sexta-feira, 31 de outubro de 2014

GILBERTO E RODRIGO: OS MAIS NOVOS PAPAIS DA CIDADE


30/10/2014
A família do jornalista Gilberto Scofield e do corretor de imóveis Rodrigo Barbosa acaba de aumentar. Esse era um desejo do casal desde 2010, quando os dois entraram com um pedido de adoção numa vara de família em São Paulo. Com a mudança deles para o Rio – Glberto veio trabalhar no jornal “O Globo”, – o processo sofreu uma parada, até que fosse feita a transferência dos papéis. Os dois, que vivem legalmente em união estável há 11 anos, tiveram outro revés com a demissão do jornalista no último dia 1º de julho. Curiosamente, no mesmo dia, eles receberam um comunicado de que haviam sido considerados “habilitados” pelas leis brasileiras a serem pais.
Já em novo emprego, convidado a integrar a comunicação do Palácio do Planalto, em Brasília, foi a vez de Gilberto pedir uma interrupção na procura do seu futuro filho pelo Cadastro Nacional de Adoção. Providencialmente, logo depois do final do primeiro turno, ele recebeu autorização para voltar ao Rio. Na semana passada chegou a notícia de que a criança que desejavam estava no interior de Minas Gerais. Nessa quarta-feira (29/10), Gilberto e Rodrigo voaram para Belo Horizonte, pegaram outro avião para Montes Claros e, depois de mais quatro horas de carro, chegaram à cidade de Capelinha, perto do Vale do Jequitinhonha.
No Lar Mamãe Dolores encontraram Paulo Henrique, de quatro anos, que faz cinco anos na segunda-feira (03/11), véspera do aniversário de Gilberto. “Ele só levou uma hora até nos chamar de papais pela primeira vez”, conta Rodrigo, encantado com o menino. “Não fizemos exigência de sexo, nem de cor, somente pedimos que a criança estivesse na faixa etária de um ano até seis anos de idade”, explica Gilberto, que diz também não ter sentido, em momento nenhum, preconceito por ele e Rodrigo formarem um casal gay. “A investigação das nossas vidas foi rigorosa, mas acredito que tem de ser mesmo: há muitos casos de pedofilia e de gente adotando para usar a criança como empregado”, diz Gilberto.
O casal espera se liberar das últimas exigências legais nesta sexta-feira (31/10) , quando devem voltar ao Rio. No apartamento dos dois em Laranjeiras, um quartinho decorado em cores neutras e com o grafite de anjinhos na parede, feito pelo artista urbano Wark Rocinha, espera Paulo Henrique.
Enviado por: Redação
http://lulacerda.ig.com.br/gilberto-e-rodrigo-os-mais-novos-papais-da-cidade/

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ENTIDADE QUE ATENDE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE RISCO NECESSITA DE AJUDA FINANCEIRA


30/10/14
LAR CASA BELA
Anderson Oliveira - anderson.oliveira@jcruzeiro.com.br
O local funciona desde maio e, de lá pra cá, dezesseis crianças passaram pela ONG
A realização do sonho de criança da paulistana Isabel Galvão Simon tem sido a concretização do sonho de crianças sorocabanas de encontrar um lar seguro. A vontade dela era criar uma ONG que ajudasse, de alguma maneira, nos cuidados com o público infantil. Foi apenas nesse ano, contudo, que ela conseguiu. O resultado é o Lar Casa Bela, com 10 crianças abrigadas - acolhidas de situação de risco -, e outras seis crianças, que, agora, contam com um novo lar ou mesmo a reestruturação de suas famílias. Apesar das boas notícias, por ser uma instituição nova, o Lar ainda vive dos recursos de sua criadora.
De acordo com Isabel, existem 178 crianças acolhidas em abrigos enquanto esperam pelo resultado do processo judicial que decidirá se elas voltarão para a família ou serão encaminhadas para a adoção. Apenas sete entidades, no entanto, abrigam esses menores. Outras 130 crianças aguardam por um abrigo semelhante. É para tentar minimizar esse problema que ela decidiu investir nessa ideia.
"Desde criança eu tinha esse projeto em mente. Trabalhei por 13 anos no mercado financeiro para um dia ser voluntária no meu próprio lar", explica Isabel, que preside a instituição. Ela ressalta que tinha dúvidas entre abrir uma casa de apoio a crianças com câncer infantil ou um abrigo. Ainda nesse tempo pensava em executar esse projeto em São Paulo. Durante um dos trabalhos voluntários, contudo, conheceu seu marido, de Sorocaba, motivo que culminou na opção por Sorocaba.
"Atendemos, hoje, 10 crianças. E esse número não vai aumentar, porque nossa meta é atender com qualidade essas 10", conta a presidente do Lar, explicando que a maioria é de filhos de pais usuários de drogas e de vítimas de violência doméstica. A primeira criança do Lar Casa Bela chegou em 13 de maio deste ano. De lá para cá, 16 crianças foram acolhidas. Uma voltou para a família e outras cinco encontraram uma nova família. "Uma tinha seis anos, difícil de ser adotada, porque já é considerada adoção tardia", comenta.
FALTAM RECURSOS
Sem contar com veículo e com o repasse de verbas da Prefeitura de Sorocaba, o Lar Casa Bela ainda é mantido com os recursos que Isabel Simon acumulou ao longo da carreira. Atualmente, a instituição gasta pouco mais de R$ 31 mil por mês. "É bem difícil a parte financeira, principalmente, com a folha de pagamento e o aluguel. A gente ainda gasta mais do que recebe." De acordo com ela, o convênio com a Prefeitura só pode ocorrer a partir de um ano abrigando as crianças.
Para conseguir recursos e voluntários, sem ter nenhum contato na cidade, a presidente do Lar Casa Bela explica que foi preciso bater na porta de cada empresa, o que deu resultado. "Encontrei algumas empresas que acabaram ajudando." E acrescenta: "Mas já vendi até pastel no Ceagesp para poder reverter para a casa."
Além da necessidade de ir em busca de novos parceiros, foi preciso um pouco de sorte também para agregar voluntários, ela conta. "Foi passeando com os meus cachorros, na praça, conheci uma voluntária que tinha cachorro, que conhecia uma amiga, que também trouxe parentes", detalha Isabel, que afirma ter 15 voluntários fiéis hoje.
AJUDA
"As pessoas que acreditarem na gente, tiverem confiança e quiserem ajudar, apadrinhando uma criança financeiramente, mandamos boleto no valor que a pessoa quiser. Tem prestação de contas de tudo", destaca Isabel Simon. Segundo ela, a instituição procura divulgar, em sua página no Facebook (facebook.com/LarCasaBela), o que está precisando. "Às vezes, material para o refeitório, fraldas, leite. E a gente gasta muito com remédio também", conclui.
O contato com o Lar Casa Bela deve ser feito pelo e-mail contato@larcasabela.org.br. O endereço eletrônico da instituição é o www.larcasabela.org.br.
"Trabalhei por 13 anos no mercado financeiro para um dia ser voluntária no meu próprio lar", diz Isabel Galvão Simon - PEDRO NEGRÃO
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/578163/entidade-que-atende-criancas-em-situacao-de-risco-necessita-de-ajuda-financeira

EJEF ABORDA ADOÇÃO EM ENCONTRO EM UBERLÂNDIA


30.10.2014
Institucional
A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e a organização não governamental (ONG) Pontes de Amor: Apoio à Adoção, à Convivência Familiar e Comunitária promoveram, em 17 e 18 de outubro de 2014, em Uberlândia, o IV Encontro Estadual de Adoção de Minas Gerais e o II Encontro de Parentalidade e Adoção do Triângulo Mineiro, com o tema "Coragem para Conviver".
Os eventos tiveram como objetivos disseminar conceitos e reflexões importantes para o sucesso da adoção legal e para a promoção da convivência familiar e comunitária saudável com crianças e adolescentes que vivem em abrigos.
Promover a unidade de pensamento e ações na rede de proteção e garantir os direitos da criança e do adolescente, assim como propiciar a ampliação dos conhecimentos referentes às questões da adoçãotambém foram propostas debatidas nos encontros.
Durante os trabalhos, foram discutidos conceitos e ideias sobre a atuação dos operadores das diversas áreas envolvidas no campo da adoção, a fim de possibilitar uma análise científica sobre o tema. Luiz Schettini Filho, Suzana Schettini, Bárbara Toledo e Sávio Bittencourt, especialistas de competência reconhecida no assunto, foram os palestrantes convidados.
De acordo com a organização, os participantes avaliaram positivamente a forma lúdica como o evento foi apresentado. Simulando um auditório de programa de rádio, dois apresentadores fizeram intervenções de sensibilização sobre a relevância do tema.
Ao final, o público apresentou sugestões de temas para futuros encontros, tais como a adoção de crianças com deficiência, a adoção monoparental, a adoção por casais homoafetivos, o cotidiano dos abrigos, entre outros.
O evento reuniu cerca de 500 pessoas e contou também com o apoio da Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), além de outras empresas e instituições de Uberlândia.
Assessoria de Comunicação Institucional - TJMG
Unidade Fórum Abelardo Penna – Comarca de Uberlândia
(34) 3228-8318
Cida Modesto O evento reuniu cerca de quinhentas pessoas - IMAGEM
http://www.tjmg.jus.br/portal/imprensa/noticias/ejef-aborda-adocao-em-encontro-em-uberlandia.htm#.VFLn6tEtDIU

LUCAS DO RIO VERDE REALIZA CURSO DE ADOÇÃO


30.10.2014
Moradora do município de Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá), Nair Zardo e o marido Lino aguardam com ansiedade a chegada do primeiro filho do casal. Eles estão na fila de adoção e acabaram de fazer o curso de preparação para pretendentes à adoção, realizado pelo Fórum da Comarca de Lucas do Rio Verde.
“Nós adoramos o curso. Foi uma oportunidade excelente de tirar dúvidas e conversar com outros casais que estão passando pela mesma fase. Além disso, a equipe deixa muito claro que embora o processo seja longo, é a forma mais segura de obter a guarda definitiva de uma criança”, conta Nair.
O curso atende a Lei 12.010 de 2009, que determina que os casais que estiverem na fila de adoção participem obrigatoriamente do curso. Conforme explica a assistente social da comarca e responsável pelo curso, Renata Cristina Cardoso Lino, o objetivo é explicar aos casais como funciona detalhadamente o processo de adoção.
“Em geral os futuros pais chegam cheios de questionamentos. Aproveitamos esse momento de informalidade para esclarecê-los sobre os mitos que envolvem a adoção e realizar dinâmicas para identificar se eles realmente estão preparados para ela. Nossa maior preocupação é sempre com as crianças. Queremos evitar a todo custo casos de devolução.”, alerta a assistente social.
Ao longo da capacitação, os participantes têm a oportunidade de se familiarizarem com o tema por meio da visualização de filmes, leitura de textos, artigos e livros recomendados, além de receberem noções sobre a legislação referente às questões envolvendo a criança e o adolescente.
Gleidson de Oliveira Grisoste Barbosa, juiz responsável pela Vara de Infância e Juventude da Comarca, conta que o curso prepara tanto o casal, quanto a criança para o impacto do processo de adoção. “A expectativa de ambos os lados costuma ser muito grande e nem sempre muito realista. Por isso, o curso é importante para que as dúvidas sejam esclarecidas e para que a adaptação possa ser realizada com toda calma e segurança”, afirma o magistrado.
Ainda no primeiro semestre de 2015, a comarca de Lucas do Rio Verde deverá realizar uma nova edição da capacitação.

DADOS
De acordo com Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA – CNJ), hoje em Mato Grosso existem 778 pretendentes habilitados à adoção. Já o número de crianças e adolescentes acolhidos em instituições é de 849, nem todas, porém, estão aptas para adoção.
Mariana Vianna/ Foto: Agência Brasil
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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(65) 3617-3393/3394
http://www.tjmt.jus.br/Noticias/36558#.VFLdStEtDIU

PODE SER VETADA ADOÇÃO PORQUE NA FAMÍLIA QUE PRETENDE ADOTAR HÁ PESSOA DOENTE?


30.10.2014
PERGUNTE AO JUIZ com o Presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses Dr. Sérgio Luiz Junkes.
Realização: Rede de Notícias ACAERT (RNA) e Associação dos Magistrados Catarinenses
http://www.acaert.com.br/pode-ser-vetada-adocao-porque-na-familia-que-pretende-adotar-ha-pessoa-doente-realizacao-rna-e-associacao-dos-magistrados-catarinenses#.VFKvN9EtDIU


TJRJ RECEBE VISITA DE CASAL HOMOAFETIVO FRANCÊS E SEUS TRÊS FILHOS ADOTIVOS BRASILEIROS


30.10.2014
Assessoria de Imprensa
A Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejai) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro recebeu a visita, nesta quarta-feira, dia 29, do casal francês Yam-Laurent Bosse e David Lopez e seus três filhos adotivos, os brasileiros Maurilho Miguel, de 14 anos, Millene, de 13, e Kaylane, de 11. Os adolescentes vivem com os pais na cidade de Douarnenez, região da Bretanha, na França, e estão passando férias escolares no Rio de Janeiro, de onde saíram há três anos.
A família foi recebida em clima de festa pela equipe técnica da Cejai, responsável por todas as etapas do processo de adoção, inclusive pelo recebimento dos relatórios pós-adoção. O dia a dia das crianças na França, os amigos e a escola dominaram a conversa, intercalada com bolo, suco e café.
Hospedados em Copacabana, na Zona Sul da cidade, os jovens disseram que, aqui, a água do mar é mais quente. Em Douarnenez, há praia, “mas a água é muito gelada”, explicou Millene, a única que ainda fala algumas palavras em português.
Segundo o pai David Lopez, a adaptação dos filhos foi muito boa, porque os moradores, familiares e amigos os receberam muito bem. “Foram muito gentis com eles, característica do povo da Bretanha”, afirmou. O casal explicou que a escola foi informada com antecedência da chegada dos adolescentes brasileiros, o que gerou muita expectativa. “A professora se interessou em apresentar aos alunos os novos colegas, vindos de outro país, de outra cultura”, destacou.
Yam-Laurent Bosse, que é engenheiro de controle de voo, disse que, em três meses, os filhos aprenderam o francês, o que facilitou muito a convivência e o aprendizado na escola. Ele contou também que eles estudam em horário integral, das 9h às 16h, e que já viajaram a vários países no período de férias.
Com o casamento dos pais, os adolescentes incluíram Bosse-Lopez no sobrenome. Desde 2011 morando na França, não há no grupo de irmãos sinais do tempo em que viviam no abrigo Aldeia Infantil SOS Pedra Bonita, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio. Saudade mesmo eles sentem do suco de açaí, do pão de queijo e da tapioca. Segundo David, eles levarão polvilho na bagagem de volta a Douarnenez.
PRIMEIRA ADOÇÃO INTERNACIONAL HOMOAFETIVA
A adoção internacional dos três irmãos pelo casal homoafetivo francês foi a primeira realizada pela Cejai, autoridade central estadual que tem a competência de ordenar e concentrar os cadastros dos pretendentes, analisar os processos e expedir os laudos de habilitação para adoção das crianças disponibilizadas para adoção internacional, além de realizar o estudo técnico social e psicológico delas. Coordenador da Cejai, o desembargador Antonio Iloízio Barros Bastos esclarece que o menor só é encaminhado a uma família substituta no exterior quando são esgotadas as chances de adoção por brasileiros. Conscientizar os operadores do Direito para que disponibilizem crianças e adolescentes que já perderam a chance de adoção no Brasil tem sido uma de suas metas à frente da Cejai.
“Há a necessidade de haver uma consciência de todos os operadores de Direito, magistrados, promotores, defensores públicos e equipes técnicas, na tentativa de fazer com que a criança que está institucionalizada seja disponibilizada para a adoção. Passa um ano e aquela criança já perde a oportunidade de ser adotada. É preciso que o juiz de primeiro grau se conscientize da necessidade de, verificando não haver possibilidade de reintegração familiar e não localizando habilitados nacionais, indicar estas crianças para a adoção internacional”, afirmou.
CINQUENTA FAMÍLIAS ESTRANGEIRAS INSCRITAS
Atualmente, a Cejai conta com 50 candidatos/famílias inscritos no processo de adoção internacional. No ano passado, 19 varas da infância, da juventude e do idoso disponibilizaram 93 crianças para a comissão e, deste total, 60 tinham mais de 10 anos e 15 possuíam algum problema de saúde. Este ano, 14 juízes indicaram 46 crianças, sendo que 26 delas estão acima de 10 anos ou com algum problema de saúde.
Os adotantes que se submetem ao processo de habilitação para adoção internacional passam pelo duplo crivo: no país de acolhida e aqui no Brasil. Após a adoção, os organismos internacionais são obrigados a enviar quatro relatórios durante dois anos com informações sobre o dia a dia dos adotados e a adaptação no novo país.
M.C.O./S.F.
http://www.tjrj.jus.br/web/guest/home/-/noticias/visualizar/5102?p_p_state=maximized

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

MULHER É CONDENADA A MAIS DE 33 ANOS DE PRISÃO POR HOMICÍDIO


Quarta, 29 Outubro 2014
Timon
Em sessão do Tribunal do Júri, realizada no dia 21 de outubro, na cidade de Timon (a 425km de São Luís), o Ministério Público do Maranhão conseguiu a condenação de Lineusa de Oliveira e Silva por homicídio qualificado. A ré foi sentenciada à pena de 33 anos e 4 meses de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.
De acordo com os autos, Lineusa de Oliveira e Silva assassinou seus pais adotivos, Lourival Rodrigues da Silva e Joana Borges de Oliveira. O crime foi motivado por um desentendimento entre o pai adotivo e a ré, que utilizou um machado e um cabo de facão para matar as vítimas.
O Conselho de Sentença acolheu a tese defendida pelo titular da 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Timon, Fernando Antonio Berniz Aragão, qual seja, homicídio com três qualificadoras (motivo fútil, cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas).
A sentença foi preferida pelo juiz Francisco Soares Reis Júnior.
Redação: Lorena Araújo (CCOM-MPMA)
http://www.mpma.mp.br/index.php/lista-de-noticias-gerais/11/9355

NICHOLAS WINTON, O ‘SCHINDLER BRITÂNICO’, GANHA HONRARIA NA REPÚBLICA TCHECA


29/10/2014


O aposentado Nicholas Winton, conhecido como o “Schindler britânico”, de 105 anos, ganhou a mais alta honraria da República Tcheca, nesta terça-feira. O antigo corretor de ações ganhou do presidente do país europeu, Milos Zeman, a Ordem do Leão Branco, em uma cerimônia no Castelo de Praga. As informações são da agência Associated Press.
“Eu quero agradecer a todos por essa tremenda expressão de agradecimento por algo que aconteceu comigo há quase 100 anos”, brincou Winton. “E 100 anos é muito tempo”.
Na eclosão da Segunda Guerra Mundial, Winton conseguiu oito trens para transportar 669 crianças - a maioria delas judias -, da Tchecoslováquia, passando pela Alemanha de Hitler, para a Grã-Bretanha, em 1939. Os jovens foram enviados para pais adotivos, principalmente na Inglaterra e parte na Suécia.
A história de Winton só foi descoberta em 1988, quando sua esposa leu em cartas escondidas o que ele tinha feito e mantido em segredo por tantos anos. Em 2002, o primeiro-ministro britânico Tony Blair o chamou de “Schindler da Grã-Bretanha”, lembrando o empresário alemão Oskar Schindler, que também salvou vidas de inúmeros judeus durante a guerra.
O presidente Zeman brincou dizendo que estava envergonhado por Winton tê-lo feito esperar tanto tempo para obter a honraria, mas acrescentou: “Antes tarde do que nunca”.
Winton já havia sido premiado com outra condecoração tcheca, a Ordem de Tomas Garrigue Masaryk, em 1998. O idoso deu crédito de seu feito para os pais adotivos, que acolheram as crianças.
“Agradeço ao povo britânico por dar espaço para eles, por aceitá-los e, claro, a enorme ajuda dada por tantos tchecos que estavam naquele tempo fazendo o que podiam para combater os alemães e tentar levar as crianças para fora do país”, Winton disse.
Winton já foi repetidamente indicado pelos tchecos para receber o Prêmio Nobel da Paz.
http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp...


LEI GARANTE PRIORIDADE AOS PROCESSOS JUDICIAIS DE ADOÇÃO DE MENORES


29/10/2014
Os processos judiciais que tenham como objeto a adoção de menores terão prioridade na Justiça amazonense. A medida está prevista na lei, de autoria do deputado estadual Abdala Fraxe, aprovada, hoje, pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas.
A lei garante que, se for de interesse dos pais adotivos, mediante requerimento ao juiz, o processo adquira encaminhamento diferenciado, seja na distribuição, despacho ou em qualquer ato, inclusive no julgamento.
Para o deputado, a inclusão de menores desprovidos da convivência familiar em um novo lar deve ser feita o mais rápido possível, para garantir que a criança ou o adolescente tenha o menor impacto psicológico.
“A maratona das famílias para conseguir adotar uma criança gera imensa expectativa não só nelas, mas também nas crianças, que ao sentirem tal interesse, percebem também a mudança nas suas vidas para melhor, daí a importância de o Poder Judiciário conceder prioridade a esses processos”, explicou Fraxe.
O projeto obteve pareceres favoráveis da Comissão de Jovens, Crianças e Adolescentes, da Comissão da Mulher, das Famílias e do Idoso e da Comissão de Constituição, Redação e Justiça. Após aprovação, a lei agora aguarda a publicação no Diário Oficial do Estado para entrar em vigor.
http://www.portaldoholanda.com.br/amazonas/lei-garante-prioridade-aos-processos-judiciais-de-adocao-de-menores#sthash.0kVlA8if.dpbs

VEJA DEZ PERGUNTAS QUE VOCÊ DEVE SE FAZER ANTES DE PENSAR EM ADOÇÃO


29/10/2014
Louise Vernier e Rita Trevisan
Do UOL, em São Paulo
Casais heterossexuais e homossexuais podem sofrer preconceito por adotar um filho. Você está preparado para isso?
A adoção deve acontecer no momento certo e ser tratada como um importante projeto de vida. É preciso que a família amadureça a ideia antes de receber a criança no lar, o que implica em refletir sobre questões centrais que envolvem a criação e a educação de um filho.
"É fundamental considerar que, embora a criança tenha sido gerada em outro ventre, ela será sempre um filho, com tudo de bom e com todas as responsabilidades que esse nome pode trazer", diz Cintia Liana Reis de Silva, psicóloga pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas, especialista em adoção.
Nesse processo, é interessante avaliar expectativas, crenças e, principalmente, a motivação para adotar. "O que vai garantir a saúde emocional da criança é um vínculo afetivo sadio com os pais. Essa criança precisa ser incluída na família como um filho, apenas isso", afirma a psicóloga Luciana Leis, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Saiba mais sobre o assunto, reflita e avalie se está preparado para dar esse importante passo.
1. QUAL É A SUA MOTIVAÇÃO PARA ADOTAR?
Essa é uma das questões mais importantes sobre as quais você deve pensar. "A adoção não deve ser caridade, antes de tudo, deve-se ter o desejo de criar e educar um filho. Afinal, adotar significa se tornar mãe e pai para sempre, para as alegrias e para os momentos mais difíceis", afirma a psicóloga Lidia Weber, professora e pesquisadora da UFPR (Universidade Federal do Paraná), autora de 12 livros sobre relações familiares, entre eles "Pais e Filhos por Adoção no Brasil"" (editora Juruá).
Se os pais descobriram a infertilidade ou perderam um filho genético, é fundamental viver o luto e encontrar o equilíbrio emocional, antes de partir para a adoção. "A adoção nunca deve ser encarada como um último recurso e, sim, como mais um caminho para a chegada de um filho", diz Luciana.
2. QUAIS SÃO AS SUAS EXPECTATIVAS?
Fantasiar demais sobre a criança e o papel que ela terá na família é algo que tende a prejudicar a relação. É preciso dosar as expectativas, a começar pelo momento do primeiro encontro. "Pode ocorrer um momento mágico, em que os adotantes visitam um abrigo e a criança que vem falar com eles é aquela que eles foram conhecer, mas nem sempre é assim. Se a criança for pequena, pode estranhar, chorar, não querer ir no colo. Se for maior, também poderá se afastar", afirma Lidia.
É preciso ter em mente que a criação do vínculo emocional leva tempo e que até os pais biológicos passam por esse processo. "O amor nasce da convivência e não do parto. Toda relação de amor, para existir, precisa que as pessoas envolvidas se adotem", diz Cintia.
3. O QUE VOCÊ SABE SOBRE ADOÇÃO?
"Cuidar, educar, socializar e amar um filho é uma das tarefas mais difíceis e gratificantes que existe e todos que têm a pretensão de viver essa experiência, seja pele genética, seja pela adoção, devem se preparar", declara Lidia. Segundo a psicóloga, o cuidado vai além da habilitação formal, que os adotantes precisam obter nos Juizados. É interessante preparar-se tecnicamente: ouvir palestras, ler livros, conhecer histórias de quem já adotou e frequentar grupos de apoio à adoção.
"Não basta ter sido filho para saber criar um filho. No caso da adoção, é essencial se preparar para lidar com o fato de que a criança tem uma outra origem, de forma segura e leve", diz Lidia.
4. COMO ESTÃO AS SUAS EMOÇÕES?
Antes de ter um filho, adotado ou não, o ideal é conhecer seus recursos e fraquezas, trabalhar as próprias carências e medos, aprimorando o autoconhecimento. "Outra questão importante é avaliar o modelo de educação recebido dos pais. E ir além da própria história de filiação: procurar não repetir erros e ainda desenvolver novas habilidades", recomenda Lidia.
5. SUA FAMÍLIA JÁ CONHECE O SEU PROJETO?
É possível que nem todos os parentes estejam de acordo com a adoção, mas eles devem ser avisados com antecedência dos seus planos. Também vale a pena dizer que espera apoio e que não vai tolerar preconceitos e diferenças. Entre o casal, é essencial que haja um consenso sobre todas as questões que dizem respeito à adoção. "Se há alguma crise na família ou entre o casal, isso precisa ser resolvido antes da chegada da criança. Porque ela vai exigir muitos ajustes na rotina. Se já houver um problema de relacionamento, a tendência é aprofundá-lo", diz Luciana.
6. VOCÊ TEM ESTRUTURA PARA CRIAR UM FILHO?
Isso implica em ter uma vida financeira equilibrada e estável, em ter espaço na casa para uma criança e em viabilizar, na rotina, alguns intervalos que possam ser dedicados exclusivamente ao filho.
"Os aspectos psicológicos também são importantes. Não basta desejar muito um filho, é necessário estar preparado para uma relação que vai durar a vida toda, estar pronto para enfrentar adversidades e também para curtir as alegrias associadas à experiência", afirma a psicóloga Lidia Weber. "Ter um filho não é igual ter uma boneca para enfeitar e mostrar aos outros: é construir uma história, é trabalho duro e exige energia, tolerância e disposição", completa a especialista.
7. ESTÁ PREPARADO PARA LIDAR COM OS POSSÍVEIS PRECONCEITOS?
A discriminação pode vir de quem menos se espera, de forma velada ou não. "Muitas pessoas vão apoiar, mas é muito comum que, ao anunciar a decisão de adotar, surjam comentários como: 'Nossa, que coragem!' ou 'Por que você vai fazer isso?'. O importante é que os pais se sintam absolutamente confortáveis com a decisão que tomaram. Além disso, aconselho treinar respostas adequadas para essas situações desafiadoras", diz Lidia.
Se quem adota é uma pessoa solteira ou um casal homossexual, o traquejo para lidar com comentários indelicados terá de ser ainda maior. "O preconceito que vem de fora não deve prejudicar a relação com a criança. Mas os pais precisarão estar preparados para enfrentá-lo e até para dar um suporte psicológico ao filho", explica a psicóloga Luciana Leis.
8. VOCÊ JÁ SABE COMO VAI CONTAR À CRIANÇA SOBRE A ADOÇÃO?
Existe um consenso entre os especialistas de que a criança deve conhecer sua condição desde os primeiros dias no novo lar. "Seu filho tem o direito de conhecer a própria história de vida e deve se orgulhar dela, afinal, não há vergonha alguma em ter sido adotado. Além disso, é preciso considerar que é sempre melhor saber pelos próprios pais da adoção do que por meio de terceiros", diz a psicóloga Cintia Liana Reis de Silva.
Quando a criança começar a perguntar sobre a origem dos bebês, por volta dos três ou quatro anos de idade, os pais já devem introduzir a adoção como mais um caminho para a constituição da família.
9. SE SEU FILHO PEDIR MAIS APOIO EMOCIONAL, COMO VAI REAGIR?
A maioria das crianças que está na fila da adoção sofreu algum tipo de negligência, abandono ou maltrato em sua família de origem. Portanto, os pais adotivos deverão estar emocionalmente equilibrados para apoiar o filho sempre. "É possível que, em uma idade mais avançada, a criança, principalmente a institucionalizada, teste o vínculo. Ela tem medo de ser novamente abandonada, precisa se sentir amada e segura no novo lar", diz Luciana.
Isso não significa dizer que as crianças adotivas terão mais problemas de relacionamento com seus pais do que os filhos biológicos. "Geralmente, as crianças sabem que estão indo para uma condição muito melhor e estão prontas para se apegarem e estabelecerem laços de afeto com facilidade", afirma Lidia.
10. O QUE FARÁ SE, MAIS TARDE, SEU FILHO QUISER CONHECER OS PAIS BIOLÓGICOS?
A psicóloga Lidia Weber, pesquisadora e autora de diversos livros sobre o assunto, afirma que, ao contrário do que se imagina, a maioria dos filhos adotivos não tem informações sobre sua família de origem nem deseja conhecê-la. "A maioria dos filhos adotivos que eu entrevisto diz que está feliz com sua família atual e tem a ideia de que a família de origem o abandonou mais por falta de condições financeiras do que por falta de amor", diz Lidia.
No entanto, se a criança quiser conhecer os pais biológicos, tem o direito de fazê-lo. "O ideal é que os pais adotivos expressem empatia pela família de origem da criança, que não mostrem raiva nem queiram apagar as experiências que ela viveu com os outros pais. Não é preciso ter medo de dividir o amor da criança com os pais biológicos, se eles forem encontrados. A filiação é garantida pela via emocional e não pela via biológica", afirma Lidia.
Getty Images
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/10/29/veja-dez-perguntas-que-voce-deve-se-fazer-antes-de-pensar-em-adocao.htm

ADOÇÃO NO BRASIL AINDA É PROCESSO INTENSO E DEMORADO


29/10/2014
Redação SRZD
A vida nem sempre é boa para todos. Seja por questão de idade, falta de condições financeiras, muitas pessoas não podem criar seus filhos e acabam entregando-as a adoção. Para a maioria, não deve ser um processo fácil dispor de um filho. Atualmente, cerca de 44 mil crianças aguardam uma possível adoção, no Brasil, enquanto cerca de 30 mil famílias estão na busca para um filho. Mas apesar dessa disposição no quantitativo de possíveis adotados, a burocracia ainda é muito grande.
Visando otimizar a relação da adoção, tal como seu processo, a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro irá promover o debate "Jornada de Adoção: Limites e Responsabilidades". Durante o evento, serão discutidos assuntos como a habilitação para que essas famílias possam se tornar aptas a adotar um filho, tal como as possíveis dificuldades na adaptação. Segundo a psicanalista Cynthia Ladvocat, terapeuta familiar e conselheira da ONG Terra dos Homens, "apesar de todo um trabalho frente a nova cultura da adoção, ainda existe no Brasil um dilema sobre o perfil da criança desejada. A maioria das famílias prefere adotar crianças pequenas, o que torna a espera mais longa e difícil. Qual a dificuldade dos pais na perspectiva de uma adoção tardia, ou seja, em acolher como filho uma criança acima desse perfil idealizado?".
O tema, que ainda é um grande desafio, ainda será explicado no "Guia da Adoção", cartilha que será lançada durante o encontro, e que enuncia diversos vieis do caminho adotivo, como os campos jurídico, social e psicológico, tal como os conceitos de família, que também tem sofrido grande discussão. O livro conta com diversas orientações dos profissionais das áreas, como psicólogos, psicanalistas, advogados, assistentes sociais e técnicos da Justiça.

Serviço:
Jornada de Adoção: Limites e Responsabilidades
Data: 8 de novembro
Horário: das 9h às 17h30
Local: Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ)
Endereço: Rua Fernandes Guimarães 92 - Botafogo
Inscrições: (21) 2295-3148 ou clique aqui.
http://www.sidneyrezende.com/noticia/239696+adocao+no+brasil+ainda+e+processo+intenso+e+demorado

O QUE ACONTECE COM AS CRIANÇAS QUE NÃO FORAM ADOTADAS?


29.out.2014
Ao chegar à maioridade, órfãos sofrem com um segundo abandono.
Abandonados pela família e esquecidos pelo estado. Os órfãos chegam aos abrigos com diferentes idades, mas o prazo de saída é único. Chegar aos 18 anos é a sentença irrecorrível ao novo abandono para aqueles que não foram adotados. Mesmo contra a essência das políticas de proteção do poder público, os jovens são deixados por sua própria conta e risco. Uma interrupção brusca de seus relacionamentos dentro dos lares e principalmente na sua formação profissional. Sem alternativas, os jovens voltam ao ponto de extrema vulnerabilidade social.
Aliás, planejamento é palavra de ordem quando o assunto é proteção da criança e do adolescente. O promotor de justiça, Murillo Digiácomo, 43 anos, defende uma ação conjunta de vários órgãos públicos. “O poder público não deve e nem pode, legalmente falando, abandonar esses jovens. É desumano arquivar um ser humano, apenas por que ele é maior de idade. O estado tem a obrigação de ajudar esse adolescente até ele adquirir autonomia. Infelizmente, muitos departamentos não tem conhecimento dessa especificidade da lei”, afirmou o promotor.

A preocupação em liberar o filho para o mundo também tira o sono dos educadores dos lares. A discussão sobre a idade ideal volta à tona juntamente com o fator dependência afetiva que os órfãos desenvolvem ao longo do crescimento.
A assessoria da 2ª Vara da Infância e Juventude declarou que o acompanhamento das crianças é feito até os 18 anos. Após atingir a maioridade, o jovem já não é mais considerado responsabilidade desse setor e fica a critério dos lares darem abrigo para eles ou não.
A discussão vai além das obrigações das instituições específicas. O promotor ressalta a importância do poder público assumir para si a responsabilidade por esses jovens adultos, com um plano eficaz para terminar a formação desse cidadão. Todavia, é questionável até qual idade esse acompanhamento deveria ser feito. “Não sei, cada pessoa tem seu tempo. Nós temos inúmeros exemplos de pessoas que ficam até os 30 anos na casa dos pais. Não queremos que o jovem fique ‘encostado’ no estado, mas defendo que cada um amadurece em idades diferentes”, falou o promotor Digiácomo.
Os Centros de Apoio a Criança e ao Adolescente, as instituições que abrigam os jovens e seus educadores lutam para desmistificar a ideia de que se está fazendo um favor aos adolescentes os criando. Eles querem mostrar para o estado que os órfãos são seus filhos também.
Escrito por Mariana Ceccon
Fonte Jornal Centro Cívico
http://www.hopehouse.com.br/portfolio/o-que-acontece-com-as-criancas-que-nao-foram-adotadas/

PROCESSO QUE DISCUTE FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA DEVE VOLTAR À PRIMEIRA INSTÂNCIA PARA PRODUÇÃO DE PROVAS


29/10/2014
DECISÃO
Para reconhecimento da filiação socioafetiva, a manifestação quanto à vontade do pai ou da mãe de serem reconhecidos juridicamente como tais deve estar comprovada nos autos, o que pode ser feito por qualquer meio legítimo de prova. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou sentença que julgou antecipadamente uma ação declaratória de maternidade, sem produção de provas.
O colegiado seguiu o entendimento do relator, ministro Marco Aurélio Bellizze, que reconheceu a ocorrência de cerceamento de defesa e determinou o retorno dos autos à primeira instância, de modo a viabilizar a instrução probatória, tal como pedido pelas partes.
“A robustez da prova, na hipótese dos autos, há de ser ainda mais contundente”, afirmou o relator, ao observar que o pretendido reconhecimento de filiação socioafetiva refere-se a pessoa já falecida. “De todo modo”, disse ele, “não se pode subtrair da parte a oportunidade de comprovar suas alegações.”
ADOÇÃO EM CONJUNTO
A autora da ação, aos dez meses de vida, foi registrada por uma mulher que a adotou informalmente, sem seguir os trâmites legais – a chamada “adoção à brasileira”. Essa adoção teria se dado em conjunto com outra mulher que, à época, morava com a mãe registral e manteria com ela uma relação homoafetiva.
A autora afirmou que foi criada pelas duas, reconhecendo-as como suas mães, indistintamente. A situação durou até 1982, ocasião em que a segunda mulher casou-se com um homem com quem já namorava havia cerca de três anos. Em 1988, o casal adotou uma menina.
De acordo com a autora, apesar do rompimento da relação entre as duas mulheres, ela permaneceu sendo tratada como filha por aquela que não a registrou. Com o falecimento da mãe registral, ela passou a morar com sua outra mãe, o marido desta e sua irmã adotiva, situação que perdurou até seu próprio casamento.
Com o falecimento da segunda mãe, em 2007, a autora afirma que foi abandonada pelo “pai” para que não participasse da partilha dos bens. Por isso, ajuizou a ação declaratória de maternidade combinada com pedido de herança.
ABANDONO AFETIVO
Em primeira instância, o pedido não foi acolhido. O juízo considerou que o reconhecimento da maternidade socioafetiva somente teria cabimento se houvesse abandono afetivo por parte da mãe registral, fosse ela biológica ou adotiva, circunstância que, segundo ele, não se verificou no caso.
Deixou registrado, ainda, que a relação estabelecida entre a pretensa filha e as pessoas com quem viveu não tem o poder de estabelecer vínculo de filiação, principalmente porque a pretensa mãe socioafetiva constituiu posteriormente outra família.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) manteve integralmente a sentença, mas por fundamento diverso. Segundo o tribunal, não ficou demonstrado que a apontada mãe socioafetiva teve, de fato, a pretensão de adotar a menina em conjunto com a mãe registral. Para o TJMT, as duas não formavam um casal homossexual, tal como foi sugerido.
CERCEAMENTO DE DEFESA
No recurso ao STJ, a pretensa filha alegou cerceamento de defesa no julgamento antecipado do processo. Sustentou a nulidade da decisão do tribunal estadual por ausência de fundamentação suficiente. Disse que o TJMT não discutiu se a ocorrência de abandono afetivo pela mãe registral seria mesmo imprescindível para o reconhecimento da maternidade socioafetiva, notadamente na hipótese dos autos –em que as mães, segundo ela, formavam um casal homoafetivo.
Afirmou ainda que o entendimento adotado pelas instâncias ordinárias impede a configuração de relação de filiação proveniente de vínculo socioafetivo, conforme admitido pelos tribunais.
Por último, ressaltou que a legislação não impede que uma criança seja registrada por duas pessoas do mesmo sexo, independentemente de serem homossexuais.
INTENÇÃO DE ADOTAR
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio Bellizze afirmou que a corte estadual analisou todas as questões que lhe foram submetidas, apresentando fundamentação suficiente, segundo sua convicção.
Entretanto, o ministro constatou que houve cerceamento de defesa porque o juízo considerou que a pretensa filha não comprovou a intenção da pretensa mãe em adotá-la, mas não lhe deu a oportunidade de produzir provas nesse sentido e julgou a ação improcedente.
“O tribunal de origem, ao julgar o recurso de apelação, bem identificou a importância do aspecto sob comento, qual seja, a verificação da intenção da pretensa mãe de se ver reconhecida juridicamente como tal. Não obstante, olvidando-se que a sentença havia sido prolatada em julgamento antecipado, a corte local manteve a improcedência da ação, justamente porque o referido requisito não restou demonstrado nos autos. Tal proceder encerra, inequivocamente, cerceamento de defesa”, concluiu Bellizze.
MATERNIDADE DUPLA
O ministro também reconheceu a possibilidade jurídica do pedido acerca da dupla maternidade, conforme já afirmado pelo STJ em 2010, no julgamento de recurso relatado pelo ministro Luis Felipe Salomão.
“Efetivamente, em atenção às novas estruturas familiares baseadas no princípio da afetividade jurídica, a coexistência de relações filiais ou a denominada multiplicidade parental, compreendida como expressão da realidade social, não pode passar despercebida pelo direito”, destacou o relator.
O número deste processo não é divulgado em razão de segredo judicial.
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/sala_de_noticias/noticias/Destaques/Processo-que-discute-filiação-socioafetiva-deve-voltar-à-primeira-instância-para-produção-de-provas

ADOÇÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL


Maria Clotilde Rossetti-Ferreira e Ana Cecília Chaguri (novaescola@fvc.org.br)
A chegada de um bebê, seja ele biológico ou adotivo, implica reorganizar a casa e a vida familiar. No caso da gravidez biológica, a interação mãe e filho começa a ser construída desde a concepção. O desenvolvimento é visível, não só pelo crescimento da barriga como pelos exames de ultrassonografia. No caso da adoção, o desejo de anos por um filho imaginário, todas as tentativas de reprodução frustradas e a espera pelo processo judicial podem funcionar simbolicamente como uma gestação.
Crianças adotivas na Educação Infantil provavelmente foram adotadas bebês ou muito pequenas. Essa ainda é a preferência das pessoas, embora a maioria disponível para adoção tenha mais idade.
O acolhimento dessas crianças na creche e na pré-escola cria desafios para os educadores. Além da fase de ajustes entre pais e filhos, há a adaptação à Educação Infantil. As famílias podem apresentar sentimentos contraditórios, como desejo de a criança interagir bem com os educadores, medo de que ela seja rejeitada e ciúme de quem ensina. A maioria dos pais adotivos é muito dedicada e atenta nesse período, por vezes mais que os biológicos. Com toda a ansiedade que marca o momento, há um intenso carinho, provavelmente em busca de competência para o novo papel e merecimento de um filho tão desejado e esperado.
Trabalhar com uma criança nessas condições nem sempre é simples. Os educadores devem assisti-la assim como fazem com colegas dela, mas, em geral, os pais adotivos requisitam maior atenção. Eles podem se sentir constrangidos, preferindo esconder a adoção. Por vezes, até do filho, pois não sabem como abordar o assunto com ele. Em vez disso, deveriam considerar que ser adotado não é vergonha e falar abertamente sobre o assunto com ele e com as demais pessoas que frequentam o mesmo ambiente.
A pergunta "Quando revelar que a criança é adotada?" não tem sentido. O indicado é que não haja um momento como esse, e sim espaços contínuos de conversa, nos quais os familiares a ajudem a reconstituir e narrar sua história de vida, mesmo que se trate de um bebê. Infelizmente, isso não ocorre de fato na maioria das vezes. Ela pode se sentir inibida de perguntar e os pais constrangidos de falar porque o assunto talvez envolva situações dolorosas para ambos.
Os educadores também se sentem ansiosos sobre o que fazer. Para construir sua identidade, cada um tem de conhecer a própria história e se apropriar dela. A escola pode se constituir um parceiro importante e um espaço privilegiado nesse sentido, embora isso exija uma relação franca e colaborativa entre profissionais, familiares e crianças. Muitos pais desejam que a instituição não toque no assunto, pois não o esclareceu completamente para o filho. Mas a instituição educacional pode mediar a questão, especialmente no que diz respeito à criança ter acesso a informações sobre seu desenvolvimento no período em que conviveu com a família biológica. Essa questão é delicada: dependendo do histórico, ela pode ter passado por situações difíceis, principalmente se adotada mais crescida.
É fundamental saber em detalhes como o assunto já foi abordado pela família e as expectativas quanto ao envolvimento e ao trabalho da instituição. Também é preciso informar aos pais como se pretende lidar com o assunto - deixando claro o direito de cada um conhecer sua história. Por vezes, uma palestra, a supervisão de um especialista na área e reuniões podem ajudar.
Para quem ensina se sentir seguro ao lidar com as diferenças, são instrumentos reflexão, troca e busca de conhecimento. Com eles, a pessoa estará preparada para enfrentar situações apresentadas pelos responsáveis. Embora elas possam gerar ansiedade nos atores envolvidos, os casos que têm a ver com uma pessoa estrangeira, adotada ou que está vivendo um luto, por exemplo, podem implicar casos em que é importante lidar com transparência, conscientização e parceria.
COMPORTAMENTOS COMUNS
Com frequência, os adotados são encarados como problemáticos, tal como eram os filhos de pais separados. Os educadores esquecem que os comportamentos deles que chamam a atenção são observados em qualquer criança. Por exemplo, quando ocorre a manifestação de gula. Seria um excesso decorrente de privação anterior? Ao mesmo tempo, quem não come mais ao se deparar com uma mesa cheia de novidades? Quem não conhece gente que, em função de uma carência emocional, come mais do que deveria?
Outras vezes, o adotado pega o objeto de outra pessoa e guarda consigo. Seria um desejo de o guardar para si por carência emocional? Ciúme? Inveja? O comportamento de se apossar de algo do outro, comum entre crianças, pode ser interpretado como roubo pelos familiares e educadores de quem é adotado. Ou seja, visto como um sinal de marcas genéticas dos pais biológicos e que podem levá-lo a atos criminais no futuro. No entanto, muitas vezes, é um comportamento infantil comum e a ser corrigido, como outros.
Há também muita controvérsia sobre a relação entre dificuldades de aprendizagem e adoção. Por vezes se aponta que adotados preferem ignorar as coisas porque têm dificuldade de encarar o passado - e isso dificulta aprender. Também a falta de cuidadores na primeira infância, responsáveis por um acolhimento adequado, é apontada como problema. Assim, vários autores defendem a importância de a criança ter no educador alguém que a acolha e ao mesmo tempo lhe aponte e signifique as pessoas e as coisas do mundo ao redor. Na ausência desse tipo de acolhimento, podem surgir dispersão e dificuldades de aprendizagem. Mas isso atinge apenas uma pequena parcela das pessoas adotadas que passam por esses problemas. A maioria os supera nas experiências positivas vividas em outros ambientes.
A agressividade, especialmente em forma de mordida, constitui uma rotina complicada de lidar na Educação Infantil. Incomoda os familiares do agressor e os do agredido. Embora seja um comportamento comum em grupos de crianças pequenas que estão exercitando a convivência e o respeito mútuo, quando provém das adotadas, a interpretação pode ser outra. Por vezes, as que estão se adaptando à família, assim como as que estão enfrentando novidades importantes (nascimento de irmãos, morte de avós, separação dos pais e outros), ficam mesmo agressivas. Isso constitui um problema educacional que pode ser superado com carinho, contenção da impulsividade, colocação de limites e oferta de mais espaço e companheiros que enfrentem as agressões. É importante ainda que quem ensina compreenda a agressividade como uma reação humana que foi fundamental para a sobrevivência da espécie. Portanto, quando bem conduzida, pode ser um instrumento para tornar um homem capaz diante das adversidades e não necessariamente uma pessoa violenta.
OUTROS OLHARES PRECONCEITUOSOS
A sexualidade, por sua vez, é outra questão tão ou mais complicada. Mesmo sabendo que é algo da natureza humana, familiares e educadores frequentemente fantasiam que as crianças são assexuadas. Esse desejo advém da dificuldade de lidar com esse assunto.
Qualquer uma delas, em todas as fases de desenvolvimento, tem comportamentos sexuais. Iniciam com o prazer ao mamar, chupar o dedo ou a chupeta e a descoberta do controle dos esfíncteres, do próprio corpo (ao perceber que a área genital desperta uma sensação prazerosa quando tocada) e das diferenças entre meninos e meninas. No entanto, o mesmo comportamento, como a curiosidade excessiva aos 4 anos, pode ter várias interpretações. Pode ser uma alteração hormonal (que é rara), uma possibilidade de ter sofrido um abuso sexual, um comportamento adequado que está sendo mal interpretado pelos pais e educadores ou ainda um reflexo que advém de familiares que estimulam a sexualidade por vários motivos, como a falta de controle da programação assistida na TV ou o acesso não vigiado a internet e programas de computador.
Quando se tratam de pessoas adotadas, podem ser provocadas diferentes reações nos pais delas, nos de outras crianças e em quem ensina. Há por vezes a preocupação ou a fantasia sobre a ocorrência de eventuais abusos que poderiam levar a hábitos inconvenientes. Mas será que apenas quem foi adotado correu risco de abuso? Quantas vezes educadores desconfiam dessa situação em relação a outras crianças? Qual o papel da escola? Em primeiro lugar, abrir o assunto com os pais. E, se necessário, com eles, se possível, acionar o conselho tutelar.
E quanto às outras questões que dizem respeito à área da sexualidade? Mudam, no caso de pessoas adotadas? Infelizmente, muitas vezes, sim. Porque familiares e educadores, receosos de que no futuro elas manifestem comportamentos sexuais que seus pais biológicos podem ter tido, prenunciam a possibilidade de que elas se tornem algo que os assuste.
Portanto, é importante que quem ensina lide com transparência com as questões de qualquer criança, adotiva ou não, colocando em pauta os assuntos que incomodam. O profissional deve ter um espaço para refletir, discutir experiências e trabalhar o olhar preconceituoso que costuma permear a adoção e outras condições e interfere nas relações, contribuindo para que a adoção deixe de ser encarada como um problema por aqueles que atuam na escola.
É necessário considerar ainda que as mudanças da criança durante o desenvolvimento são grandes e que o olhar atento de quem educa é extremamente importante. Isso inclui ver (e acreditar) que o agitado pode se tornar calmo e o calmo agitado e que o disperso tem seus momentos de concentração e o isolado se integra. Não há linearidade no desenvolvimento. Felizmente, ninguém nasce e permanece no formato desejado pelos pais, pelos educadores ou pela sociedade. É essa plasticidade que possibilita nos adaptarmos às mais diversas situações, na medida em que não sejamos continuamente rotulados como incompetentes, agressivos ou distraídos.
Familiares e educadores têm de entender que filhos, biológicos ou adotivos, por questões genéticas e/ou ambientais, podem ter problemas, dependendo do olhar de quem os observa. Nem por isso, necessariamente, vão se tornar isto ou aquilo. O ser humano tem uma notável característica: novas interações e experiências de vida lhe possibilitam construir o futuro. Nós, responsáveis pela Educação, temos um papel importante nisso.
RESUMO
A chegada de crianças na Educação Infantil gera expectativas nelas, nos pais e nos educadores. Quando se trata das que foram adotadas, então, ainda mais. Muitas dúvidas e temores surgem na cabeça dos adultos - mas são, na maioria das vezes, exagerados. Tal como qualquer um nessa faixa etária, os pequenos mordem os colegas, levam tempo para se adaptar à rotina... O importante é não esconder o fato da adoção de ninguém nem se apoiar no estereótipo da criança-problema.
BIBLIOGRAFIA
DI LORETO, O. D. M. 1997. Da adoção (e dos erros do pensar) ou dos erros do pensar (e da adoção). Psicologia em Estudo, n. 2, v. 2, p. 1-33.
GUIMARÃES, L.A. 2010. Conversando com crianças sobre adoção. São Paulo: Casa do Psicólogo.
PAIVA, L.D. 2004. Adoção: significados e possibilidades. São Paulo: Casa do Psicólogo.
SOUZA, H.P. 2008. Adoção - Exercício da fertilidade afetiva. São Paulo: Paulinas.
WEBER, L.N.D. 2003. Aspectos psicológicos da adoção. Curitiba: Juruá.
Série de vídeos Proteção integral à criança e ao adolescente. Coordenação geral: M. C. Rossetti-Ferreira (bit.ly/q_casa
, bit.ly/difad
, bit.ly/de_es
e bit.ly/volcasa
).
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/adocao-educacao-infantil-maria-clotilde-rossetti-ferreira-ana-cecilia-chaguri-808297.shtml