Demora por adoção pode chegar a 42 meses
Sandra Kiefer -
Publicação: 27/11/2011 07:46 Atualização:
A fila da adoção poderá andar mais rápido ou mais lentamente conforme o nível de preconceito dos candidatos a pais. Se um casal chegar agora no Juizado da Infância e da Juventude de Belo Horizonte pedindo um bebê do sexo feminino da cor branca, sem defeitos físicos nem problemas de saúde, que não tenha irmãos conhecidos, terá de esperar três anos e meio, em média, na fila do Cadastro Nacional da Adoção. “Vou logo falando a verdade, se não os pais adotivos podem ficar muito ansiosos”, avisa a psicóloga Rosilene Cruz, coordenadora técnica da Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte.
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A questão é puramente estatística, como se por trás dos números não houvesse crianças abandonadas nos abrigos, pedindo para ser amadas. Segundo o levantamento do juizado, se o casal estiver preparado para receber um menino pardo de até 5 anos, o tempo de espera reduz para dois anos. Se quiser um grupo de irmãos morenos, poderá conseguir em menos de um ano e se escolher um menino negro com mais de 6 anos terá a companhia de um filho em poucos meses.
“Tem dia em que a gente sai daqui sem pensamento, sem palavras. É muita dor e tristeza”, reflete Rosilene Cruz, que consegue enxergar uma evolução nos dados, ainda que ligeira. No período de cinco anos, entre 2005 e 2010, o percentual de crianças pleiteadas de até 5 anos passou de menos de 1% para 2,9%. “Parece pouco, mas triplicou no período”, compara. Já o pedido de crianças de até 1 ano caiu de 46% em 2005 para 34% no ano passado. “Mas ainda persiste no imaginário dos pais a ideia de que a menina é mais dócil e mais fácil de educar. Como bem definiu o idealizador do cadastro nacional da adoção, os pais adotantes parecem sofrer de eugenia, querem filhos brancos e perfeitos”, lamenta.
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Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2011/11/27/interna_gerais,264323/demora-por-adocao-pode-chegar-a-42-meses.shtml
Silvana do Monte Moreira, advogada, sócia da MLG ADVOGADOS ASSOCIADOS, presidente da Comissão Nacional de Adoção do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família, Diretora de Assuntos Jurídicos da ANGAAD - Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, Presidente da Comissão de Direitos das Crianças e dos Adolescentes da OAB-RJ, coordenadora de Grupos de Apoio à Adoção. Aqui você encontrará páginas com informações necessárias aos procedimentos de habilitação e de adoção.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Demora por adoção pode chegar a 42 meses
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Silvana do Monte Moreira
às
16:21
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