quarta-feira, 21 de outubro de 2015

DE MÃOS DADAS PELA ADOÇÃO: CURSO DE PREPARAÇÃO AOS PRETENDENTES À ADOÇÃO ACONTECE EM PAPANDUVA. (reprodução)

Mauro J. Furtado Melo
Papanduva
O Serviço Social do Fórum da Comarca de Papanduva realizou na Câmara Municipal de Vereadores, nos dias 14 e 15 de outubro, o Curso de Preparação aos Pretendentes à Adoção. Ao todo, 18 pessoas participaram. A Assistente Social Carmen Clara Geremia coordenou o evento, que foi aberto pelo Dr. Rogério Manke, Juiz da Comarca de Papanduva. Participaram também a Psicóloga do CRAS Ana Paula Germani, Izidro Ramos, Oficial da Infância e Juventude da Comarca de Papanduva, Eliane Czornei, da Pastoral Familiar e Lia Mara Teixeira, Estagiária do Serviço Social do Fórum de Papanduva.
CARMEN CLARA GEREMIA- ASSISTENTE SOCIAL.
O curso ganha conotação de grande importância na medida em que esclarece muitas dúvidas dos candidatos a se tornarem pais e mães adotivos. Como dito e sabido, o foco da adoção deve ser a criança que, por qualquer motivo, se encontra desamparada e precisa de uma família que a acolha e lhe dê arrimo e bem estar social. Entretanto, é também o grande sonho de muitas famílias que, por opção ou por dificuldades naturais, não têm filhos biológicos e se propõem a se tornarem pais, realizando os seus projetos de vida e o das crianças órfãs e carentes.
Reproduzindo de alguma forma as palavras do Dr. Rogério Manke, em sua palestra, “é preciso sonhar e sonhar grande, buscar seus objetivos”, lutar pela grande realização de constituir uma família completa e estável e oferecer qualidade de vida para ambas as partes envolvidas: pais e crianças.
DR. ROGÉRIO MANKE- JUIZ DA COMARCA DE PAPANDUVA.
Em seu depoimento, Dr. Rogério esclareceu as dúvidas dos casais presentes e, como não poderia deixar de ser, proporcionou momentos de emoção que afetaram até o próprio palestrante na sua narrativa da conhecida parábola das “Pegadas na Areia”.
Para quem não sabe, ou não lembra, um ancião cansado que perambulava pela praia deparou-se com pegadas duplas na areia, fato que chamou sua atenção, pois apenas ele caminhava por ali resmungando sua revolta pela “ausência” de Deus em sua vida. Em suas preces, “cobrava” do Criador o abandono em que se encontrava depois de velho. Os filhos, se os tinha, sumiram no mundo, assim como os prováveis netos e demais descendentes. O pobre idoso estava só. Como era um homem de muita fé, acreditou que as pegadas duplas na areia seriam as suas e as de Deus, mas, de uma altura em diante, notou que apenas as pegadas de dois pés continuavam aparecendo e lamentou-se profundamente achando que Deus também o tinha abandonado. Eis que uma mensagem divina lhe chega aos ouvidos dizendo: “meu filho (idoso também é filho de Deus…), as pegadas que você vê agora na areia não são as suas, são as minhas enquanto o carregava em meus ombros quando você esmoreceu e deixou de caminhar”.
Distorci um pouco a parábola de propósito e espero que os leitores me perdoem, mas o objetivo é justamente ressaltar a importância de se ter uma família, para os pais e para os filhos. Biológicos ou adotivos, pais e filhos se completam em família e traçam rumos comuns para toda uma vida. Não há melhor forma de superar as intempéries de uma trajetória do que comungar os mesmos rumos e ideais e ter pais ou filhos como arrimo principal em seus destinos.
CIRANDA, CIRANDINHA, VAMOS TODOS CIRANDAR…
PSICÓLOGA ANA PAULA GERMANI.
Um dos objetivos da reunião de pais interessados na adoção é proporcionar o congraçamento e a amizade entre os postulantes, harmonizando o convívio entre as pessoas que navegam no mesmo barco. Ciente dessa realidade, a psicóloga Ana Paula Germani conclamou os presentes para se darem as mãos, se abraçarem, “brincar de roda” literalmente, caminhando, bailando e se identificando uns com os outros, “testando” a afinidade e o entendimento entre os pares, já que uma das premissas mais importantes para um casal decidir pela adoção é a harmonia e a vontade mútua de se tornarem pais adotivos, o que representará segurança para os pequenos seres indefesos que serão adotados.
Por outro lado, a adoção também pode ser a forma mais sublime de se consolidar uma união, na medida em que, caso o entendimento entre o casal não seja completo, o compromisso assumido conjuntamente perante a criança pode ser justamente o fator de estabilidade do casamento.
Finalmente, os casais candidatos tomaram conhecimento das leis que regem a adoção no tocante à garantia de uma tomada de decisão consciente e duradoura, de um caminho a ser trilhado sem medo e com a convicção de estarem realizando o grande sonho de suas vidas, deixando na areia as pegadas de vários pés que caminham juntos.


Reproduzido por: Lucas H.

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