29.out.2014
Ao chegar à maioridade, órfãos sofrem com um segundo abandono.
Abandonados pela família e esquecidos pelo estado. Os órfãos chegam aos abrigos com diferentes idades, mas o prazo de saída é único. Chegar aos 18 anos é a sentença irrecorrível ao novo abandono para aqueles que não foram adotados. Mesmo contra a essência das políticas de proteção do poder público, os jovens são deixados por sua própria conta e risco. Uma interrupção brusca de seus relacionamentos dentro dos lares e principalmente na sua formação profissional. Sem alternativas, os jovens voltam ao ponto de extrema vulnerabilidade social.
Aliás, planejamento é palavra de ordem quando o assunto é proteção da criança e do adolescente. O promotor de justiça, Murillo Digiácomo, 43 anos, defende uma ação conjunta de vários órgãos públicos. “O poder público não deve e nem pode, legalmente falando, abandonar esses jovens. É desumano arquivar um ser humano, apenas por que ele é maior de idade. O estado tem a obrigação de ajudar esse adolescente até ele adquirir autonomia. Infelizmente, muitos departamentos não tem conhecimento dessa especificidade da lei”, afirmou o promotor.
A preocupação em liberar o filho para o mundo também tira o sono dos
educadores dos lares. A discussão sobre a idade ideal volta à tona
juntamente com o fator dependência afetiva que os órfãos desenvolvem ao
longo do crescimento.
A assessoria da 2ª Vara da Infância e Juventude declarou que o acompanhamento das crianças é feito até os 18 anos. Após atingir a maioridade, o jovem já não é mais considerado responsabilidade desse setor e fica a critério dos lares darem abrigo para eles ou não.
A discussão vai além das obrigações das instituições específicas. O promotor ressalta a importância do poder público assumir para si a responsabilidade por esses jovens adultos, com um plano eficaz para terminar a formação desse cidadão. Todavia, é questionável até qual idade esse acompanhamento deveria ser feito. “Não sei, cada pessoa tem seu tempo. Nós temos inúmeros exemplos de pessoas que ficam até os 30 anos na casa dos pais. Não queremos que o jovem fique ‘encostado’ no estado, mas defendo que cada um amadurece em idades diferentes”, falou o promotor Digiácomo.
Os Centros de Apoio a Criança e ao Adolescente, as instituições que abrigam os jovens e seus educadores lutam para desmistificar a ideia de que se está fazendo um favor aos adolescentes os criando. Eles querem mostrar para o estado que os órfãos são seus filhos também.
Escrito por Mariana Ceccon
Fonte Jornal Centro Cívico
http://www.hopehouse.com.br/portfolio/o-que-acontece-com-as-criancas-que-nao-foram-adotadas/
A assessoria da 2ª Vara da Infância e Juventude declarou que o acompanhamento das crianças é feito até os 18 anos. Após atingir a maioridade, o jovem já não é mais considerado responsabilidade desse setor e fica a critério dos lares darem abrigo para eles ou não.
A discussão vai além das obrigações das instituições específicas. O promotor ressalta a importância do poder público assumir para si a responsabilidade por esses jovens adultos, com um plano eficaz para terminar a formação desse cidadão. Todavia, é questionável até qual idade esse acompanhamento deveria ser feito. “Não sei, cada pessoa tem seu tempo. Nós temos inúmeros exemplos de pessoas que ficam até os 30 anos na casa dos pais. Não queremos que o jovem fique ‘encostado’ no estado, mas defendo que cada um amadurece em idades diferentes”, falou o promotor Digiácomo.
Os Centros de Apoio a Criança e ao Adolescente, as instituições que abrigam os jovens e seus educadores lutam para desmistificar a ideia de que se está fazendo um favor aos adolescentes os criando. Eles querem mostrar para o estado que os órfãos são seus filhos também.
Escrito por Mariana Ceccon
Fonte Jornal Centro Cívico
http://www.hopehouse.com.br/portfolio/o-que-acontece-com-as-criancas-que-nao-foram-adotadas/
Nenhum comentário:
Postar um comentário