domingo, 16 de abril de 2017

Número de adoções em Uberlândia cresce 300%, segundo promotoria da infância (Reprodução)

16/04/2017

O número de adoções cresceu 300% no último ano em Uberlândia. De acordo com o promotor de Justiça da Vara da Infância, Epaminondas da Costa, em 2016 foram concluídas seis adoções na cidade e em 2015 foram dois registros. Na cidade são 155 pessoas e/ou casais aguardando na fila de adoção. Em entrevista ao G1 o promotor considerou que o crescimento é devido a maior conscientização e conhecimento da população sobre o assunto.

Uma lei que foi criada em fevereiro de 2014 também pode ter ajudado a aumentar o número de adoções. A lei 12.955 prioriza os processos de adoção de crianças deficientes ou doentes crônicas ao estabelecer uma celeridade no trâmite das ações. Já em 2014, com a nova legislação, foi registrado um aumento: 148 adoções no país.

"Vejo as pessoas mais abertas e dispostas a ajudar e amar uma criança ou um jovem numa situação de desamparo, que demanda uma dedicação ainda maior. É muita responsabilidade e conhecimento e consciência sobre o assunto são os pontos iniciais para uma adoção responsável", disse o promotor.

Ainda de acordo com Epaminondas da Costa, em Uberlândia são cerca de 40 crianças e adolescentes em casas de acolhimento institucional e familiar, sendo que a grande maioria é de crianças maiores e adolescentes, além de grupos de irmãos. Desses, há quem não queira a adoção por sonhar com o retorno à família biológica.

"Há o máximo de empenho no sentido de serem evitados "abrigamentos" ilegais, por motivo exclusivo de pobreza. Nos casos em que eles ocorrem, mesmo que corretamente, tudo é feito para se resolver a situação da criança ou do adolescente rapidamente: a volta para casa ou o encaminhamento para a adoção", explicou.

A criança mais nova para a adoção em Uberlândia tem seis anos, a outra criança tem nove anos, possuindo uma irmã de dez anos para a adoção.

Pontes de amor


Criada em 2012, a Pontes de Amor é uma Organização Filantrópica sem fins lucrativos, filiada à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD), que atua em Uberlândia e no Triângulo Mineiro em sintonia com a Vara da Infância e da Juventude, Órgãos e Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente.

A coordenadora e fundadora da instituição, Sara Vargas, considera que a atuação das mais de 80 pessoas envolvidas na organização contribuiu com o aumento do número de adoções na cidade.
"Oferecemos atendimento jurídico e terapêutico, além de fazer um trabalho específico de apoio à adoção tardia. Trabalhamos também divulgando e conscientizando a população sobre o processo de adoção, quebrando alguns tabus e facilitando todo o processo para os envolvidos. Tudo isso ajudou muito nos últimos anos o número de adoções crescer na cidade", contou Sara.

Como adotar


Para adotar uma criança, é preciso ter no mínimo 18 anos. Não importa o estado civil, mas é necessária uma diferença de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança acolhida.

O primeiro passo é ir à Vara da Infância mais próxima e se inscrever como candidato. Além de RG e comprovante de residência, outros documentos são necessários para dar continuidade no processo. É preciso fazer uma petição e um curso de preparação psicossocial.

São realizadas, então, entrevistas com uma equipe técnica formada por psicólogos e assistentes sociais e visitas. Após entrar na fila de adoção, é necessário aguardar uma criança com o perfil desejado.

Cartilhas e grupos de apoio podem ser consultados para esclarecer dúvidas e saber um pouco mais sobre o ato. O passo-a-passo pode ser verificado no site do CNJ.


Reproduzido por: Lucas H.



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