dois, cinco, nove e 11 anos. “Não tem lógica separá-los. Tenho certeza que podemos dar boas condições para que eles cresçam em um lar saudável”, espera o "novo" pai.
Foto: Divulgação Eliomar Costa
http://www.engeplus.com.br/0,,49671,Cincirma-saadad-pela-mesma-familia-em-Ermo.html


PROJETO PROCURA VOLUNTÁRIOS PARA ADOÇÕES PROVISÓRIAS EM SANTOS


PROJETO PROCURA VOLUNTÁRIOS PARA ADOÇÕES PROVISÓRIAS EM SANTOS
28/08/2012
Objetivo do projeto é manter as crianças em lares tranquilos.
Voluntários ficam com as crianças por período máximo de dois anos.
Do G1 Santos

Crianças e adolescentes de Santos, no litoral de São Paulo, impedidos pela justiça de ficar com os pais biológicos podem ser acolhidos por período provisório. Essas crianças, que são de recém-nascidos a adolescentes de 17 anos, são vítimas de abuso, de negligência, abandono, ou filhos de pais dependentes químicos.
O objetivo do projeto da Secretaria de Assistência Social de Santos é oferecer um ambiente tranquilo por no máximo dois anos. Nesse tempo a justiça decide se os pais biológicos têm condições de receberem os filhos de volta, ou se elas vão para adoção. Atualmente cerca de 20 crianças e adolescentes estão disponíveis para adoção, mas há apenas uma família cadastrada como voluntária. O programa chamado Família Acolhedora existe desde 2005.
A pedagoga Inês Bordinhon é uma dessas voluntárias. Inês têm quatro filhos, todos casados. Quando ficou viúva ela passou a acolher crianças. “Eu gosto muito de crianças, elas ajudam a preencher o meu vazio, o meu tempo. Trazer felicidade para casa. Gostaria que mais famílias presenciassem isso, porque é mágico é muito profundo, não dá para descrever”, conta a pedagoga.
Inês já cuidou de oito crianças. Hoje ela cuida de um bebê que tem menos de um mês. A criança dorme ao lado de Inês e tudo que ela precisa fica ao seu alcance. A mãe provisória conta que recebe muitas doações. As famílias acolhedoras passam por uma avaliação antes de levarem a criança para casa, uma psicóloga ajuda a entender que a criança vai embora.
Segundo Coemara de Oliveira, psicóloga do projeto, o ideal é que as crianças retornem para a família de origem. “É feito um trabalho para que eles (as famílias) possam se reestruturar, se organizar para receber o filho de volta. Se não for possível a gente faz a busca de alguém da família, avós, tios, primos, que se disponham a ficar com a criança. Em último caso elas são entregues para adoção”, conta a psicóloga.
A criança fica no máximo dois anos com a família, mas a média é de seis meses. Os acolhidos não perdem o contato com os pais biológicos e uma vez por semana se encontram com eles na sede da Família Acolhedora.
Para ser um voluntário é preciso ser maior de 18 anos e morar em Santos. O telefone para outras informações é (13) 3251-9333.
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2012/08/projeto-procura-voluntarios-para-adocoes-provisorias-em-santos.html

MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA X FORMALISMO EXACERBADO


MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA X FORMALISMO EXACERBADO
27/08/2012

Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM

Um homem adotou em seu nome um bebê que acabara de nascer porque a mãe alegava não ter condições de criá-lo. Oito meses depois, o menor foi tirado dos pais adotivos por meio de recurso do Ministério Público e conduzido a abrigo. Os pais que haviam apelado ao Tribunal de Justiça paulista e tiveram liminar negada, recorreram ao STJ cuja decisão mandou reconduzir a criança ao lar. Para refletir sobre o tema, a jurista e presidente da Comissão da Infância e Juventude do IBDFAM, Tânia da Silva Pereira, elabora comentário sobre decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que descarta excesso de formalismo e privilegia o melhor interesse da criança.
A notícia foi divulgada pela agência de notícias do STJ sem, entretanto, publicar a decisão na íntegra em virtude do processo que corre em segredo de justiça. Leia o comentário da especialista Tânia da Silva Pereira:
Na recente decisão do STJ tendo como Relator o Ministro Villas Bôas Cueva, o princípio do “melhor Melhor interesse da criança” prevaleceu sobre o “formalismo exacerbado” na hipótese do pai não-biológico ter registrado a criança em seu próprio nome e acolhido juntamente com sua esposa, uma vez que a mãe biológica contou que passava por dificuldades financeiras tendo recebido ajuda do casal.
Após oito meses do acolhimento a criança foi retirada do pai não-biológico e por solicitação do Ministério Pùblico foi abrigada para ser encaminhada a outro casal cadastrado na lista geral.
Com pedido de liminar em habeas corpus negado na Justiça paulista, a defesa pediu no STJ que a criança pudesse aguardar o julgamento de mérito sob a guarda de quem a registrou.
Entendeu o Ilustre Relator que o encaminhamento judicial deste caso “refoge à razoabilidade, pois certamente não atende ao bem da vida a ser tutelada,nem ao interesse do menor”.
Alerte-se, no entanto, que o Ilustre Relator equiparou a “Adoção à brasileira” à “Adoção consentida”; esta última consiste na desistência da mãe de criar o filho que concebeu e entregá-lo para que outros o façam em seu lugar” enquanto a “Adoção à brasileira” constitui tipo penal caracterizado como “dar parto alheiro como próprio, registrar em seu nome filho de outrem”( art. 242-CP). Apesar de ilícito penal, não raro tem sido concedido o perdão judicial com extinção de punibilidade. Embora nas duas formas de adoção exista o “consentimento”, a Adoção intuito personae não envolve qualquer ilícito civil ou penal.
Nesta decisão, dentre muitas outras, o STJ, ao identificar o “melhor interesse da criança” afastou a rigidez da lista reconhecendo que “o estabelecimento de vínculo afetivo da criança com os requerentes não cadastrados, com o qual ficou durante os primeiros oito meses de vida deve prevalecer e indica a aparência de bom direito, representando periculum in mora o seu abrigamento. (AgRg na MC n. 15.097 – MG - Rel. Min. Massami Uyeda, julg. 5/3/2009.).No mesmo sentido a 3ª Turma do STJ, tendo como Relator o Ministro Humberto Gomes de Barros também entendeu que “mesmo em havendo aparente quebra na lista de adoção, é desaconselhável remover criança que se encontra, desde os primeiros dias de vida e por mais de dois anos, sob a guarda dos pais afetivos. A autoridade da lista cede, em tal circunstância, ao superior interesse da criança. ( REsp 837.324 – RS - Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, julg. 18/10/2007)
Destacou finalmente o Relator a necessidade de serem observados os procedimentos necessários à adoção a exemplo do estudo social e a análise das condições morais e materiais dos requerentes para a adoção definitiva do infante.
STJ, HC 250.203 – SP, Rel Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, decisão monocrática, pub. 10/08/2012.
http://www.ibdfam.org.br/novosite/imprensa/noticias-do-ibdfam/detalhe/4866

Decisão do CRPS concede salário-maternidade para segurado em união homoafetiva



BENEFÍCIOS: Decisão do CRPS concede salário-maternidade para segurado em união homoafetiva
Segurado será informado por carta da decisão do CRPS
28/08/2012 - 12:26:00


Da Redação (Brasília) - Uma decisão inédita, no âmbito da Previdência Social, marcou o julgamento da 1ª Câmara de Julgamentos do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), nesta terça-feira (28). Pela primeira vez, um homem que tem uma união homoafetiva e adotou uma criança terá direito ao salário-maternidade, concedido pelo CRPS. A decisão, unânime entre os conselheiros, foi baseada nas análises da Constituição Brasileira e do Estatuto da Criança e Adolescência (ECA), que garantem o direito da criança aos cuidados da família, e na concessão do benefício pelo INSS a uma segurada que também mantem união homoafetiva.

No pleito, o segurado, que mora no Rio Grande do Sul, argumentou que, perante a Constituição, todos são iguais e a não decisão favorável pelo benefício seria um caso de discriminação, por já ter sido favorável para a união entre duas mulheres. Ele participou do julgamento por videoconferência. "Eu e meu companheiro queremos ter o mesmo direito de cuidar de nosso filho, assim como as duas mulheres tiveram. Além disso, os cuidados e atenção são um direito da criança, não meu ou do meu companheiro. Quem sabe com essa decisão outras crianças possam ter o mesmo direito."

Em 2008, o INSS concedeu o salário-maternidade para um pai solteiro. Neste mês, a Justiça de Campinas (SP) determinou a concessão do salário-maternidade a um pai solteiro, similar ao concedido à mulher.

Segundo o presidente do CRPS, Manuel Dantas, o fato do segurado manter uma relação homoafetiva não interferiu no julgamento do caso. O que foi levado em conta é a concessão de salário-maternidade para um homem. A decisão, porém, vale apenas para o caso específico. Para que todos os homens tenham direito, o INSS teria que mudar as normas que regem a concessão do benefício. "Enquanto as normas não forem alteradas, as pessoas precisarão entrar com recursos. Contudo, o CRPS, em suas decisões, reflete o pensamento da sociedade, já que é composto por ela. É uma oportunidade da Previdência Social avançar na legislação e se adequar aos anseios da sociedade", disse Manuel Dantas.

Após a decisão do CRPS, o INSS deverá mandar uma carta comunicando a decisão ao segurado e a concessão do benefício.

O salário-maternidade é devido às seguradas empregadas, trabalhadoras avulsas, empregadas domésticas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas especiais, por ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção.

Informações para a Imprensa
Silvia Pacheco
            (61) 2021-5109    
Ascom/MPS
http://www.previdencia.gov.br/vejaNoticia.php?id=47415#destaque

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

AMB apoia criação de colégio de coordenadores de infância e juventude


AMB apoia criação de colégio de coordenadores de infância e juventude
 

Foi oficialmente criado, com apoio da AMB e Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj), o Colégio dos Coordenadores de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil. O Presidente da AMB, Nelson Calandra, o representante do Unicef, Mário Volpi, e coordenadores das áreas de mais de 20 estados brasileiros, reuniram-se, na tarde desta terça-feira (21), na sede da AMB, en Brasília. O apoio da AMB faz parte das ações que demonstram a prioridade dada ao tema dentro da instituição.

“Infância e juventude são temas tão importantes, que a AMB elegeu como prioridade absoluta, incentivando também nossos Juízes a darem voz a suas crianças e deixando que essas palavras produzam excelentes resultados”, afirmou Nelson Calandra, que já foi Juiz de infância e juventude. O novo Colégio tem o objetivo de discutir as atribuições das coordenadorias e servir de ponte para um maior diálogo ainda entre o CNJ e os Tribunais de Justiça.

“Idealizamos criar o grupo visando uma prestação jurisdicional mais eficiente, especializada na infância e juventude. Com isso, iremos qualificar a Magistratura e valorizar os Magistrados da área”, explicou o Presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj), Renato Rodovalho. O Magistrado foi designado como Secretário Geral do Colégio que será Presidido pelo Desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, do TJPE, e terá Vânia Ferreira Barros como Vice-Presidente.

“O novo fórum busca atuar em três vertentes: relações internas de funcionamento da coordenadoria, papel dos Juízes da infância e relações com demais segmentos da sociedade. O que nos levou a criação do colégio foram justamente os inúmeros problemas comuns que temos e que necessitam de soluções comuns”, constatou o primeiro Presidente do Colégio dos Coordenadores de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil.

Mário Volpi, gerente de projetos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), acompanhou a reunião e acredita no sucesso da criação do novo grupo. “A união das coordenadorias estaduais da infância vai ajudar a melhorar tanto os fluxos nos processos administrativos, jurídicos e judiciais, quanto na capacidade dos juízes serem atores estratégicos na garantia dos direitos da criança”, disse Volpi.


A ideia é que as coordenadorias possam trocar experiências entre si. “Os Juízes são muito criativos e trabalham sempre com a ideia de envolver os outros atores do sistema de garantia dos direitos. Queremos identificar essas boas práticas, visualizar as experiências exitosas e disseminá-las dentro e fora do País”, endossou.

Também participaram da reunião os Magistrados Alexandre Teixeira de Sousa (TJRJ), Bismarque Gonçalves Leite (TJAM), Carlos José Limonge Sterse (TJGO), Daniel Englert Barbosa (TJRS), Eduardo Cortez de Freitas Gouvêa (TJSP), Fábio José Bittencourt de Araújo (TJAL), Helena Maria Bezerra Ramos (TJMT), Janete Pantaleão Alves (TJES), César Augusto Souza Pereira (TJAP), Karla Jeane Matos de Carvalho (TJMA), Katy Braun (TJMS), Luiz Carlos de Barros Figueirêdo (TJPE), Marcelo Tramontini (TJRO), Max Nunes Franca (TJPB), Nelson Santana do Amaral (TJBA), Odete da Silva Carvalho (TJPA), Valéria da Silva Rodrigues(TJMG), Vânia Ferreira Barros(TJSE), Silvana Maria Parfieniuk(TJTO), Maria dos Remédios Veloso da França(TJPB), Sérgio Luiz Krouz(TJPR) e Fábio Brandão(TJPR).



FONTE: Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)

http://www.amb.com.br/?secao=mostranoticia&mat_id=24456# 

As fotos são da visita que realizei na última sexta-feira, 24 de agosto ao Presidente do Colégio dos Coordenadores de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil - Dr.  Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, do TJPE.

A presidência se encontra em ótimas mãos, pois, o Desembargador Luiz Carlos é um magistrado totalmente vocacionado para à área da infância.

Silvana do Monte Moreira

terça-feira, 21 de agosto de 2012

MAIS DE 28 MIL CRIANÇAS AGUARDAM PELA ADOÇÃO NO PAÍS



Publicada em : 18/8/2012
Autor : RHAISSA MENEZES

Inúmeras crianças aqui em Porto Velho, e em todo o país, aguardam pela adoção. O trâmite lento dificulta o processo, enquanto crianças aguardam se a melhor solução para suas vidas, será retornar ao seio da família biológica, ou serem encaminhadas a uma família que aguarda, apta à adoção.

De acordo com a Lei Nacional da Adoção, o Estado deve priorizar todas as possibilidades de reintegração com a família natural, antes de a criança ser encaminhada para adoção, que é considerado o último recurso. Os Juízes, diretores de instituições e outros que trabalham com adoção, criticam a lentidão do sistema e acreditam que a criança perde oportunidades de ganhar um novo lar.

É de competência do Estado, políticas de promoção à preferência da família biológica. O supervisor da Seção de Colocação em Família Substituta da 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF, Walter Gomes, acredita que desta forma, a lei acaba privilegiando o interesse dos adultos e não o bem-estar da criança.

O juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça Nicolau Lupianhes Neto, afirma que não há desacerto no fato de a lei insistir na reintegração à família natural. E pensa ser correto privilegiar a família de origem, pelo fato de o primeiro direito que a criança tem é nascer e crescer na sua família natural; e quando não houver mais solução, é que deve-se, promover destituição do poder familiar.

Antes de iniciar o processo de adoção,  a equipe do abrigo faz uma busca, para incentivar as mães e os pais a visitarem seus filhos. Depois de definir as deficiências da família, a criança é encaminhada aos centros de assistência social, onde recebe tratamentos em casos de violência ou violação de direitos, que objetivaram a sua retirada do lar de origem; são enviados Relatórios mensais às varas da Infância. Somente após todo o processo, e a real identificação de que o menor não possuirá um ambiente familiar adequado, a equipe encaminhará a criança para adoção, decisão que caberá ao juiz.

O conceito de família extensa também acarreta grande demora no processo, e define que se não for possível o menor retornar aos pais, a Justiça deve tentar a reintegração com outros parentes, como avós e tios. De acordo com o chefe do Núcleo Especializado da Infância e Juventude da Defensoria Pública, Diego Medeiros, o problema não está na lei, mas na incapacidade do Estado em garantir às famílias em situação de vulnerabilidade, condições necessárias para receber a criança de volta.

No Brasil são 28 mil pretendentes cadastrados e apenas 5 mil crianças disponíveis. Segundo a vice-presidenta do Instituto Brasileiro de Direito da Família, Maria Berenice Dias, os bebês abrigados perdem a primeira infância enquanto a Justiça tenta resolver seus destinos; sendo que mesmo que essas crianças estejam em instituições onde são  bem cuidadas, não criam uma identidade de sentir o cheiro, a voz da mãe. E que com tantas crianças abrigadas e outras tantas famílias querendo adotar, não se justifica esse descaso.

A maior parte dos pretendentes à adoção, optam por crianças pequenas, da cor branca e sem irmãos. Dos 28 mil candidatos a pais incluídos no Cadastro Nacional de Adoção, 35,2% aceitam apenas crianças brancas e 58,7% buscam alguma com até 3 anos. Nas instituições de acolhimento, mais de 75% dos 5 mil abrigados têm entre 10 e 17 anos, faixa etária que apenas 1,31% dos candidatos está disposto a aceitar.
Fonte : NOVOJORNAL    Autor : RHAISSA MENEZES/Foto Novojornal 

http://www.novojornalro.com.br/noticias.asp?cd=2565

RUMORES SOBRE ORIGEM DE ATATÜRK SURGEM APÓS MORTE DE SUA FILHA ADOTIVA



Postado por: Portal Estação Armênia
20 agosto, 2012
Ataturk Society of America

No dia 2 de agosto morreu em um grave acidente de trânsito Ulku Adatepe, filha adotiva de Kemal Atatürk, fundador da República Turca que consumou a fase final do genocídio armênio.
Ela faleceu aos 79 anos quando o carro dirigido por seu marido bateu de frente em um outro veiculo na estrada que vai de Istambul à Ancara.
Ela foi uma das seis crianças adotadas por Atatürk nas décadas de 1920 e 1930 sendo que sua imagem foi usada para difundir o “Alfape” a transliteração do idioma turco para letras latinas, abandonando de vez a escrita árabe que os turcos usavam, já que nunca tiveram um alfabeto próprio.
Ulku Adatepe e seus irmãos reforçaram a imagem de Kemal Atatürk como um grande pai e liderança incontestável, fato que mergulhou a Turquia em ditaduras terríveis e governos corruptos e nacionalistas que se perpetuam até hoje.
Com sua morte repentina, mais uma vez histórias surgem, já que em 2007, Ulku havia revelado que Atatürk teria nascido em Malatya, cidade que tinha enorme população armênia antes do genocídio.
As especulações dão conta de que Kemal teria ido para Salonica ( Thesalonica) depois de nascer e que também teria sido adotado. Pesquisas feitas pelo escritor turco Fatih Bayhan apontam que existe a possibilidade dele ter nascido em um berço armênio ou mesmo curdo. Muitos estudiosos afirmam que ele teria sua origem em famílias judias convertidas séculos antes ao islamismo.
Essas especulações surgem de tempos em tempos e criam alvoroço em toda a Turquia já que armênios e curdos são povos perseguidos pelo estado turco ao longo de sua história e onde Atatürk é considerado um herói.
http://estacaoarmenia.com.br/2012/rumores-sobre-origem-de-ataturk-surgem-apos-morte-de-sua-filha-adotiva/5642


BIOGRAFIA
KEMAL ATATÜRK
Mustafa Kemal Atatürk (Salônica, 1881 — Istambul, 10 de novembro de 1938) foi um oficial do exército, estadista revolucionário e fundador da República da Turquia, assim como o seu primeiro presidente.
Mustafa Kemal se estabeleceu como um líder militar extremamente capaz e inteligente enquanto servia como comandante de divisão na Batalha de Galípoli. Posteriormente lutou com bravura nas frentes de batalha da Anatólia e Palestina, conquistando algum renome para si durante a Primeira Guerra Mundial.[1] Com a derrota sofrida pelo Império Otomano nas mãos dos Aliados, e os planos subsequentes para a partilha de seu território, Mustafa Kemal liderou o Movimento Nacional Turco naquela que se tornaria conhecida posteriormente como a Guerra de Independência Turca; após estabelecer um governo provisório em Ancara, derrotou as forças enviadas pela Tríplice Entente. Suas campanhas militares bem-sucedidas asseguraram a liberação do país e a proclamação da república no lugar do antigo governo imperial otomano.
Como primeiro presidente da Turquia, Atatürk embarcou num ambicioso programa de reformas políticas, econômicas e culturais. Um admirador do Iluminismo, Atatürk procurou transformar as ruínas do Império Otomano numa nação-Estado democrática e secular. Os princípios das reformas de Atatürk costumam ser chamados de "kemalismo", e continuam a formar a fundação política do Estado turco moderno.
(...)
Em 29 de janeiro de 1923 Mustafa Kemal se casou com Latife Uşaklıgil, de quem se divorciou após dois anos de casamento.[94] Atatürk adotou sete filhas e um filho ao longo de sua vida. Entre seus passatempos estavam a leitura, cavalgar, xadrez e natação; foi um ávido dançarino, que apreciava tanto a valsa como as danças tradicionais zeibeques.
(...)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kemal_Atat%C3%BCrk