segunda-feira, 3 de abril de 2017

Número de adoções aumenta em três cidades da região de São Carlos (Reprodução)

28/03/2017

Enquanto em todo Estado de São Paulo o número de adoções caiu entre 2015 e 2016, nas três maiores cidades da região a situação foi diferente. Em São Carlos (SP), o número de adoções passou de 14, em 2015, para 24 crianças em 2016. Araraquara e Rio Claro também registraram aumento de adoções no período.

Segundo o promotor da Infância e Juventude de São Carlos, os procedimentos para adoção estão mais rápidos. Antes, no município, a criança aguardava em média três anos e meio pela decisão final da Justiça dentro da casa de acolhimento. Atualmente, ela já é encaminhada para uma família acolhedora até que o processo se resolva definitivamente.

“Depois de uma sentença do juiz da vara da infância colocando essa criança para adoção, ela já é encaminhada para uma família que vai trabalhar como guardiã dessa criança até que o processo se resolva completamente. Terminando isso, essa família, que é a primeira na fila de adoção, ficaria com essa criança já como filho adotado”, explicou Mário Corrêa.

Ainda de acordo com o promotor, quando uma criança vai para a casa de uma família acolhedora, as chances da decisão judicial ser contra a adoção são mínimas.

“São casos que estão praticamente definidos. Porque é muito mais traumatizante para a criança coloca-la no seio de uma nova família e depois retirá-la”.

A personal organizer Patrícia Salomão passou oito anos tentando engravidar. Nesse período, fez duas inseminações artificiais e passou por processos caros, desgastantes e que não deram resultado. Ela e o marido chegaram a pensar em fertilização in vitro, mas desistiram e decidiram adotar. Há um ano o Davi e a Elisa chegaram e enchem a casa da família alegria.

“Não vejo diferença entre a adoção e a gravidez, os sentimentos são os mesmos. Quando eles chegaram, eu me senti grávida”, contou Patrícia.

A mudança nos processos, que começou a valer em janeiro do ano passado, ajudou muito na adoção do Davi e da Elisa. Para poder fazer parte de outra família, os irmãos ainda precisavam ser destituídos dos pais biológicos, um trâmite que pode demorar anos.

“Ele já estava com o processo de destituição avançado. Ela estava começando. Então, o juiz permitiu que o processo de adoção corresse junto com o processo de destituição dela. Foi tudo muito rápido, em menos de oito meses eu já estava com as certidões novas deles”, disse a mãe.

Com os processos mais rápidos, Patrícia espera que mais crianças tenham a chance de dar e receber amor em um novo lar. “Não adianta ficar batendo na tecla de procurar um pai biológico que não existe, ou uma avó biológica que não existe, sendo que do outro lado tem pais que estão com o coração aberto”.

Região


Em Rio Claro (SP), 14 crianças foram adotadas no ano passado, o dobro em relação a 2015. Em Araraquara, nove crianças ganharam um novo lar em 2016, quatro a mais que no ano anterior.

A Vara de Infância e Juventude e a Promotoria de Justiça de Araraquara informaram que têm procurado facilitar os processos para que eles andem mais rápido.

Procura pela reportagem para saber que medidas foram tomadas para agilizar os processos, a Vara de Infância de Rio Claro não deu retorno.

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