quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Filhos do coração: adoção é uma prova de amor (Reprodução)

09 de Outubro de 2017 

Nossos nomes são Paulo e Ane Rose, nos casamos em 28/09/2002, acabamos de completar 15 anos de casados! Desde quando namorávamos já havíamos escolhido o nome de nosso primeiro filho, caso fosse menino, se chamaria Samuel. Este nome é fruto do Ministério para Crianças, que na época levava o nome de Secretaria Samuel, nós dois servíamos neste Ministério, temos ótimas recordações e fizemos muitos amigos nesta época, amigos que participam ativamente de nossa vida até hoje.

Coincidentemente nosso aniversário de 15 anos de casamento aconteceu no mesmo dia em que a escola de nosso filho Samuel realizou a festa da Família. Foi muito bom celebrar 15 anos de casados celebrando a Família ao lado do maior presente que Deus nos deu.

Samuel é adotado e foi muito esperado e amado desde muito antes. Após o segundo ano de casados (2004), começamos a tentar engravidar, passamos quase dois anos tentando, mas, sem sucesso, então, procuramos ajuda profissional. Após algum tempo visitando especialistas descobrimos que o problema era baixa movimentação de espermatozóides, não somos inférteis, mas a gravidez no nosso caso é muito difícil e requer vários cuidados, a probabilidade de fecundação é bem baixa.

Sabendo do nosso problema, e confiando na força do alto, continuamos tentando de várias formas e técnicas encontradas, mas novamente sem sucesso. Em meados de 2009 decidimos entrar no processo de adoção legal, sem desistir de continuar engravidando por meios naturais. O problema é que o processo de adoção legal em nosso país não é muito diferente dos demais serviços públicos. Isso se arrastou até o ano de 2014. Até chegarmos a este ponto muita coisa se passou, antes de estarmos aptos para adoção passamos por várias etapas de qualificação e preparo incluindo palestras, visitas domiciliares, seções de acompanhamento psicológico entre outros.

Durante estes processos nos ofereceram crianças de forma ilegal, mas não aceitamos por acreditar que é justo respeitar a legislação em vigor no país e, principalmente, respeitar a fila de adoção da qual fazíamos parte. Acreditamos que cada vez que uma criança é adotada ilegalmente, o casal que está no primeiro lugar da fila é lesado, pois, essa criança seria adotada por eles, caso a legalidade fosse respeitada. Durante esse processo lento e moroso, tanto do lado da adoção, como do lado da gravidez natural, em alguns momentos fraquejamos e pensamos em utilizar métodos de concepção alternativos não aprovados pela Igreja sem chegar a concretizar o fato uma única vez. Em um destes momentos de fraqueza, fizemos um “último apelo” ao Senhor em um momento de oração pessoal. Durante a oração, dissemos ao Senhor: “Se não é da sua vontade que façamos fertilização artificial, então, dá-nos um filho!”.

O Senhor ouviu nossas preces e antes que a consulta da fertilização acontecesse a vara da infância e da família ligou dizendo que havia um bebê esperando por nós. Nos causou estranheza, pois recentemente havíamos feito uma visita à intituição e estávamos na posição 72 da fila de adoção. É justamente aí que entra a mão de Deus, quando chegamos a vara da infância fomos informados de que a criança “poderia” ter algum tipo de síndrome, pois ficava com a língua para fora o tempo inteiro. Dos 71 casais em nossa frente na fila de adoção nenhum aceitava crianças com problemas e nós havíamos descrito em nosso perfil que aceitávamos crianças com doenças tratáveis. Esse termo “doenças tratáveis” causou uma discussão entre os psicólogos da vara da infância, pois não deixa claro se uma síndrome se encaixa neste perfil e, por isso, fomos chamados. (Sem nem mesmo ver a criança, a Ane já aceitou logo. Mas, o Paulo, sempre receoso, pediu para ver a criança primeiro, isso até causou  um certo clima ruim, pois, a Ane já amava o Samuel em seu coração e a atitude do Paulo não foi aceita por ela).

Após conhecermos a criança confirmamos a adoção e iniciamos o processo de adaptação da criança, pois ela não sai do abrigo imediatamente, precisa primeiro se apegar aos pais, para depois sair do abrigo, como ele só tinha 7 meses de vida esse processo foi bem rápido.

Na Semana Santa do ano de 2014, exatamente na Quinta-feira Santa, Samuel foi para casa conosco, sempre com a língua para fora, mas isso não era problema para pais que esperavam tantos anos por um filho e, mesmo que a síndrome se confirmasse, ele seria amado da mesma forma.

A chegada dele foi uma grande festa, pois temos muitos amigos na igreja, trabalho, família, etc. Todos sabiam de nossa história e a chegada dele causou muita comoção, alegria e mobilização. Montamos um quarto de bebê em menos de duas semanas.

Com Samuel em casa começamos o diagnóstico de seus problemas no Hospital da Criança de Brasília, principalmente o problema da língua para fora e um problema respiratório seríssimo que ele tinha.

Passamos por diversas especialidades genéticas: neurologia, fisioterapia, enfim, várias! A única descoberta foi uma Adenoidite, que impedia a criança de respirar pelo nariz, respirando pela boca aberta o tempo todo. Assim, a criança não sabe o que fazer com a língua e acaba colocando-a para fora como reação natural.

Nosso filho não tinha nenhum problema grave, a língua para fora pode ser vista como uma reação natural ou um caminho que o Senhor encontrou para fazer-nos avançar 71 posições na fila de adoção e alcançar o tão sonhado filho por vezes clamado a ele em nossas orações.

Hoje Samuel tem 4 anos, é uma criança normal, brinca, estuda, fala, tem pequenos problemas respiratórios ainda, mas não chegam a 1% dos problemas que tinha quando deixou o abrigo. Todos os problemas que teve foram consequências de uma gravidez conduzida sem acompanhamento pré-natal. A mãe biológica dele viveu na rua sob uso de entorpecentes, os médicos não acreditam como uma criança que passou nove meses naquela condição não tenha nenhuma sequela. Nós sabemos o porquê: Deus cuidou dele desde sempre e até hoje, em todos os momentos e circunstâncias e nos deu ele de presente.

Samuel sabe que foi adotado e que é amado da mesma forma que se fosse gerado naturalmente em nosso ventre, esteve ao nosso lado enquanto escrevíamos este texto, aliás, sempre está ao nosso lado e assim permanecerá pelo resto da vida, pois, Deus nos preparou para ele, e ele para nós!
 
Paulinho e Ane Rose
Grupo de Oração São Mateus
Pais do Samuel
 
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Original disponível em: http://www.rccbrasil.org.br/espiritualidade-e-formacao/index.php/artigos/1809-filhos-do-coracao-adocao-e-uma-prova-de-amor

Reproduzido por: Lucas H.


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