quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Campinas precisa dobrar número de lares temporários para crianças (Reprodução)

07/02/2017

Campinas (SP) precisa dobrar o número de lares temporários para meninos e meninas que foram retirados dos pais, normalmente, por abandono, violência física, psicológica ou sexual. Atualmente são 83 crianças de 0 a 6 anos no município nessa situação, mas o projeto "Família Acolhedora" tem apenas 37 famílias cadastradas.

Segundo a Prefeitura, esse número é inferior ao considerado ideal e se deve ao desconhecimento das pessoas sobre este tipo de acolhimento e também ao medo da separação, já que as crianças só podem ficar até dois anos com a família, que normalmente é o prazo para que a Justiça decida seu destino.

"Naquele momento, enquanto está comigo, eu sou mãe e me faço mãe" - Idelma Oliveira, voluntária

Emoção
"Desde o primeiro momento você lida com duas emoções: a alegria de ter alguém na sua casa e a tristeza da partida, que existe e a gente sabe", afirma a voluntária Idelma Oliveira.

Idelma e o marido Cléber Oliveira, que são pais biológicos da Izabela e adotivos do Vitor, decidiram participar do projeto após lerem na internet sobre este tipo de acolhimento.

Atualmente, eles abrigam em casa um bebê de 40 dias e a mãe temporária afirma que o amor é igual. Essa já é quarta criança acolhida pela família.

"Sempre tive a intenção de fazer algo que fizesse diferença na vida das pessoas. Naquele momento, enquanto está comigo, eu sou mãe e me faço mãe. [...] quando a criança vai, a gente fica nessa saudade, mas com o sentimento de que um próximo está sendo preparado para que você consiga novamente se doar", explica.

Resistência
As famílias inscritas no programa tem a responsabilidade de acolher, cuidar e proteger crianças que estão sob responsabilidade do Conselho Tutelar, para que elas não esperem pelo destino em abrigos coletivos.

No município são duas instituições que cuidam das adoções provisórias, o Sapeca e o Conviver, que tem convênio com a administração municipal e há dez anos presta esse tipo de assistência.

Segundo a coordenadora do Sapeca, Adriana Pinheiro, existe uma resistência por parte das famílias em fazer a adoção temporária por medo da separação. "Há um medo do processo de saída da criança, da despedida e a gente sabe que se o foco hoje for participar de um serviço voluntário e ter um olhar para as necessidades da criança, você muda um pouco seu olhar também", explica.

Voluntários

Para participar do projeto é preciso ser maior de 18 anos e residir em Campinas. Os interessados devem entrar em contato com um dos programas do município, o Sapeca ou o Conviver. A seleção é permanente.

Caso seja selecionada, a família receberá uma bolsa-auxílio no valor de um salário mínimo para ajudar nas despesas da criança.


Reproduzido por: Lucas H.


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