19/10/2014
Autor: CECÍLIA GONÇALVES, ESPECIAL PARA A FOLHA
Fonte: Folha do Estado
Exigência de interessados em receber crianças abaixo dos três anos de idade provoca entrave no processo de adoção
Adotar um filho pode ser um processo imediato, de demora média ou a família recebedora espera até três anos. Cada caso é um caso.
“Quem deseja adotar um bebê tem de esperar três anos, não tem outra saída, e a maioria deseja isso [adoção de recém-nascido]”, explica o promotor de Justiça José Antônio Borges, da 19ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude.
Ele diz que hoje há em MT uma lista com nomes de 60 pretendentes; destes, 55 (90%) querem bebê e devem ficar até três anos na fila de espera.
Borges falou sobre o que chama de doação de coração.
“Neste ano estamos tendo de um a dois casos por mês de mulheres que, por questões financeiras, familiares ou de gravidez não planejada, procuram a Promotoria e explicam “porquê” não podem criar o filho e o entregam para adoção. Se a mãe entrega a criança não há controvérsias, renuncia ao poder familiar e uma semana depois a criança pode ser entregue a uma nova família. A adoção é imediata”.
Agora quem quiser adotar crianças acima de 3 anos de idade, se inscreve no órgão responsável, passa por curso de preparação psicossocial e jurídica. Se deferida a habilitação por meio de sentença, a família aguardará a criança, obedecendo à ordem cronológica de cadastro. Para quem reclama de demora para adoção, Borges observou que a lei busca preservar o vínculo familiar; tirar uma criança da família é uma situação delicada para um juiz ou promotor.
http://www.folhadoestado.com.br/editorial/pagina/ver/cidades/id/515/titulo/90-dos-adotantes-esperam-ate-3-anos
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