segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Projeto no Rio Grande do Sul ajuda mães que queiram entregar filhos para adoção ainda na gestação (Reprodução)

27/10/2017

O projeto do judiciário, "Entrega Protegida", auxilia mães que desejam entregar os filhos para adoção logo após gestação. A iniciativa começou em Pelotas, na Região Sul do estado e está mudando a vida de várias crianças.

Além das famílias das gestantes, o projeto também procura capacitar profissionais que acompanham todo o período da maternidade.

A promotora da Infância e Juventude, Luciara Robe da Silveira, diz que a orientação para os profissionais de saúde foi um avanço dentro do projeto desde a criação de uma lei permitiu esse tipo de acompanhamento das mães que desejam entregar os filhos.

"Então a partir daí nós reunimos os postos de saúde, os hospitais que tem maternidade no município para fazer uma capacitação, uma orientação com essas pessoas para evitar que façam julgamentos, que constranjam, e até que deem opinião sobre essa manifestação de vontade da gestante", salienta a promotora.

Mães podem mudar de ideia


Mesmo com o acompanhamento durante a gestação, a adoção só vai ser concretizada após o nascimento. A mãe pode, inclusive, mudar de ideia. No Hospital Universitário São Francisco de Paula, quatro mães foram acompanhadas este ano e conversaram com profissionais após o parto. Dessas, duas desistiram.

"Nós fizemos já três ou quatro capacitações com os nossos profissionais, o pessoal do ambulatório também que faz esse acompanhamento da gestante para explicar o projeto, para fazer com que seja desmistificado algum pré-conceito de quem trabalha com essas gestantes", explica a assessora técnica do hospital, Renata Santos.

"Recém-nascido é muito mais fácil de tu conseguir adotar elas. Então a média que teve aqui no hospital foi de cinco dias. Essa criança já tinha uma nova família. Já tinha amor, já tinha cuidado. Então é bem importante e é bem bonito o final dessa história. O início pode ser meio assustador porque é uma coisa nova e as pessoas ainda não estão acostumadas", diz a enfermeira Daiane Lopes.

A iniciativa do projeto também é acabar com as adoções irregulares e com os casos de abandono. Nos últimos dois meses foram três casos em Pelotas. Em dois, os bebês foram encontrados já sem vida.

Casal de aposentados esperou sete anos


Um casal de aposentados, que mora no interior de Pelotas, cadastrou-se para a adoção de uma criança em 2010. E quando a família já estava pensando em desistir, em março deste ano, chegou a notícia.
"Quando ela me disse vocês são os próximos da fila assim, porque eu já estava para desistir. Aí eu acho que eu chorei, eu me agarrei nelas eu agradecia, agradecia mil vezes, meu Deus do céu", emociona-se a aposentada Maria Schwanz.

"Foi a coisa mais boa que aconteceu nessa vida. É uma alegria! Aliás não tenho nem palavras para dizer. A gente se emociona até quando fala nela e tudo", observa o aposentado Erlandi Schwanz.


Reproduzido por: Lucas H.

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